A Crise Atual da Zona do Euro
Em assuntos sobre integração, a União Europeia representa o caso que vem apresentando maior êxito. Os interesses comuns dos países europeus construíram, primeiramente, uma união de situação, a qual visava a reestruturação econômica pós-Segunda Guerra Mundial. Com o tempo, a CECA – Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, formada em 1951 e figurou como o princípio da União Europeia – foi evoluindo e abrangendo cada vez mais a política dos membros. Assim, a denominação para o grupo passou a ser chamado de União Europeia, tornando-se uma integração de processo, permitindo com que outros países europeus, que não tinham tantos interesses em comum com os que já integravam a União, fizessem parte da integração, acrescentando também novos objetivos.
Uma das principais conquistas da União Europeia foi a criação de uma moeda única, o Euro. Assim, o bloco – com exceção do Reino Unido – avançou até a fase da União Monetária, a qual significa a fase mais avançada já alcançada por um bloco econômico. Criado através do Tratado de Maastrich, o Euro, foi instituído em 1999 e sua implantação total ocorreu em 2002. A utilização de uma moeda única permitiu maior unificação e desenvolvimento mercadológico, bem como um maior número de consumidores e volume de produção, possibilitando maximizar o controle e crescimento da economia dos membros.
Contudo, recentemente, a Zona do Euro vem passando por sérias dificuldades. Como exemplo, tem-se a crise na Grécia, que ganhou destaque pela ameaça de saída da Zona do Euro, o que implicaria impactos monetários e financeiros, ou seja, uma instabilidade econômica no bloco.
A Grécia passou a fazer parte da integração em 2001, após o fim do regime militar, quando já apresentava uma economia fraca; essa característica não mudou com o tempo e piorou com a crise de 2008, no momento em que precisou de empréstimos, obtendo dívidas em excesso desde 2009. As mesmas dívidas que estão sendo cobradas atualmente, equivalem a 240 bilhões de euros.
Os maiores problemas do Estado são as medidas de austeridade e a não aceitação delas por parte da população grega. A mudança no governo, ocorrida no começo deste ano, também reforça este problema, já que o governo atual – Syriza – se caracteriza por ser contra as medidas de austeridade, fato que dificulta as negociações. Estas também são impostas à Portugal e Espanha, que compartilham das mesmas dificuldades que a Grécia. A extrema esquerda vem crescendo nesses países e caso a UE retire as medidas para a Grécia, mostrará a possibilidade de fazer o mesmo com os outros Estados.
Além da questão do euro, a saída da Grécia da Zona do Euro, resultaria em uma enorme mudança monetária interna, além de dificuldades nos pagamentos de dívidas contraídas em euro, tanto do governo quanto das empresas privadas, e isto abalaria ainda mais a já devastada economia do país. Além disso, poderia também influenciar nos investimentos europeus, devido à incerteza do futuro da moeda. A população ficaria mais cautelosa nos seus gastos, afetando a dinamicidade econômica da Europa, além da desvalorização do euro, o que resultaria em exportações a um menor custo.
Para União Europeia, a saída da Grécia da Zona do Euro significará uma falha do sistema de integração europeu, pois nunca antes houve um membro que optou por se retirar do bloco. Esta situação é algo novo para o grupo, além de abrir espaço para outros países que queiram deixar de utilizar o Euro futuramente, o que causaria uma fragmentação na Zona e a instabilidade econômica de difícil reversão.
REFERÊNCIAS
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