UNESCO: a Destruição de Monumentos Históricos pelo ISIS
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Nas últimas semanas, percorreram o mundo, imagens de integrantes do grupo terrorista Estado Islâmico destruindo artefatos históricos, a maioria do que foi devastado data de mais de três mil anos a. c. Mas, qual o objetivo do grupo terrorista ao destruir estes objetos milenares?
Naquela região do Iraque localizada entre os rios Tigre e Eufrates, existiu a Mesopotâmia. Considerada a primeira civilização da história, surgiu há cerca de cinco mil anos a. c. Vários povos habitaram a área: primeiro os sumérios, depois vieram os acadianos, babilônios, assírios, entre outros; cada um deixou grandes contribuições à humanidade em áreas como o direito (código de Hamurábi, primeiro código de leis da história), engenharia, arquitetura, astronomia e escritas, transmitindo um legado imenso para a história e para o desenvolvimento da ciência e das futuras civilizações. Além disso, os monumentos e construções servem para que os arqueólogos e historiadores da contemporaneidade compreendam o cotidiano daqueles povos.
Por isso é tão grave a destruição promovida pelo ISIS. Ao extinguir objetos e construções, saquear e vandalizar monumentos históricos, a humanidade perde um elo com os povos antigos. Destruindo esses lugares, se destrói também a herança cultural de um povo, além de atentar contra a história e o conhecimento humano.
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Atitudes como estas, promovidas pelo Estado Islâmico, não ocorrem por falta de informação: o EI sabe perfeitamente o que está fazendo, e o faz com a intenção de apagar qualquer registro de sociedades anteriores ao califado auto-proclamado, acabando também com vestígios de culturas que, pela ideologia do grupo, são consideradas pagãs, ou seja, outros hábitos e valores são tidos como errados, pois derivam de outras religiões que não islâmicas. Não bastando isso, ainda há inúmeras relíquias sendo roubadas para serem vendidas no mercado negro a fim de obterem financiamentos para o grupo.
A comunidade internacional não tem deixado este fato passar despercebido. A UNESCO, organização internacional vinculada à ONU, cuja missão é promover a ciência, a cultura e a educação, reagiu através do pronunciamento da diretora-geral, Irina Bokova. Ela classificou o ato como um crime de guerra e pediu mobilização à toda sociedade mundial para condenar o ato terrorista. A UNESCO já levou o Conselho de Segurança da ONU a uma reunião emergencial, além de informar a situação ao Tribunal Penal Internacional prevendo, assim, futuras condenações para os criminosos. Ademais, outras instituições, como a Al-Azhar, uma entidade islâmica sunita muito respeitada, também se manifestou, através da emissão de comunicados condenando as atitudes perpetradas pelo ISIS.
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Contudo, depredações e saques de artefatos históricos continuam ocorrendo indiscriminadamente. Já foram alvos do grupo o museu de Mossul, além das antigas cidades de Hatra e Nimrud (esta última foi capital do império assírio), ambas são consideradas patrimônio da humanidade pela UNESCO. E, para a tristeza daqueles que prezam pela história, pela cultura diversificada e pelo conhecimento, tais crimes provavelmente continuarão a ser praticados durante algum tempo.
REFERÊNCIAS
UNESCO mobilizes the international community to end cultural cleansing in Iraq. Em:http://www.unesco.org/new/en/media-services/single-view/news/unesco_mobilizes_the_international_community_to_end_cultural_cleansing_in_iraq/back/9597/#.VQVVDI7F_Cu
Unesco chama de 'crime de guerra' destruição da Nimrud, no Iraque. Em:http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/03/unesco-chama-de-crime-de-guerra-destruicao-da-nimrud-no-iraque.html
Goudinho, Adriano Pedro.Destruindo à marretada a História. Em;http://www.adrianogoudinho.com/2015/02/destruindo-marretada-historia.html