Dia Internacional das Florestas e da Árvore
No dia 21 de março de 1971, há 44 anos, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu a data como o Dia Internacional das Florestas. A comemoração representa o início da primavera no Hemisfério Norte, e o objetivo de lembrar a data é sensibilizar a população sobre a importância das florestas nos ecossistemas em âmbito mundial, bem como conscientizar sobre os riscos que a degradação do espaço natural podem trazer para toda a humanidade.
Neste contexto, a Floresta Amazônica representa um marco importante, por ser considerada a maior floresta tropical do mundo. Por esta razão, se deve tomar um cuidado extra em relação ao tema na região Amazônica. Isso não significa que a floresta brasileira será responsável por salvar o mundo das catástrofes que podem acontecer, ou do aquecimento global.
A Amazônia, como se sabe hoje, não é o “pulmão do mundo”, tal como diziam alguns discursos dominantes no século XX, mas no contexto de biodiversidade e riquezas naturais, têm lugar de destaque no âmbito internacional. Por isso, os dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) são importantes. Segundo o Instituto, o desmatamento na região vem se agravando desde cerca de 1988, e a vegetação natural está correndo sério risco de se tornar cerrado e pastagens.
Em âmbito nacional, cerca de 52% da área das florestas brasileiras encontram-se em território privado e isto, de certa forma, dá liberdade para que os proprietários utilizem-nas da forma como desejarem, inclusive desmatando. A situação se agravou após a recente reforma controversa no Código Florestal Brasileiro, pois permite aos proprietários fazerem o uso que acharem necessário da terra. Contudo, a comunidade internacional tomou algumas medidas para minimizar os impactos globais que poderiam ser acarretados com a ingerência brasileira e de governos de outros países.
Existem alguns tratados internacionais para o tema da floresta e meio ambiente, tais como o Programa Piloto para proteção de Florestas Tropicais, que foi planejado em 1990, com iniciativa do governo brasileiro em parceria com a comunidade internacional. O programa foi ratificado em 1992, na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), durante a Rio 92. O programa busca auxiliar os países a alcançar o desenvolvimento sustentável de modo que diminua o desmatamento das florestas, mas permitindo aos Estados possibilidades de maximizarem o aproveitamento dos recursos naturais que possuem, sem, no entanto, degradar de forma severa o meio ambiente.
Para que isto seja possível foram definidos alguns objetivos específicos, como: demonstrar a viabilidade da harmonização dos objetivos ambientais e econômicos nas florestas tropicais; ajudar a preservar os recursos genéticos de que as florestas dispõem; reduzir a contribuição das florestas brasileiras na emissão de gás carbônico e; fornecer um exemplo de cooperação entre os países desenvolvidos e emergentes nas questões ambientais globais.
As questões ambientais representam um fator determinante no mundo das relações internacionais. Elas, além de servirem como meio de aproximação entre os Estados, também auxiliam no desenvolvimento da cooperação internacional. Por este motivo, devem ser levadas em consideração como questões de primeira instância, além, claro, do fato de que elas representam pontos de difícil resolução para os Estados unilateralmente, reforçando ainda mais a necessidade de cooperação nos temas em que os Estados, sozinhos, não conseguem solucionar.
REFERÊNCIA:
SILVÉRIO, Divino. Testing the Amazon savannization hypothesis: fire effects on invasion of a neotropical forest by native cerrado and exotic pasture grasses. The Royal Society Publishing, 22 abr. 2013. Disponível em: <http://rstb.royalsocietypublishing.org/content/368/1619/20120427.full>. Acesso em 16 de Março de 2015.