25 de março – Dia Internacional de Solidariedade aos Funcionários da ONU Presos e Desaparecidos: Hom
Grandes personalidades das diferentes áreas do conhecimento humano são notórias, tais como Marie Curie, Albert Einstein e Adam Smith. No entanto, parece haver um hiato quando se fala de diplomatas mundialmente conhecidos. Dentre todos esses prestigiados nomes, Sergio Vieira de Mello deve ser lembrado. Como um dos mais corajosos e carismáticos diplomatas de sua geração, ele obteve prestigio internacional por suas conquistas em ações humanitárias, chegando a trabalhar em cinco continentes e quase sempre escalado para missões difíceis ao lutar pela construção da paz. Assim, pela sua vida inspiradora e genialidade diplomática, ficou conhecido como “O homem que queria salvar o mundo” (POWER, SAMANTHA 2005).
Nascido na cidade do Rio de Janeiro, no dia 15 de março de 1948, Vieira de Mello, durante o regime militar, decidiu mudar-se para a Europa para que pudesse continuar seus estudos e viver mais próximo de seu pai, então diplomata brasileiro. Em 1970, ele já concluía o mestrado em Filosofia na Universidade de Paris e, com 21 anos, ingressou na carreira diplomática trabalhando para a ONU por meio do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Um ano mais tarde, Vieira de Mello foi enviado para a sua primeira missão, na qual tinha que conduzir a repatriação e a integração de milhares de refugiados da guerra entre a Índia e o Paquistão para o recém-criado Estado de Bangladesh. Logo após a estabilização daquela situação, Vieira de Mello serviu em operações humanitárias e de paz em regiões submetidas a conflitos como o Sudão (1972), Chipre (1974), Moçambique (1975) e Peru (1978).
É inegável que Vieira de Mello, de uma personalidade forte, fluente em cinco línguas e sempre pronto a encarar qualquer circunstância, viesse a ser admitido como a encarnação dos melhores ideais humanitários da ONU. Esses mesmos ideais, que o haviam motivado até então, ganharam vida e ele percebeu que, se quisesse transformá-los em realidade, deveria se tornar um homem de ação, afirmando que "um ser humano tem o direito de viver com dignidade, igualdade e segurança, sendo que não poderia haver segurança sem uma paz verdadeira, e a paz precisa ser construída sobre a base firme dos direitos humanos" (2003).
Tendo isto em perspectiva, Vieira de Mello, sempre em lugares perigosos, foi escalado para negociações na selva com os guerrilheiros genocidas do Khmer Vermelho e na antiga colônia portuguesa de Timor-Leste e, por meio de sua especial conjunção de firmeza e habilidade de negociação, encantava o mundo ao restabelecer a tranquilidade e ajudar os países por onde passava a construírem governos democráticos no pós-conflito.
No dia 15 de agosto de 2003, o mundo perdeu um dos seus heróis ao saber que um carro-bomba havia explodido a sede da ONU em Bagdá, no Iraque, matando, aos 55 anos, o corajoso Vieira de Mello e mais vinte e uma pessoas que compunham a equipe do diplomata. Com sua morte, lembramos uma frase que ele repentinamente dizia: “é mais difícil ganhar a paz do que a guerra” mostrando, assim, o poder de suas vitorias que, por mais de 30 anos, conseguiu superar os conflitos ao restabelecer a paz em algumas das mais violentas nações do planeta.
REFERÊNCIAS
VIEIRA DE MELLO, SERGIO. Sergio Vieira de Mello, Bibliografia. Disponível em: < www.sergiovdmfoundation.org> Acesso em: 17 de mar. 2015.
UNITED NATIONS DEPARTMENT OF INFORMATION. En route to Baghdad. Disponível em: <http://www.pbs.org> Acesso em: 17 de mar. 2015.
HOUNSHELL, BLAKE. The U.N’s Go-To Guy. Disponível em: www.foreignpolicy.com Acesso em: 18 de mar. 2015.