Resenha: A Informante
Lançamento: 10 agosto 2011.
Dirigido por: Larysa Kondracki.
Elenco: Rachel Weisz, Vanessa Redgrave, Monica Bellucci.
Gênero: Drama, Crime.
Nacionalidade: EUA, Canadá, Alemanha.
Entre os dias 12 e 19 de abril, ocorreu, no Catar, o 13º Congresso da ONU sobre a Prevenção ao Crime e Justiça Criminal. No pós Guerra Fria, o Sistema Internacional passa a ter uma nova agenda de debates, e questões envolvendo dois ou mais Estados passaram a ter maior relevância.
Fazendo referência ao Congresso, a resenha de hoje é sobre o filme A Informante. Ele aborda diversos crimes internacionais, os quais podem ser vistos como questões que ultrapassam fronteiras e ferem as normas internacionais, além de violar e a Declaração Universal de Direitos Humanos, afetando assim, as relações entre os Estados.
O filme é baseado em fatos reais, e se passa, inicialmente, em Kiev, na Ucrânia, no ano de 1999. Nos primeiros momentos, o filme conta brevemente a história de duas garotas em busca de melhores oportunidades de emprego, que acabam sendo convencidas a atravessar a fronteira com intuito de trabalharem em um Hotel., Este seria o pano de fundo para o tráfico sexual, pois na verdade, o hotel seria desculpa para o tráfico ilegal de mulheres.
A sequência seguinte do filme, mostra a vida da policial Kathryn Bolkovac (interpretada por Rachel Weisz), que pede transferência para se mudar até a cidade onde seu ex-marido e sua filha estão indo. Porém, o pedido é negado, mas seu chefe apresenta uma proposta de emprego para que ela ficasse trabalhando no período de seis meses, pagando 100 mil dólares. Assim, Kathryn conseguiria o dinheiro para se reaproximar da filha. O emprego é para fazer parte das tropas de paz da ONU na Bósnia pós-dissolução da República Socialista Federativa da Iugoslávia, região marcada ainda por intensos conflitos.
Kathryn é uma policial dedicada, e sua atuação no caso de uma muçulmana que sofre violência doméstica acaba chamando a atenção de Madeleine Rees, (interpretada por Vanessa Redgrave), do departamento de Direitos Humanos, que a indica para assumir uma vaga na Força Tarefa Internacional no gabinete voltado para políticas de gênero.
Durante seu trabalho no gabinete, duas garotas são encontradas em uma floresta, que acaba a levando a um bar, que está sendo apreendido pela polícia local. Desconfiada com a situação, Kathryn entra no bar e se depara com fotos de mulheres sendo abusadas sexualmente por policiais locais e trabalhadores da ONU, além das condições subumanas.
Ao conversar com Laura Leviani (interpretada por Monica Bellucci), chefe da Agência Global de Deslocamento, ela descobre que a polícia recebe propina dos proprietários do estabelecimento e que tais apreensões servem apenas de fachada quando o proprietário se recusa a pagar mais propina.
O ápice do filme começa quando Kathryn chega ao nome de Fred Murray (interpretado por David Hewlett) e ao longo da investigação, descobre que a rede de corrupção é formada desde os funcionários da ONU, até militares e diplomatas. O maior problema é como fazer a denúncia, já que a maioria dos envolvidos possui imunidade diplomática. Começa aí uma investigação complexa e a luta para conseguir desarmar a rede de corrupção, que acaba esbarrando em vários empecilhos e no alto escalão da ONU, o qual encobriam tais crimes para proteger contratos lucrativos.
O filme é uma denúncia contra corrupção, tráfico sexual e à violação ao de vários artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Um dos pontos principais que o filme aborda é a questão de gênero, que no pós Guerra Fria, entra nas novas agendas internacionais, pois são a grande maioria dos refugiados e das vítimas de prostituição em locais de conflitos.