GlobalWitness: How many more? – A violência contra ambientalistas
![1.jpg](https://static.wixstatic.com/media/65c9e5_d185d37bfce740e8a3879c127007325c.jpg/v1/fill/w_470,h_263,al_c,q_80,enc_auto/65c9e5_d185d37bfce740e8a3879c127007325c.jpg)
O relatório intitulado “How Many More?”, de responsabilidade da Organização não governamental (ONG) Global Witness, foi divulgado no mês de abril. O conteúdo do relatório mostra que ocorreram cerca de 116 assassinatos de ativistas ambientais em 17 países no ano de 2014, ou seja, 20% a mais em relação ao ano de 2013. O enfoque maior da pesquisa é Honduras, pois é o local onde os atentados contra ambientalistas têm aumentado significativamente. Porém, o líder do ranking mundial continua sendo o Brasil, com um total de 477 ativistas assassinados desde 2002.
Apesar da grande repercussão que tiveram os casos de assassinato de Chico Mendes e Dorothy Stang, há tantos outros negligenciados ou sem qualquer julgamento. Isto mostra a dificuldade em investigar e esclarecer os casos, visto que a situação não se dá apenas pela falta de comunicação nos locais de difícil acesso onde ocorrem os crimes, mas principalmente pela falta de informações oficiais, além da violência física e psicológica que intimidam as pessoas e minimizam as denúncias. Há também a criminalização dos movimentos sociais e o desinteresse da mídia em divulgar tais abusos, que em algumas regiões já são vistos como banais.
![how_many_more_pages (arrastado).jpg](https://static.wixstatic.com/media/65c9e5_961d61d3208b47c9a93f4111041fdb4d.jpg/v1/fill/w_980,h_1265,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/65c9e5_961d61d3208b47c9a93f4111041fdb4d.jpg)
O relatório da Global Witness indica como fatores determinantes para o aumento dos assassinatos os grandes projetos hidrelétricos, a extração de minérios, ao agronegócio e a extração de madeira, tendo sempre como pano de fundo a disputa de terras. Diante disto, pode ser visto que uma das comunidades que mais sofrem com a violência gerada por este tipo de conflito é a indígena, que somou um total 40% do número de vítimas em 2014. Dos casos documentados no ano passado, foram registrados como executores dos crimes, grupos paramilitares, policiais, seguranças privados e militares. Os mandantes geralmente escapam das investigações, mas informações mostram grandes latifundiários como os orquestradores dos planos de assassinatos (GLOBAL WITNESS, 2014).
Ao relacionar as informações da Comissão Pastoral da Terra (CPT) – que monitora as violações dos direitos dos trabalhadores do campo – com os dados atualizados por integrantes de nove países que possuem e monitoram o bioma amazônico, conclui-se que dos 38 assassinatos ocorridos na região, em 2014, somente 4 quatro não foram próximos das grandes áreas desmatadas.
A Global Witness alerta que o mundo voltará os olhos para as causas ambientais no final deste ano com a chegada da United Nations Climate Changed Conference, em Paris, onde os Estados tentarão chegar a um acordo global para reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Enquanto ativistas ambientais estão na linha de frente dos esforços para resolver a crise climática, sofrem ameaças, coerções e outros tipos de violência. Ainda assim, não basta a mobilização somente dos ambientalistas e das organizações internacionais, pois qualquer palavra ou acordo assinados na UN Climate Changed será irrelevante, se não houver o esforço real dos governos para proteger esses ativistas e o meio ambiente.
REFERÊNCIAS