As Relações entre Brasil e China
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As relações sino-brasileiras não são recentes. Atualmente, a China é um dos principais parceiros brasileiros e esta parceria encontra-se em expansão. Os acordos formais entre os dois países iniciaram em 1881, quando foi assinado o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação.
No mês passado, dia 18 de maio, veio ao Brasil o premiê chinês Li Keqiang. Durante o encontro com a Chefe de Estado brasileira, Dilma Rousseff, foram fechados cerca de 37 acordos em áreas como infraestrutura, energia e mineração. Totalizando aproximadamente US$ 53 bilhões em investimentos no Brasil. Atualmente, o país é o maior importador de produtos asiáticos.
O principal objetivo dos investimentos será a construção de uma ferrovia que ligará o Brasil ao oceano Pacífico, percorrendo o Peru. O projeto facilitará a exportação de produtos brasileiros para a China. Outro grande acordo ocorreu entre a Caixa Econômica Federal e o Banco Industrial e Comercial da China. Planeja-se criar um fundo de US$ 50 bilhões para financiar os projetos de infraestrutura. Além disso, o presidente chinês Xi Jinping afirmou que Pequim investirá US$ 250 bilhões em toda a América Latina na próxima década.
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Com isto, fica claro que os investimentos chineses buscam fortalecer o desenvolvimento da América Latina por benefícios próprios e, consequentemente integrar a América Latina à economia global. Deste modo, a China terá uma forte presença na região, tornando-se um ator econômico e político ativo.
É importante destacar que o intenso interesse chinês na América Latina reduz a influência estadunidense no território, uma vez que, dispondo de financiamentos chineses, a dependência das organizações mundiais como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional decrescerá significativamente. Um dos fatores que motiva os países em desenvolvimento a contrair empréstimos chineses é a facilidade de créditos.
Podemos observar a atuação chinesa na América Latina, em especial no Brasil, a partir do pensamento do teórico neorrealista, Robert Gilpin. Professor Emérito na Escola Woodrow Wilson, da Universidade de Princeton, interliga estudos de política internacional à economia. De acordo com Gilpin (2005):
Embora os processos tecnológicos e o jogo das forças de mercado representem motivos suficientes para ampliar a integração da economia mundial, as políticas de apoio dos Estados mais fortes e as relações de cooperação entre eles constituem a base política necessária para uma economia mundial estável e unificada (GILPIN apud VADEL, p. 216).
Portanto, o poder militar e político, apesar de serem muito significativos no contexto da globalização, devem estar sustentados por uma base econômica sólida. Este é o pilar do pensamento neorrealista de Gilpin, fundamentado sob a nomenclatura de "Teoria da Estabilidade Hegemônica". Para esta abordagem, o Sistema Internacional deve possuir uma hegemonia que possibilitará o desenvolvimento, bem como os padrões e as normas da economia mundial, promovendo certa estabilidade no ambiente globalizado, onde os Estados são os principais atores.
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Gilpin acredita que as finanças internacionais podem agir como motor na integração da economia mundial e geram consequências políticas significativas, haja vista que acarretam relações de dependência entre os Estados. O pensamento de Gilpin é tão atualmente aplicado que pode ser visto com o fortalecimento do poderio chinês, que vem ganhando espaço cada vez mais se comparado aos Estados Unidos.
A China ainda não pode ser vista como hegemonia (os Estados Unidos ainda possuem capacidades incomparáveis), mas ao analisar o Sistema Internacional sob a ótica realista, pode-se inferir que, futuramente, a China poderá se tornar uma hegemonia no sistema econômico e político global. A relação entre Estado e Mercado é fundamental para a compreensão das questões envolvidas nas mudanças econômicas, políticas e na ordenação das relações internacionais.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Paulo Roberto de. A China e seus interesses nacionais: algumas reflexões histórico-sociológicas.Colunas de RelNet, n.11, jan.-jun. 2005. Disponível em: <http://meridiano47.files.wordpress.com/2010/05/v6n59.pdf>. Acesso em: 27 de Maio de 2015.
VADELL, Javier Alberto. O desafio do capitalismo global. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-73292005000200012&script=sci_arttext >. Acesso em: 27 de Maio de 2015.
< http://www.cbers.inpe.br/sobre_satelite/introducao.php> Acesso em: 27 de Maio de 2015.
< http://brasil.elpais.com/brasil/2015/05/16/politica/1431730179_072878.html> Acesso em: 26 de Maio de 2015
<http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/05/150520_china_visita_america_latina_rb> Acesso em: 26 de Maio de 2015.