Resenha: Uma Boa Mentira

Lançamento: 25 fevereiro 2015

Dirigido por: Philippe Falardeau

Elenco: Reese Witherspoon, Corey Stoll, Sarah Baker

Gênero: Drama

Nacionalidade: EUA, Quênia, Índia

Em momentos de múltiplos conflitos, é crescente a onda de intolerância e xenofobia ao redor do mundo, tendo como consequência o aumento no número de refugiados de um país para outro. Para homenagear a força e resiliência das mais de 50 milhões de pessoas refugiadas ao redor do mundo, a ONU designou o dia 20 de junho como o Dia Mundial do Refugiado. Por isso, a resenha de hoje é do filme “Uma Boa Mentira”.

O filme inicia com uma explanação da situação política do Sudão, o qual depois será chamado de Sudão do Sul. Em 1983, o país se encontrava em meio a uma guerra civil motivada por questões religiosas e pela busca de recursos minerais. Em 1987, milhares de crianças iniciaram uma jornada pela África Subsaariana, em direção à Etiópia e depois para o Quênia, em busca de refugio. Essas crianças ficaram conhecidas como “garotos perdidos do Sudão”.

A guerra foi responsável pela destruição de milhares de vilarejos, inclusive o de Theo (Femi Oguns) e Mamere (Arnold Oceng), que partiram em direção à Etiópia. Sozinhos, eles tentam sobreviver a todas as dificuldades e empecilhos do caminho. Ao encontrar um grupo de refugiados e descobrir que a Etiópia também estava sendo atacada, os irmãos partem junto ao grupo em direção ao Quênia, até que decidem continuar seguindo o caminho por conta própria, decisão que acaba salvando as suas vidas.

Após percorrerem mais alguns quilômetros, as crianças resolveram descansar. Ao acordar, Mamere é avistado por soldados e Theo resolve se entregar para que seus irmãos não fossem levados juntos. Mamere passa a ser líder do grupo, e continuando sua jornada até encontrarem o campo de refugiados Kakuma, onde recebem alimento, roupas e a ajuda que necessitam.

Após 13 anos, os irmãos são finalmente escolhidos para irem aos Estados Unidos, para lá recomeçarem suas vidas. Ao chegar, sua irmã, Abital (Kuoth Wiel), é separada dos irmãos pelas regras da imigração e mandada para Boston, enquanto Mamere, Jeremiah (Ger Duany) e Paul (Emmanuel Jal) são mandados para o Kansas.

Carrie Davis (Reese Witherspoon), assistente responsável por conseguir emprego para os irmãos, que os leva para o lugar em que vão morar auxiliando-os em todo o processo de adaptação. Assim, pode-se ver que a relação entre pessoas de mundos tão diferentes, acaba gerando um choque cultural e, ao mesmo tempo, uma forte ligação, o que faz com que Carrie se envolva mais que o esperado com os irmãos.

Os irmãos fazem de tudo para ficarem juntos com de Abital, porém os atentados de 11 de setembro dificultam a relação entre os Estados Unidos e o Sudão, fazendo com que o programa que trouxe mais de 3 mil refugiados para os Estados Unidos, fosse cancelado.

Os problemas de refugiados não é algo recente, porém os conflitos relacionados a isto em diversas partes do mundo vêm causando o aumento do número de pessoas que são obrigadas a deixarem seu lar. Nesse ano, ao lançar a campanha do ACNUR, o Alto Comissário para Refugiados, António Guterres (ACNUR,2015), disse: "Em todo o mundo estamos testemunhando famílias fugindo da violência. Os números são massivos – mas não podemos nos esquecer que tratam-se de mães, pais, filhas e filhos. Pessoas que levavam vidas normais antes de a guerra tê-las forçado a fugir. Neste Dia Mundial do Refugiado, devemos lembrar do que conecta todos nós – nossa humanidade."

O longa é baseado em fatos reais e tem um final comovente. Durante os créditos é possível conhecer um pouco mais da história dos atores que participaram do filme, fazendo com que possamos ver com outros olhos a questão sobre os refugiados.

Confira o trailer do filme!

Referência

ACNUR. ACNUR lança campanha do Dia Mundial do Refugiado 2015. Disponível em: http://www.acnur.org/t3/portugues/noticias/noticia/acnur-lanca-campanha-do-dia-mundial-do-refugiado-2015/. Acesso em: 15 de junho de 2015.