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Ciberespaço: os ataques chineses aos Estados Unidos


As fronteiras do poderio chinês têm se alargado para além do âmbito econômico. As suas fronteiras no espaço virtual estão indo muito além, do que se acreditava. O jornal norte-americano The New York Times (NYT) divulgou que cerca de quatro milhões de funcionários federais estadunidenses foram lesados pelo grande ataque cibernético contra o governo, o qual foi supostamente realizado pela China.


Compreende-se, então, que situação ocorreu por conta da natureza de um Sistema Internacional anárquico, mas não no sentido de desordem, e sim pela ausência de uma autoridade central e coercitiva no plano mundial. O desejo pujante do exercício da soberania que emana dos Estados provoca uma realidade desafiante, que os coloca em uma arena conflituosa, e, compreendendo a dinamus do Sistema Internacional, a multipolaridade de poderes é algo intrínseco à realidade do SI. Castro e Westerhausen (2012), afirmam que “a simplicidade do mundo pós-guerra (Ocidente contra países socialistas, política de blocos, confrontação bipolar russo-americana) contrasta com a complexidade do mundo atual” (p.33).


A complexidade apontada pelos autores é referente, também, aos cenários em que esta realidade acontece. Os territórios físicos no decorrer do tempo passaram a não comportar o fluxo das relações entre os Estados e os mais diversos atores do cenário internacional atual. Sendo assim, chegamos ao que se denomina “ciberespaço”.


Neste sentido, é notória a ampliação do poder chinês nas mais diversas finalidades que tem colocado em risco, até mesmo a maior potência do mundo, os EUA. Mesmo passando por uma recuperação progressiva da inovação – nos dois últimos séculos, a China tecnológica tem suas raízes bem fundamentadas no decorrer da história.


O período Song (969 – 1279) pode ser apontado com um dos momentos primordiais da partida tecnológica da China, que assegurou seu desenvolvimento nas dinastias seguintes, Yuan (1280 -1368) e Ming (1368 – 1644), que colocou a China como um dos principais centros de inovação do mundo, de acordo com Lyrio (2010).


Os casos de conflitos no Ciberespaço que tem acontecido entre China e Estados Unidos, colocam em questão a realidade de um território obscuro, onde nem mesmo os Estados mais poderosos conseguem manter a segurança de suas fronteiras. Uma situação em que tecnologia não é mais tratada como novidade ou “modismo”, mas como poder. A velocidade da movimentação dos atores no ciberespaço leva à reflexão sobre como o irreal tem se tornado real.


No ciberespaço, vive-se o instantaneísmo que provoca ações e reações irreversíveis. Não se vive apenas uma aceleração da história nesta arena internacional, mas também uma aceleração do real, que tem por fruto o impasse e a insegurança, especialmente de valores intangíveis.


Não há centralidade, o eixo do poder agora é múltiplo, a segurança, seja econômica, política, social, ambiental, entre outras, perpassam pelo domínio da tecnologia, e não apenas isso, mas também a relação desta tecnologia com as reações provocadas em um determinado período e espaço, que fomentam realidades distintas, da paz à guerra.


Contudo, entende-se que o cenário internacional tem sido influenciado por outro espaço, um território cujas fronteiras são tão avassaladoras que chegam a se confundir com as fronteiras visíveis e, às vezes, anulando-as. Portanto, acredita-se que os Estados devem estabelecer a relevância do ciberespaço, onde a conquista das redes informacionais é atribuída a quem detém a maior velocidade.




REFERÊNCIAS


LYRIO, Mauricio Carvalho. A ascensão da China como potência: fundamentos políticos internos / Mauricio Carvalho Lyrio. – Brasília : FUNAG, 2010.

TRIVINHO, Eugênio. A dromocracia cibercultural: lógica da vida humana na civilização mediática avançada – São Paulo: Paulus, 2007.

OLIVEIRA, Lúcio Sérgio Porto. A história da atividade de inteligência no Brasil. Brasília: ABIN, 1999.

CARTA MAIOR. O Crash atual representa o acidente integral por natureza. Entrevista: Paul Virílio. Disponível em: http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Economia/%270-crash-atual-representa-o-acidente-integral-por-natureza%27%0d%0a/7/14361.

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