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Solidariedade e austeridade: o dilema da crise grega e sua permanência na Zona do Euro.


“Fazer ou não fazer parte? O que será mais benéfico? ”. Estes são os questionamentos a serem refletidos quando um país decide fazer parte ou não de um bloco econômico como a União Europeia. Para fazer parte de um bloco, existem medidas e regras à serem seguidas.


Estas regras são um requisito básico para fazer parte da União Europeia Diante disto, a Grécia, vem alegando que parte da sua atual situação econômica se deve às estas exigências feitas para fazer parte do bloco europeu. O país afirma que “gastou demais com as exigências” e também pelo alto gasto do governo e por este motivo está em crise.


Hoje, a situação está mais delicada do que antes, pois agora os gregos e o restante dos europeus lutam para manter a zona do euro estável e encontrar uma saída para o problema da Grécia. Por este motivo, ocorreu um referendo no país, o qual foi acompanhado com minucia não apenas pela Grécia, mas por toda a zona do euro.O referendo do dia 05 de Julho de 2015 dizia respeito às propostas dos credores internacionais (Comunidade Europeia, FMI e Banco Central Europeu), em troca de financiamento para pagar a divida grega. As propostas destes três credores exigiam uma série de reformas econômicas ao governo grego em troca de ajuda financeira. De acordo com o documento, Atenas poderia receber 15,5 bilhões de euros em financiamentos da UE e do FMI. Este valor é um pouco mais do que o necessário para a Grécia conseguir pagar o serviço da dívida nos próximos seis meses.


Entre as demandas necessárias para Atenas receber o valor estão: a redução de pensões, cortes nos salários de funcionários públicos, aumento de impostos sobre alimentos, restaurante e turismo e a eliminação de isenções fiscais em ilhas turísticas. Este último fato já causou protestos no país, onde o desemprego atinge um quarto da população. Manifestantes tomaram conta de Atenas nos dias que antecederam o referendo, evidenciando a divisão entre os que defendem as reformas impostas à Grécia e os que rejeitam as medidas.


Diante de tais propostas, 61.31% dos gregos votaram contra as medidas de austeridade impostas pelos financiadores da divida grega em troca de liberação do resgate econômico. Mas a grande questão é: o que significa o “Não” dos gregos?


O “Não” dos gregos não significa um “não” a zona do euro ou a União Europeia, mas sim um comportamento democrático de escolha para aquilo que será melhor para o país. O “Não” grego no referendo significa que os gregos querem um novo acordo e que algo viável seja encontrado para solucionar o problema do país. A situação é delicada no momento e vários bancos gregos estão fadados a falir, além disso muitos gregos afirmam que a solução mais racional é perdoar sua divida e também ter ajuda financeira dos credores.



Diante de toda a situação, qual seria a melhor opção para a Zona do Euro e para a Grécia? A maioria dos grandes representantes do Euro, bem como os ministros da Comissão Europeia, Eurogroup e da Grécia, apostam na permanecia do Estado na Zona do Euro. Percebe-se, então que a situação não é simples, mas os prejuízos que serão gerados pela saída da Grécia não refletirão apenas no país, mas em todo o bloco europeu.


O que falta para alcançar um pacote de medidas real para a situação grega é uma política pouco austera e mais solidária. As austeridades dos credores força a Grécia a negociar uma dívida, onde esta não tem “dinheiro” para tal. Devido a isto, as rodadas de negociações se arrastam e a onda de pessimismo toma conta da situação. A Grécia faz propostas que chegam até um pedido de “perdão da dívida”, enquanto os credores acabam sendo pouco flexíveis com o país na atual situação.


REFERÊNCIAS

GRIECHISCHE GEMEINDE BLICKT GEBANNT AUF DAS REFERENDUM. Westdeutsch Zeitung Disponivel em: <http://www.wz-newsline.de/lokales/wuppertal/griechische-gemeinde-blickt-gebannt-auf-das-referendum-1.1968383>. Acesso em Julho de 2015.


DAS GRIECHISCHE REFERENDUM IST UNSER REFERENDUM. Assoziation für Kritische Gesellschaftschung. Disponível em: <http://akg-online.org/aktuelles/das-griechische-referendum-ist-unser-referendum>. Acesso em Julho de 2015.


REFERENDUM IN GREECE: PRESIDENT JUNCKER WANTS TO PREVENT A "GREXIT". European Commission. Disponível em: <http://ec.europa.eu/news/2015/07/20150706_1_en.html>. Acesso em Julho de 2015.


GREGOS DIZEM "NÃO" EM REFERENDO HISTÓRICO. Deutsch Welle. Disponível em: <http://www.dw.com/pt/gregos-dizem-n%C3%A3o-em-referendo-hist%C3%B3rico/a-18563228>. Acesso em Julho de 2015.

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