O realismo ofensivo de John Mearsheimer
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John J. Mearsheimer nasceu em dezembro de 1947, no Brooklyn, em Nova York. É professor de Ciência Política e co-diretor do Programa sobre Política de Segurança Internacional da Universidade de Chicago, onde leciona desde 1982. Mearsheimer é autor de cinco livros sobre questões de segurança e política internacional, além de possuir dezenas de artigos e capítulos em revistas acadêmicas, livros, jornais, etc. Em 2001, publicou a obra “The Tragedy of Great Power Politics”, no qual abordou uma das vertentes mais relevantes das teorias contemporâneas de Relações Internacionais: o Realismo Ofensivo.
O Realismo Ofensivo de Mearsheimer é uma versão do Realismo Estrutural de Kenneth Waltz. A vertente propõe que a política internacional é a política das Grandes Potências. Por esta razão, o Realismo Ofensivo objetiva a maximização de poder relativo dos Estados – sendo estes considerados os únicos atores do SI - de modo a garantir sua segurança. Para melhor compreender a visão de Mearsheirmer sobre a estrutura internacional, existem cinco premissas importantes a serem pontuadas:
O Sistema Internacional é anárquico;
Não existe uma autoridade central além dos Estados, logo, as unidades nacionais são independentes e soberanas;
As potências possuem capacidade militar ofensiva, que lhes permite atingir e possivelmente destruir umas às outras;
Os Estados nunca podem ter certeza sobre as intenções alheias, portanto, a sobrevivência é o objetivo primário dos atores internacionais.
Os Estados são atores racionais.
Mearsheimer é muito cético quanto à capacidade de instituições internacionais moldarem o comportamento dos atores políticos internacionais. Raramente existirão potências satisfeitas com a distribuição de poder no sistema. Cálculos de capacidade não determinam o vencedor em uma guerra, nem projeções antecipáveis sobre qualquer grau de certeza significativo acerca do poder relativo dos Estados. Este grau de incerteza, segundo ele, leva as grandes potências a reconhecerem que a melhor maneira de garantir a segurança é assegurando a hegemonia do SI.
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Além disso, um Estado sempre estará em busca da maximização do poder. Isto significa que quanto maior a capacidade de um ator, mais resistente ele será às ofensivas alheias. Identifica-se, então, que há entre os atores um comportamento dominante, estabelecido pela estrutura do Sistema Internacional, citado por ele em duas formas de poder acumulados pelos Estados. O Poder Concreto que se se materializa nos recursos das Forças Armadas dos Estados e território; e o Poder Potencial, referente à população e a riqueza de um Estado. Por isso, fatores como tecnologia, economia, matéria-prima são considerados importantes.
Ocasionando um arranjo de self-help, os Estados tem como consequência direta contar consigo mesmo para sobreviver no ambiente internacional anárquico. Por este motivo, a busca pela hegemonia global tornaria um Estado substancialmente mais poderoso que os outros. Assim, sob a ótica realista, não é possível instaurar a paz através de acordos internacionais. Neste sentido, Mearsheimer aponta para uma valorização das balanças de poder regionais.
Sendo assim, os Estados Unidos possuem o papel de hegemonia mundial tendo a China e a Rússia como seus principais competidores, ainda que China e Rússia figurem como potências nas suas regiões.
REFERÊNCIAS
Disponível em: <http://mearsheimer.uchicago.edu/biography.html>. Acesso em: 28 de junho de 2015.
DINIZ, Eugenio. Relacionamentos Multilaterais na Unipolaridade – Uma discussão teórica realista. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-85292006000200005&script=sci_arttext> Acesso em: 02 de julho de 2015.
MIGUEL, Viniciues Vvalentin Raduan. Fatores estruturais no sistema politico internacional. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/17929/a-perspectiva-realista-na-teoria-das-relacoes-internacionais>. Acesso em: 02 de julho de 2015.