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A retomada das relações diplomáticas entre EUA e Cuba: a reabertura das embaixadas.


Muito divulgada pelos veículos midiáticos, a retomada das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba é um assunto contemporâneo muito relevante, as quais podem provocar mudanças significativas no âmbito internacional.

Antes de adentrar na retomada das relações diplomáticas por meio da abertura de suas embaixadas, faz-se necessário compreender que a relação bilateral nada harmoniosa entre os países foi fortemente marcada por um embargo econômico imposto por Washington em 1960, que significou a total interrupção das relações comerciais, econômicas e financeiras com a ilha. Além disso, com uma revisão derivada da lei Helms-Burton, assinada pelo ex presidente Bill Clinton, eram tomadas medidas punitivas a países que comercializem com a ilha. Assim, Cuba permaneceu isolada por anos.

Em 17 de dezembro de 2014, EUA e Cuba tornaram públicas suas intenções de reaproximação diplomática. Isto se deu a partir da negociação entre Barack Obama e o líder cubano Raúl Castro para libertação do americano Alan Gross e de três cubanos nos Estados Unidos, os quais eram acusados de espionagem. Este fato marcava uma nova fase entre os dois países.

Após 6 meses de discussões, em 20 de julho de 2015, ocorreu a reabertura das embaixadas norte americana em Cuba, bem como da cubana nos Estados Unidos, o que representa um avanço nas relações diplomáticas entre ambos.

A partir disto, outras mudanças significativas foram vistas, como é o caso da facilidade na mobilidade para os funcionários diplomáticos. Limitada anteriormente por George W. Bush, que restringiu o livre deslocamento dos diplomatas cubanos somente ao perímetro de Washington e, como forma de represália, os funcionários norte-americanos também tiveram sua mobilidade reduzida a Havana.

Percebe-se, assim, que a maior liberdade de movimentos aos funcionários significa a maximização de contatos com a população. Esta maior flexibilidade se ampliará também aos acordos diplomáticos dos Estados Unidos com outros países que anteriormente tinham certa restrição, posto que as condições pós retomada de relações diplomáticas geram situações favoráveis a ambos países.

O turismo à ilha (Cuba) é outro ponto importante de salientar: o país seria beneficiado graças aos atrativos naturais e exuberantes que possui, ganhando maior visibilidade internacional.


Diante disto, fica clara a importância e a dimensão do passo dado pelos países. Este momento histórico é fonte de estudos para nós, leitores e autores deste domínio virtual (Site Internacional da Amazônia), que buscam compreender esta realidade à luz das teorias existentes. Não há apenas uma teoria válida para entendimento do ocorrido, mas opto pela Teoria Construtivista para análise.

A Teoria Construtivista, na verdade, é tida como uma metateoria que se baseia na premissa de que “a realidade não é, a realidade está sendo”. Isto demonstra que o cenário internacional não é imutável, mas está em constante mudança.

Para isso, considera fatores intangíveis, modificadores da realidade, como a cultura, os símbolos e até mesmo a personalidade dos líderes. Ao contrário do que se possa imaginar, a realidade não é imposta, é modificada por agentes, é socialmente construída de acordo com os diferentes momentos históricos. Segundo ADLER (1999), “os construtivistas, (...) acreditam que as identidades, os interesses e o comportamento dos agentes políticos são socialmente construídos por significados, interpretações e pressupostos coletivos sobre o mundo”.

De acordo com a teoria, pode-se crer que as relações diplomáticas entre EUA e Cuba foram retomadas devido a superação da realidade anterior, pós-Guerra Fria. Assim como as modificações ocorridas no pensamento da sociedade, que agora entende que a reaproximação dos países seria benéfica para ambas, já que houve perdas para as duas partes. Vale destacar que a personalidade dos líderes, Barack Obama e Raúl Castro, também influenciaram para este feito, pois foram incisivos na prática deste novo rumo da Política Externa dos países.

Ademais, as especulações são inúmeras acerca da situação dos dois países. De um lado se pensa nas reivindicações da população cubana e sua postura frente ao cenário internacional globalizado. Por outro, se pensa nos interesses dos EUA na ilha cubana. Cabe aplicar as teorias contemporâneas para analisar e compreender o dinâmico e complexo cenário internacional.


REFERÊNCIAS

El Pais. O que muda com a reabertura das embaixadas em Cuba e nos EUA. Acesso em: 22 de Agosto de 2015. Disponível em: <http://brasil.elpais.com/brasil/2015/07/01/internacional/1435780933_214812.html>

ADLER, E. O construtivismo no estudo das relações internacionais. Lua Nova [online], n.47, pp. 201-246. 1999.

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