Os Produtos Amazônicos e o Mercado Internacional: Desafios e Perspectivas
A Amazônia representa a região de maior e mais rica biodiversidade do mundo, cujos produtos são apreciados por muitos os países. Isto, somado a concepção mundial de utilização sustentável de produtos naturais, o setor que mais vem movimentando o comércio internacional da região são as sementes, frutas e oleaginosas da Floresta Amazônica.
Sendo extremamente rica em plantas, frutas e oleaginosas, a Floresta Amazônica é considerada única entre os países. Isto se deve não somente à qualidade de cada um, como também à diversidade de sua utilização. Os produtos de origem amazônica são disputados entre o setor de cosméticos, alimentício, fármaco e têxtil. E, dentre os mais comercializados estão o açaí, a andiroba e a castanha-do-pará, cujas propriedades as fazem ser conhecidas como superfrutas.
Face ao reconhecimento internacional destes produtos, as empresas exportadoras situadas na região deveriam estar entre as mais estáveis do mercado brasileiro. No entanto, por diversos entraves político-econômicos, elas ainda vêm tentando se estabilizar no mercado brasileiro e internacional.
Dentre as maiores dificuldades estão a precariedade de recursos tecnológicos situados no Norte do país. Do mesmo modo, as certificações ambientais – vitais para a exportação e comercialização dos produtos – também são um entrave, haja vista que a legislação ambiental ainda é muito confusa e pouco efetiva no país.
Por isso, atualmente o maior desafio deste setor da economia tem sido se manter estável tanto no mercado nacional quanto internacional. Ademais, no século XXI, as maiores demandas internacionais relacionadas a produtos ambientais dizem respeito ao manuseio destes, ao passo que evitar danos ao meio ambiente torna-se essencial para todos os países.
Contudo, acredita-se que os produtos naturais e/ou orgânicos vão na contramão da exportação de madeira e soja (principais produtos exportados pelo Brasil). A demanda de produtos florestais não madeireiros vem crescendo cada vez mais. Por isso, é necessário seguir as regras internacionais de desenvolvimento sustentável, manter contato direto com comunidades locais, usar recursos renováveis na própria produção e visar o retorno econômico para a região.
Logo, exportar produtos naturais, de acordo com as regras ambientais, e manter a atenção com o desenvolvimento sustentável, é atualmente, a melhor estratégia para alcançar estabilidade na economia nacional e internacional, evidenciando que meio ambiente e comércio estão intimamente ligados.
Apesar de o Brasil estar passando por um período de crise econômica, o setor de produtos amazônicos continua em ascensão, de acordo com dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Isto pode ser visto pelas empresas localizadas na região, as quais lidam diretamente com mais de 35 países diferentes, cada uma. E mostram que o mercado internacional para produtos da Amazônia vem crescendo cada vez mais, mesmo o cenário econômico do país não estando favorável.
Diante do exposto, pode-se ver que o comércio internacional de produtos vindos da região amazônica está em expansão. E, somado a ideia de preservação ambiental que tem sido tema de importantes debates internacionais, o que se acredita é que à medida que tais exportações forem crescendo, a atenção com a utilização dos produtos também irá crescer, favorecendo a aplicação de leis e certificações relacionadas ao meio ambiente.
REFERÊNCIAS
ARRAES, Ronaldo A.; DINIZ, Marcelo Bentes; DINIZ, Marcia Jucá Teixeira. A variável ambiental como fator de competitividade: uma análise regional e setorial para o Brasil. CENER, Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, 2001.
Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. Disponível em: http://www.apexbrasil.com.br/.
FIGUEIREDO, Lúcia Campos Sales. Comércio e Sustentabilidade na Amazônia: efeitos da parceria entre empresa e comunidades no uso tradicional de recursos naturais. Universidade Estadual de São Paulo. São Paulo, 2005.
LIMA, Ana Carolinne B. de; ALMEIDA, Mário Tito B. A relação entre sustentabilidade e exportação: uma análise das exportadoras de Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNM) na Região Metropolitana de Belém (RMB). UFSCar: São Carlos, 2014. Disponível em: http://www.jornadagaa.ufscar.br/anais-iii-jornada-de-gestao-e-analise-ambiental.
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Disponível em: http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/.