Resenha: "O Que é Isso, Companheiro?"
![](https://static.wixstatic.com/media/65c9e5_c2e907bd843e481d94f6bd3bbb7e438a.jpg/v1/fill/w_140,h_240,al_c,q_80,enc_auto/65c9e5_c2e907bd843e481d94f6bd3bbb7e438a.jpg)
Em meio a alguns pedidos recentes pela volta da ditadura em protestos pelo Brasil e alegações que naquela época o país não sofrera tanto nas mãos dos políticos, as pessoas esquecem que a época da ditadura fora marcada pela censura dos meios de comunicação e violação dos Direitos Humanos, algo recorrente em interrogatórios da época. Por isso, a resenha de hoje será do filme “O Que é Isso, Companheiro?”, dirigido por Bruno Barreto.
O filme começa com um protesto contra a ditadura e acompanha três amigos nessa luta: Fernando/Paulo (Pedro Cardoso), Oswaldo (Selton Mello) e Artur (Eduardo Moscovis). Nesse mesmo ano, o homem chega à lua, e em comemoração a tal feito, uma festa é dada em homenagem aos Estados Unidos e ao embaixador Charles Elbrick (Alan Arkin).
Após seis meses de imprensa censurada e extrema direita ser instalada no poder, Paulo e Oswaldo decidem entrar na luta armada contra a ditadura. Eles são recrutados por Marcão (Luiz Fernando Guimarães), e levados para um apartamento onde conhecem Maria (Fernanda Torres), membro da direção do movimento revolucionário 8 de outubro – também conhecido como MR-8.
O grupo resolve assaltar um banco, com intuito de terem seus ideais reconhecidos pelas pessoas, pela imprensa e conseguir dinheiro para financiar a luta armada. Porém, na hora da fuga, Oswaldo é atingido, preso e levado para a tortura. Assim como vários acontecimentos da época, o assalto ao banco não seria levado à imprensa e o objetivo do grupo não seria atingido. Por isso, Paulo tem a ideia de sequestrar o embaixador dos Estados Unidos, para que os meios de comunicação quebrem o silêncio e sejam obrigados a falar sobre a luta contra a ditadura, além de conseguirem a extradição de prisioneiros políticos em troca do embaixador.
Para conseguir informações sobre o embaixador, Renée (Cláudia Abreu) finge que veio de Minas Gerais em busca de emprego, possuindo somente o endereço que lhe deram da embaixada americana, lugar onde conhece o chefe da segurança (Milton Gonçalves), o qual tenta ajudar a menina perdida e acaba deixando escapar informações que o grupo precisava. Para colocar o plano do sequestro em ação, o grupo convoca os “companheiros” Toledo (Nélson Dantas) e Jonas (Matheus Nachtergaele), que possuem mais experiência.
No dia do sequestro, o grupo fica esperando em uma rua perto da embaixada, levantando suspeitas da Dona Margarida (Fernanda Montenegro), que liga para a polícia e informa a atividade suspeita, porém não é levada a sério e o sequestro sai como planejado. Os telejornais e meios de comunicação divulgam a carta do grupo, e a luta armada passa a ser divulgada no Brasil. Agora a vida do embaixador está nas mãos do governo, que terão que aceitar os pedidos do grupo em até 48 horas.
A polícia começa a investigação e por meios de denúncias acabam localizando a casa onde o grupo se encontra escondido, mas para a segurança do embaixador, não chegam a invadir a casa. O governo aceita a proposta de última hora, os presos políticos são levados para o México e o embaixador solto na frente do Estádio do Maracanã, em dia de jogo do Flamengo, quando o local estava cheio e com maior facilidade de o grupo se misturar em meio à multidão.
O filme obteve indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro, em 1998. Sendo baseado em fatos reais e contando um pouco da história do Brasil no período da ditadura, focando no sequestro do embaixador Elbrick, em setembro de 1969.