O Show de Truman

Lançamento: 30 de outubro de 1998 Direção: Peter Weir Elenco: Jim Carrey, Laura Linney and Natascha McElhone Gênero: Drama/Comédia/Ficção Científica. Nacionalidade: EUA

No dia 21 de novembro, a Organização das Nações Unidas (ONU) comemora o Dia Mundial da Televisão. Para fazer referência a esta data, a resenha de hoje será sobre o filme O Show de Truman, que mostra de maneira crítica como a mídia é capaz de manipular, o que acontece no mundo, de acordo com seus interesses. O Show de Truman está a há 30 anos no ar e acompanha a história de vida de Truman Burbank (Jim Carrey), desde seu nascimento. O problema é que Truman não tem ideia de que faz parte de um show, justamente por ser manipulado desde seu nascimento. Nas primeiras cenas do filme, um refletor cai do céu perto da casa de Truman, porém a mídia diz se tratar de um pedaço de uma nave espacial. O filme começa com depoimentos dos atores próximos a Truman Burbank e a maneira como os atores enxergam o show chama a atenção. Hannah Gill (Laura Linney), que interpreta a esposa de Truman, diz não acreditar na distinção entre a vida pública e privada. Já Louis Coltrane (Noah Emmerich), que interpreta o melhor amigo do protagonista, diz que tudo o que acontece no show é real e verdadeiro. Em depoimentos como esse, é possível perceber a forma pela qual a mídia manipula a vida das pessoas, as quais não conseguem distinguir o real do imaginário. Do mesmo modo, não conseguem diferenciar o que se refere a vida pública e privada. O produtor do show, Christof (Ed Harris), concede uma entrevista para falar sobre o programa que vem produzindo há 30 anos, nessa entrevista lhe é perguntado o porquê de Truman nunca questionar a sua natureza e o local em que vive. O produtor responde dizendo que as pessoas aceitam a realidade do mundo tal qual ela é apresentada. Isto mostra que as pessoas não têm o costume de instigar o que lhes é apresentado. Isto se deve ao fato de ser mais fácil somente aceitar o que é falado e mostrado a todos como se fosse verdade. Este trecho possui certa semelhança com o famoso filme Mito da Caverna de Platão. O astro do show, desde sua infância, teve um espírito aventureiro e explorador, porém foi aos poucos moldado para que não tivesse vontade de sair da ilha fictícia – onde o programa é filmado – Seahaven. Quando criança, quando velejava com seu pai, uma tempestade fez com que o ator que interpretava o pai de Truman desaparecesse no mar, fazendo com que ele ficasse traumatizado com o mar, criando assim um jeito para que permanecesse conectado com sua cidade. Na adolescência Truman se apaixonou por uma figurante chamada Sylvia (Natascha McElhone), a qual foi retirada rapidamente de cena por não estar no roteiro. Ambos se encontram em várias outras ocasiões, o que não é tolerado pelo produtor, que acaba demitindo-a da figuração. Porém, antes de ser retirada permanentemente, Sylvia resolve contar para Truman que tudo não é o que parece ser, levantando a desconfiança do personagem. Anos mais tarde, devido a uma falha na sintonia do rádio, faz com que Truman ouça os produtores narrando sua trajetória indo para o trabalho, fazendo com que ele perceba que, de fato, nem tudo é o que parece ser. É a partir deste momento que Truman começa a investigar e a questionar o mundo em que ele vive, percebendo que todo esforço que faz para sair da ilha é em vão, pois sempre é impedido por outros personagens, pelo trânsito, por tempestades, etc. O filme recebeu várias indicações ao Oscar, dentre eles o de melhor roteiro original por explorar muito bem a manipulação da mídia e a extrapolação dos limites da publicidade. Isto se deve ao fato de que tudo que é consumido na cidade está à venda, sem falar dos merchandisings que integram certos produtos no dia-a-dia de Truman.