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As Reivindicações Inglesas e a Permanência da Inglaterra na União Europeia



Contrariando as pesquisas que mostravam empate com o Partido Trabalhista do Reino Unido, os conservadores conseguiram a maioria no parlamento e poderão governar com mais liberdade, diferentemente da legislatura anterior. Após a confirmação do resultado, David Cameron, primeiro-ministro inglês, reuniu-se com a rainha Elizabeth, para discutir as bases do seu ‘novo governo’ e afirmou que vai cumprir o referendo sobre o futuro na Europa.


O ano de 2017 promete trazer o referendo para consultar a população sobre uma eventual saída da Inglaterra do Bloco Europeu. E, ainda em 2015, de acordo com uma pesquisa do Instituto Survation, 51% dos britânicos eram favoráveis à saída do bloco.


Cameron sustenta, no entanto, que a primeira via de conciliação é a negociação de termos que, segundo ele, "sejam legalmente vinculantes e irreversíveis". O tema já foi discutido com Angela Merkel e o presidente francês François Hollande. Diante disto, a alemã mostra ter tratado o assunto com extrema delicadeza, haja vista que a Grã-Bretanha é um parceiro econômico extremamente importante e estratégico para o bloco, bem como para seu país.


Porém, é do conhecimento geral que a crise dos refugiados, assim como o frequente debate sobre o papel e a importância das economias menores no bloco europeu, tem preocupado muito os britânicos, que enfrentam cisões mesmo em sua sociedade.


Além dessas duas constantes preocupações, Cameron busca, em sua lista de demandas, obter mais soberania para as decisões do Reino Unido, afastando-se, assim, de medidas para a integração política. Ademais, prevê a valorização das economias que não fazem parte da Zona do Euro, a fim de fortalecer a competitividade interna do bloco. Por fim, o primeiro ministro inglês também enseja liberdade para o Governo britânico impor limites ao livre trânsito de cidadãos da União Europeia. As demandas foram entregues a Donald Tusk, atual presidente do Conselho Europeu.


Internamente, o tema enfrenta críticas e suporte, ao mesmo tempo. O primeiro-ministro inglês sublinhou que é possível a vida fora da EU. E, os eurocéticos afirmam que a saída é uma possibilidade tangível, que daria mais autonomia para o mercado inglês, além de impor outras regras para a comercialização de mercadorias, devido à valorização da libra esterlina. Outro fator preponderante é a questão migratória, que precisa de respostas urgentes e pragmáticas, às quais o Governo britânico quer atender de acordo com sua decisão própria e independente.


Por outro lado, as exportações britânicas para a União Europeia correspondem a quase 15% do PNB, e a participação britânica na UE significa barreiras alfandegárias mais flexíveis. Somam-se a esses dois dados, conforme a The London School of Economics and Political Science (LSE), uma possível queda do Produto Nacional Bruto. O relatório também assinala que os efeitos políticos do BREXIT, neologismo criado a partir da junção de BR, de Great Britain e saída (exit), seriam desastrosos, causando fissuras nos partidos políticos.


Portanto, pode-se identificar que o pragmatismo poderá desconstruir os reais interesses em volta do BREXIT. A União Europeia não quer – e não aceitará – perder o mercado britânico, ao passo que os britânicos são lúcidos o suficiente para saber se a Europa unida é, também, uma unidade política fortalecida. Os próximos capítulos, ao que tudo indica, trarão o atendimento às demandas britânicas, provavelmente não todas, mas principalmente no que diz respeito às reivindicações de ordem econômica e migratória.


REFERÊNCIAS

AZEVEDO, Andreza. Prós e contras da saída do Reino Unido da União Europeia. Disponível em: <http://pt.blastingnews.com/pais/2015/07/pros-e-contras-da-saida-do-reino-unido-da-uniao-europeia-00463305.html>. Acesso em: Novembro de 2015.


DINGRA; OTTAVIANO; SAMPSON, Swati; Gianmarco; Thomas. Should We Stay or Should We Go? The economic consequences of leaving the EU. Disponível em: <http://cep.lse.ac.uk/pubs/download/EA022.pdf>. Acesso em: Novembro de 2015.


PRESSE, France. Premiê britânico apresenta quatro demandas para permanecer na EU. Disponível em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/11/premie-britanico-apresenta-quatro-demandas-para-permanecer-na-ue.html>. Acesso em: Novembro de 2015.


The Economist explains. Why, and how, Britain might leave the European Union. Disponível em: <http://www.economist.com/blogs/economist-explains/2015/04/economist-explains-29 >. Acesso em: Novembro de

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