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O novo paradigma da Economia Criativa na Política Externa Brasileira



A economia criativa trata-se de um novo ramo da economia, onde o seu conceito e estudos ainda são recentes, estando constantemente em construção e consolidação. Isto é trabalhado desde 2010 pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em prol do desenvolvimento socioeconômico dos países, através da liderança participativa das micro e pequenas empresas, artesões e empreendedores. Esta importância se deve ao fato de estes possuírem a criatividade e o capital intelectual como principal fonte de matéria prima, além disso, tal economia está ligada diretamente ao conceito de sustentabilidade, segundo Madeira (2014).


Para Madeira (2014), a economia criativa vem captando as mudanças radicais advindas da revolução digital e tecnológica, redimensionando-as para o processo de capitalização da criatividade e do conhecimento, ou seja, do capital intangível, e que tal processo também pode ser ligado ao desenvolvimento sustentável, visto que a economia criativa vê os patrimônios culturais e o meio ambiente como recursos de cunho estratégico, principalmente para países em desenvolvimento.


A economia criativa, em concordância com Madeira (2014), parte do princípio do processo de convergência da cultura e da economia, processo este, característico da sociedade capitalista contemporânea, que vem sendo usado como uma nova estratégia para o desenvolvimento dos países e também para promover e dinamizar as relações econômicas internacionais.


Esta economia criativa promoveu no momento da crise financeira internacional de 2008 uma alternativa aos Países em Desenvolvimento (PED’s), para movimentarem suas economias e com isso não sofrerem com impactos fortes, visto que, muitos destes países são ricos em recursos naturais e culturais.


O relatório da Economia Criativa da UNCTAD (2010) revelou que no ano de 2008 os produtos de cunho criativo exportaram U$592 bilhões, havendo um crescimento anual médio de 14% no comércio mundial, e que neste mesmo ano, o comércio internacional apresentava uma diminuição de 12% frente à crise financeira. O relatório evidencia ainda, que o fator que impulsionou o crescimento da economia criativa no cenário mundial foi a crise econômica de 2008, onde muitas empresas viram na economia criativa uma forma de se manter no mercado internacional. Tais dados permitem inferir o quão significativo é o desenvolvimento no cenário econômico mundial e principalmente para os PED’s.


No Brasil, este novo modelo econômico está presente há 10 anos e cada dia vem se desenvolvendo, como registrado pela federação da Indústria do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN, 2014). Neste sentido, o país, por ser considerado rico em diversidade cultural, possui um grande potencial para o desenvolvimento desta economia em seu território. Com isto, a Política Externa brasileira vem sendo afetada, pois passa a acrescentar a economia criativa ao seu leque de ação para promover as potencialidades estratégicas que os recursos ambientais e culturais oferecem, tanto para o âmbito interno quanto para a dinâmica das relações internacionais, como expõe Madeira (2014).


O Itamaraty vem exercendo um papel fundamental no plano de ação da Política Externa, para evidenciar e valorizar os produtos brasileiros no mercado global, e com isso, desenvolver a diplomacia cultural, onde tal ação é estratégica para o Governo Brasileiro, no que se trata de seu novo posicionamento no cenário internacional atual como um ator soberano, como explica Madeira (2014).


Pode-se ver o quanto a economia criativa, apesar de ser considerada nova, possui significativa relevância para a economia mundial, países em desenvolvimento, e mais ainda para o Brasil na busca de sua consolidação e credibilidade como ator soberano não apenas em um contexto regional, mas em âmbito internacional, no qual vem proporcionando um novo paradigma para a política externa brasileira, se apresentando com uma serie de desafios e perspectivas a serem encontradas.


REFERÊNCIAS


FIRJAN. Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil. 2014. Disponível em: < http://www.firjan.com.br/EconomiaCriativa/pages/default.aspx> Acesso em: 30/10/2015.


MADEIRA, Mariana Gonçalves. Economia Criativa: Implicações e desafios para a política externa brasileira. Brasília: FUNAG, 2014.


UNCTAD. Relatório de Economia Criativa. Economia criativa: uma opção de desenvolvimento viável. 2010. Portal do Ministério da Cultura. Disponível em: < http://www2.cultura.gov.br/economiacriativa/wp-content/uploads/2013/06/relatorioUNCTAD2010Port.pdf> Acesso em: 23/05/2015.

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