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Cultura e Civilização dos Povos



As variações dos ambientes físicos serviram, desde a antiguidade, como base de estudos para tentar explicar as diferenças de comportamento entre os homens. Do ponto de vista antropológico, o vocábulo inglês “Culture” foi sintetizado pela primeira vez por Edward Tylor como sendo um complexo de conhecimentos, artes, crenças, moral, leis, costumes ou qualquer capacidade de hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade.


Já a palavra civilização aparece como uma evolução múltipla e variada de conceitos, um processo de aperfeiçoamentos sucessivos de educação, depuração e de progressão humana. É a partir destes conceitos básicos que surge a disciplina Cultura e Civilização dos Povos, a qual está entre as principais áreas de formação do internacionalista.


Desse modo, por meio do processo de endoculturação, o ser humano desenvolve a sua capacidade de aprendizagem permanente envolvendo-se cada vez mais a agir da forma que foi ensinado, atribuindo valores, assimilando hábitos, construindo a sua personalidade até o contínuo processo da sua própria identidade.


Dentre esse conjunto de ideias construídas e perpassadas de geração a geração, a sociedade passou a analisar o mundo considerando valores pessoais como universais ou caindo no perigo da relativização de ideias. Na literatura grega, Heródoto afirmou: “Se oferecêssemos aos homens a escolha de todos os costumes do mundo, aqueles que lhes parecessem melhor, eles examinariam a totalidade e acabariam preferindo os seus próprios costumes, tão convencidos estão de que estes são melhores do que todos os outros”.


No âmbito das Relações Internacionais, vemos na história da civilização ocidental o modelo de dominação hegemônica do Império Romano. O interessante não era mais adquirir território, causando grandes danos, e sim se apropriando da liberdade de cada povo. Atualmente, o modelo de dominação hegemônica estadunidense se dá por uma série de conceitos, entre elas, com o meio da implementação da democracia, o uso da força como forma de prevenção a segurança nacional e as relações multilaterais para o bem-estar social. Segundo Starobinksi (2011), a história comportaria ciclos, dos quais certas nações teriam percorrido todas as etapas, deixando grandes exemplos.


O ser humano, devido a sua cultura, desenvolvimento e costumes, ele consegue se adaptar aos mais diferentes ambientes, conseguindo criar uma conexão forte com o urbano e com a natureza. Mas, embora estas funções sejam comuns a humanidade, a maneira de satisfazê-las varia de uma cultura para outra. Porém, qualquer que seja a sociedade, não existe a possibilidade de um indivíduo dominar todos os aspectos de sua cultura.


É de suma importância considerar que a globalização permitiu tal aproximação e miscigenação de culturas e dentro das mesmas, simplificamos crenças, ideologias, educação, arte, leis, etc. Não há um enfoque na dinamização e nem nas pluralidades internas de cada civilização, como, também, o fortalecimento do Ocidente e o afastamento das demais culturas. É, portanto, buscando no passado as explicações para os procedimentos sociais da atualidade que podemos ou repetir ou criar uma história nova.


REFERÊNCIAS


LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Ed. Jorge Zahar. 14ª ed. Rio de Janeiro, 2001. Capítulos: 3 – Antecedentes históricos do conceito de cultura (p. 25-29); 4 – O desenvolvimento do conceito de cultura (p. 30-52); 6 – A cultura condiciona a visão de mundo do homem (p. 67-74).


STAROBINKSI, Jean. As Máscaras da Civilização. Trad. Maria Lúcia Machado. Ed. Companhia das Letras. São Paulo, 2001. (p. 11-25).


TODOROV, Tzvetan. O Medo dos Bárbaros: para além do choque de civilizações. Trad. Guilherme João de Freitas Teixeira. Ed. Vozes. Petrópolis, 2010. (p. 23-37).

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