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Zika Vírus: o cenário Latino Americano e a emergência internacional



Muito se fala sobre o Zika vírus e, especialmente, sobre suas possíveis complicações para as gestantes, porém, nem todos têm conhecimento sobre o assunto. Por ser um vírus da família da Dengue e Febre Amarela, o Zika vírus é transmitido pelo mesmo vetor, o mosquito Aedes Aegypti.


A priori, o vírus foi detectado em 1947, em macacos, na Uganda. Em 1954 surgiram os primeiros casos em humanos que, por meio do vetor de transmissão, percorreu o sul da África e chegou ao sudoeste da Ásia e às ilhas do pacífico. Já em 2015, o vírus chegou ao nordeste do Brasil e, hoje, está presente em mais de dez estados brasileiros. Isto se deve ao fato de o saneamento básico da região ser inadequado – principalmente o acesso à coleta de esgoto – o que facilitou a propagação deste, levando o país a passar por uma epidemia da doença, influencia também pelas condições climáticas.


Diante disto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de emergência internacional, mediante a possível ligação entre os casos de Zika em gestantes e o crescente fenômeno de deficiências neurológicas em bebês, entre elas, a de maior destaque: microcefalia. Segundo a OMS, a suspeita de relação entre ambas foi a razão pela qual o modo como a doença era vista, haja vista que antes era considerada branda e, em alguns casos, assintomática.


Outros 8 países das américas (Chile, Colômbia, El Salvador, Guatemala, México, Paraguai, Suriname e Venezuela) foram afetados pela doença e o Brasil é o que possui o maior número de registros, sem contar os casos equivocadamente diagnosticados como Dengue, pela semelhança entre os sintomas.


Nesta perspectiva, visto que a América Latina é o foco de maior propagação, fez-se necessária a convocação de reuniões entre representantes dos países acometidos. Por esta razão, no dia 03 de Fevereiro, os Ministros da Saúde dos países do Mercado Comum do Sul (Mercosul) discutiram medidas conjuntas para combater o mosquito Aedes Aegypti. Antes mesmo que a reunião acontecesse, o Ministro da Saúde uruguaio, Jorge Basso, mencionou um possível controle das fronteiras para evitar a propagação do vírus. Explicou, porém, sobre a complexidade dos controles, ainda que as barreiras sejam reforçadas, é improvável que se alcance 100% de efetividade, considerando a existência de casos assintomáticos e, portanto, indetectáveis, os quais transitariam livremente.


Corroborando esta ideia, os ministros da Saúde do Mercosul e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) apresentaram uma declaração conjunta, na qual se comprometem a melhorar as estratégias de seus países para controle do mosquito. A justificativa para tal, é que não existe maneira de erradica-lo, apenas minimizar o seu número e, portanto, medidas são necessárias para reduzi-lo para abaixo da linha de risco não somente do Zika, mas também de outras doenças como a Dengue e o Chikungunya.


A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde OPAS/OMS foi chamada para apoiar seus esforços por meio de cooperação técnica, a fim de promover a cooperação horizontal sul-sul e para elaborar os protocolos e diretrizes técnicas em vigilância, comunicação de risco e manejo clínico de pacientes.


Muitos são os questionamentos com relação aos casos de crianças com deficiências neurológicas. Ainda que a ligação entre o vírus e a condição em que vários bebês têm nascido não tenha sido comprovada, o aumento dos casos de microcefalia e outras deficiências, são uma situação extraordinária e ameaçadora para a saúde pública de outras partes do mundo, de acordo com o próprio Comitê de Emergência.


Logo, o que mais pode ser feito para abrandar a propagação do vetor e, por consequência de doenças como a Dengue, o Chikungunya e a Zika? A resposta reside no fato de que a maior guerra a ser enfrentada, não é a guerra apenas contra o mosquito, mas contra a suscetibilidade e em favor de melhorias no saneamento e na qualidade de vida da população mundial.


REFERÊNCIAS


WENTZEL, Marina. Zika: OMS declara emergência internacional por Microcefalia. Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160201_oms_zika_mw_rb>. Acesso em Fevereiro de 2016.


Site da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde. Disponível em: < http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=4996:nota-da-onu-brasil-sobre-o-virus-zika-e-os-casos-de-microcefalia-no-pais&catid=1272:noticiasdtent&Itemid=816>. Acesso em Fevereiro de 2016.


___________. Disponível em: <http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=4994:diretora-da-opas-pede-compromisso-politico-e-mais-recursos-para-enfrentar-o-zika-nas-americas&catid=1272:noticiasdtent&Itemid=816>. Acesso em Fevereiro de 2016.


___________. Disponível em: <http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=4992:declaracao-da-oms-sobre-a-primeira-reuniao-do-comite-de-emergencia-sobre-zika-e-o-aumento-observado-em-disturbios-neurologicos-e-malformacoes-neonatais&catid=1272:noticiasdtent&Itemid=816>. Acesso em Fevereiro de 2016.


___________. Disponível em: <http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=4991:organizacao-mundial-da-saude-declara-emergencia-de-saude-publica-de-importancia-internacional&catid=1272:noticiasdtent&Itemid=816>. Acesso em Fevereiro de 2016.

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