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Kim Jong-un



O antropologista Fraz Boas dizia que cada cultura segue os seus próprios caminhos em função dos diferentes eventos históricos que enfrentou e isso vale para todos os Estados no mundo inteiro, incluindo a Coréia do Norte. Este país, famoso apenas por adjetivos reprovativos e histórias fantásticas e, por conta da falta de informação autêntica, esbanja curiosidade nos mais interessados por la vérité.


A Coréia constitui, por razões históricas e geopolíticas, a única nação completamente encravada entre grandes potências: China, Japão, Rússia e, pela projeção de poder na região, Estados Unidos. Estes fatores condicionam a sua política externa – focada principalmente no armamento bélico – desde que a península foi partilhada na altura do paralelo 38 pelos Estados Unidos e pela União Soviética, no contexto da Guerra Fria.


Enquanto no sul da península se instalava uma democracia, a República Popular foi proclamada no norte pelo jovem herói comunista Kim Il Sung. É de grande relevância notar que as guerras, tanto interestados quanto ideológicas, desempenharam um papel fundamental para a construção da cultura e política da Coréia do Norte, hoje bastante nacionalista e antiocidental (imperialista).

A economia da RDPC (República Democrática Popular da Coréia) se resume na busca pela autossuficiência e pelo desenvolvimento autônomo descritos pelos condicionantes políticos do socialismo Juche. Esse oferece ao mundo o melhor exemplo de retiro consciente do sistema mundial capitalista no mundo pós-colonial em desenvolvimento (CUMINGS, 2004, p.477). Ademais, do lado geopolítico, o conceito do Songun exemplifica a prioridade militar como estratégia de sobrevivência e, por este motivo, as forças armadas passaram a ocupar o centro do cenário político, especialmente com Kim Jong Il (Grande Líder após Kim Il Sung) e mais acentuadamente com Kim Jong-un.

“Nosso Pai” e “Grande Líder” são alguns dos nomes pelas quais os Norte Coreanos chamam Kim Jong-un, Primeiro Presidente da Comissão de Defesa Nacional da Coréia do Norte. Nascido, presumivelmente, em Pyongyang (capital da RDPC) e com aproximadamente 33 anos de idade, Kim Jung-un continua a perturbar a Comunidade Internacional por conta dos quatro testes com armas nucleares feitos desde a sua posse no poder da RDPC em 2011.


Além disso, as constantes acusações contra o governo e os seus métodos, não muito convencionais e tampouco conhecidas completamente, de como administrar o país economicamente, politicamente e socialmente. Outro ponto é o das denúncias dos atos de agressão e/ou negação dos direitos de igualdade, segurança, integridade e liberdade para a população da RDPC, o qual é bastante enfatizado pela mídia ocidental.


Sempre há dois lados da mesma moeda. Enquanto registros sem fundamento acerca de atrocidades, torturas e leis absurdas – como a que todos os homens devem usar o mesmo estilo de cabelo de Kim Jong-un – rodeiam o planeta e criam fantasias nas mentes dos mais ambiciosos, o "Grande Líder" tem prometido focar em reformas educacionais e econômicas para que a RDPC possa se estabilizar e possivelmente crescer e se desenvolver nos próximos anos. No entanto, a soberania e sobrevivência do seu povo continua sendo o objetivo principal do jovem Líder e, contra possíveis aspirações imperialistas vindas dos países ocidentais, Kim Jong-un continua aprimorando suas armas de destruição em massa como uma forma de impedir hipotéticas invasões e assim, proteger o seu povo.

Diante dos fatos supracitados, a República Democrática Popular da Coréia de Kim Jong-un, faz parte de mais um ciclo essencial da história do século XXI e é de grande importância que este conflito seja tratado com muita atenção; não por meio de sanções econômicas como fez os EUA no início deste ano, nem com uma intervenção militar, mas por meio do diálogo diplomático onde os países de influência na região possam não apenas estarem interessados em privar a RDPC de suas armas nucleares (também da possível bomba de hidrogênio) mas, emanados do princípio da alteridade*, incentivarem melhores condições para o progresso por meio da garantia dos direitos humanos para o povo da Coréia do Norte.


*A diferença não se equaciona com a ameaça, mas com a alternativa.


REFERÊNCIAS:

Biography.com Editors. Kim Jong-un Biography. Disponível em: <http://www.biography.com/people/kim-jong-un-2112535> Acesso em: 23 de fevereiro de 2016.

CUMINGS, Bruce (2004). North Korea: Another Country. Nova York: The New Press.

VIZENTINI, P; PEREIRA, A. A discreta transição da Coreia do Norte: diplomacia de risco e modernização sem reforma. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/0034-7329201400310> Acesso em: 23 de fevereiro de 2016.



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