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Charles de Gaulle


Em tempos de crise, quando o mundo está em alvoroço ou quando a lógica humanística parece estar ao avesso, líderes avariados funcionam excepcionalmente bem. A tese é apresentada pelo psicólogo iraniano Nassir Ghaemi e ela responde acertadametne ao caso do antigo soldado e presidente francês: Charles de Gaulle.

Sua formação intelectual foi determinada em sua infância, nascido em Lille, na França, no ano de 1890 e ao seio de uma família católica e patriota, decidiu desde cedo seguir a carreira militar. De Gaulle ingressou na Escola Especial Militar de Saint-Cyr aos dezenove anos, era um soldado esperto e habilidoso, sendo um elemento de destaque do exército francês durante a Primeira Guerra Mundial, chegando a ser ferido três vezes, e por fim, capturado como prisioneiro. Com o fim da Primeira Grande Guerra, De Gaulle foi libertado e, durante o período entre guerras, foi oficial instrutor para o Conselho de Guerra Francês. Na época, ele desenvolveu uma série de obras sobre teoria militar e, apesar de normalmente ser negligenciado pelos militares franceses, os alemães o escutaram e, consequentemente, por meio dos seus ensinamentos, facilmente contornaram a Linha Maginot (defesa impenetravel que impediria a invasão alemã). Em junho de 1940, os alemães dominaram a França, mas não De Gaulle. Este, declarou à rede de notícias BBC que “a chama da resistência francesa não deve se apagar”. Assim, ele se autoexilou para Londres e liderou as Forças Francesas Livres (FFL) – iniciando, dessa forma, sua atuação na política francesa. Um grande líder dever ser realista, resiliente, empático e criativo para que em momentos de desordem social e política, onde a maioria a população manipulada e controlada decide os ramos do Estado, ele possa eficazmente guiar o país à prosperidade. Assim era De Gaulle, que mesmo após o fracasso da quarta república francesa, ainda lutava pela fundação de novas organizações políticas, pela reforma das instituições representativas da França e pela independência da antiga colônia francesa, Argélia. De 1959 até 1969, o estadista implementava a sua ideologia política, “Guallismo”, como presidente da Quinta República Francesa. Ele sancionou uma nova constituição, propôs a solução da autodeterminação aos argelinos (aprovada com 75% dos eleitores), dissolveu a Assembleia Nacional e reformou a economia francesa. Todas essas medidas permitiram que a França atingisse maior prosperidade. No âmbito internacional, De Gaulle não decepcionou. Ele impediu que a França fosse dominada pela aparente hegemonia norte-americana da época e seguiu a política nuclear do seu país. Além do mais, criticou fortemente a campanha estadunidense no Vietnã, sendo também um dos primeiros a questionar Khruschev durante a crise dos mísseis em Cuba. Segundo a teoria da Lógica dos Jogos de Dois Níveis de Robert Putman, Charles de Gaulle soube se impor na polítca doméstica e internacional, garantindo maior estabilidade para a França em uma época de contradições e incertezas que vingavam durante a Guerra Fria. Ele reestruturou o Jogo e alterou as percepções, controlando estratégicamente as pressões internas e externas. Ademais, ele fortaleceu a imagem da França e buscou incansavelmente os interesses franceses no mundo. Portanto, Charles de Gaulle, para sempre avivará uma lembrança memorável. O seu patriotismo e desejo insaciável de fazer com que a França fosse um grande país, servem de exemplo para muitos líderes do mundo inteiro, inclusive para nós, brasileiros. Desta forma, precisamos conhecer a força que uma nação unida pode ter – especialmente em tempos de crise como a que estamos atravessando. Somente assim podemos, como Charles de Gaulle, nos tornarmos heróis patriotas e líderes inquestionáveis de um país da grandeza do Brasil.

REFERÊNCIAS

BBC. Historic Figures: Charles de Gaulle. Disponível em: < http://www.bbc.co.uk/history/historic_figures/gaulle_charles_de.shtml> Acesso em: 18 de abril de 2016.

ESTADÃO. Chareles de Gaulle. Disponível em: <http://acervo.estadao.com.br/noticias/personalidades,charles-de-gaulle,913,0.htm> Acesso em: 18 de abril de 2016.

GHAEMI, S. Nassir. A first-rate madness: uncovering the links between leadership and mental illness. The Penguin Press - USA, 2011.

PUTMAN, D. Robert. Diplomacia e política doméstica: A lógica dos Jogos de Dois Níveis. International Organization Magazine, Boston, 1998.

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