A Teoria de Gaia e o cuidado com a Mãe Terra
A Teoria de Gaia, criada pelo cientista e professor doutor James Lovelock, consiste basicamente em assimilar o planeta terra como um superorganismo que nasce, cresce, envelhece e morre. Segundo a ideia, o globo é um grande organismo vivo que tem a habilidade de obter sua própria energia para garantir seu funcionamento, organizar sua temperatura e clima ou seja, a capacidade de se autorregular. E, olhando em uma ótica mais microscópica, encontram-se os seres vivos, ou no caso seu sistema nervoso.
Devido a séculos de poluição, Gaia – termo usado pelo autor para se referir ao planeta terra – está ficando debilitada, mas será que há perigo de Gaia morrer? Segundo James, possivelmente não, pois, como se regula mediante as circunstâncias que ocorrem, não desfrutará de tal experiência. Quem sofre o perigo de extinção são os seres vivos, que são peças fundamentais para a existência favorável da vida em Gaia, pois sem os organismos fotossintetizantes, a quantidade de CO² seria absurda no planeta, enquanto o oxigênio e o nitrogênio seriam quase nulos. Por isso, a presença da fotossíntese possibilitou a existência humana.
Gaia grita e tenta chamar atenção, influenciar, persuadir por seus meios, furacões, tempestades, terremotos, temperaturas elevadas, etc. Ou seja, usa todo o tipo de alerta para evitar o fim da vida no planeta, claro, se nada for feito.
Nos estudos das Relações Internacionais, o teórico neoliberal, Joseph Nye Jr, desenvolveu o conceito de poderes nas relações entre os países, o qual aborda a existência de três tipos de instrumentos de poder para garantir a hegemonia na arena internacional: Hard Power (uso da força, poder bélico, austeridade e represália); o Soft Power (sedução, persuasão, fazer com que os diferentes “lutem” por um bem em comum, uma política branda ao invés de “punhos de aço”) e o Smart Power (poder inteligente), que consiste na junção dos dois tipos de poder, hard e soft power para o domínio).
Para a entender uma pequena parte da teoria , o Soft Power diz que “as relações não podem se limitar a soma zero, “meu ganho é sua derrota”, mas sim em, meu ganho pode ser o seu também” (NYE, 2010). Logo, as teorias de Nye e manifestações do planeta mediante a poluição, surgem planos para o combate à degradação ambiental, cujo mais recente projeto é a chamada Cooperação das Partes (COP 21).
Em meio a catástrofes naturais e o iminente aumento da temperatura do globo, países se reuniram na Conferência do Clima para delimitarem meios e medidas que impeçam que o aumento da temperatura do planeta ultrapasse os 2°C, culminando eventualmente na criação de novas tecnologias e métodos para não proliferação dos gases poluentes, fortificando por vez as relações interestatais. O também chamado de acordo de Paris, não se limita somente a questões de temperatura, mas também tem foco no combate a elevação do nível do mar, eventos climáticos extremos (como secas, tempestades e enchentes) e falta de água e alimentos.
Quase todos os objetivos da Conferência das Partes são voltados ás relações de parceria entre os Estados, fortalecendo ainda mais a permanência da vontade de “lutar” por um bem comum que, neste caso, seria a sobrevivência e a continuidade da existência da vida em Gaia. Exemplos dessas cooperações para o desenvolvimento sustentável podem ser também representadas pela Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) e a Cooperação Brasil-Alemanha.
Pode não ser tarde para a salvação da grande mãe terra, mas se o homem nada fizer, estará atrasando seus métodos de salvação própria, pois não é o planeta que irá tirar a vida, mas sim os próprios seres vivos.
REFERÊNCIAS
LOVELOCK, James. A Vingança de Gaia. Editora Intrinseca. Rio de Janeiro. 2001.
Brasil Escola. A Hipótese Gaia. Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/biologia/hipotese-gaia.htm>. Acesso em Abril de 2016.
Agência Fapesp. De Mito a Ciência. Disponível em: <http://www.ecolnews.com.br/Gaia_de_mito_a_ciencia.htm>. Acesso em Abril de 2016.
NYE JR, Joseph S. Soft power: the means to success in world politics. 2010.