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Dia para lembrar


Na próxima terça-feira (23/08), será celebrado o Dia Internacional para Relembrar o Tráfico de Escravos e sua Abolição. Tal data foi instituída pela ONU com o intuito de homenagear os heróis da abolição da escravatura, além de propor uma reflexão sobre esse trágico capítulo da história e seus efeitos nos dias de hoje.

Durante o período em que Comércio Transatlântico de Escravos foi ativo, mais de 12,5 milhões de africanos foram trazidos involuntariamente para servir de mão-de-obra nas lavouras e minas das colônias europeias nas Américas. Desses 12,5 milhões, 2,5 deles faleceram logo durante a viagem de vinda e outros milhões devido as condições sub-humanas a que eram submetidos uma vez que chegavam ao Novo Mundo.

Hoje em dia nós nos perguntamos como sociedades que se diziam civilizadas, imbuídas dos valores cristãos e culturalmente avançadas, permitiram que tais eventos catastróficos não só acontecessem, mas também se transformassem em motor vital para seu desenvolvimento e o domínio do território recém-descoberto?

Segundo Foucault(1979), o poder se mantém através da produção do conhecimento que permeia a sociedade justificando o discurso vigente. No caso da Sociedade europeia do século XVI, esse saber veio através de embasamento teológico da igreja que justificou a o discurso da superioridade europeia e permitiu que a sociedade aceitasse a escravidão como fato comum.

Atualmente, mesmo com muitos avanços, esse discurso ainda ecoa, não mais justificados por questões teológicas, mas pela questão racial. Seja de forma explícita ou velada, setores da sociedade ainda se consideram superiores aos negros. Negros por todo continente americano ainda morrem vítimas de violência policial, falta de assistência social, falta de acesso a saúde e a saneamento básico. Religiões de matriz africanas ainda são discriminadas e hostilizadas por suas origens. A grande maioria dos países africanos ainda permanecem relegados a periferia do sistema internacional, sem nunca terem sido compensados pelo holocausto.

Foucault(1979) afirma que o poder não emana de um ponto, mas de uma rede de relações de poder, relações essas que cada um de nós participamos e cabe a nós, como indivíduos e sociedade, superarmos esse discurso, e estabelecer outro que seja igualitário e fraterno.


REFERÊNCIAS:


Terra. Unesco celebra abolição em dia para lembrar fim do tráfico de escravos. Disponível em:<http://noticias.terra.com.br/educacao/unesco-celebra-abolicao-em-dia-para-lembrar-fim-do-trafico-de-escravos,2a2f5ae01baa0410vgnvcm10000098cceb0arcrd.html> Acesso em: 19 de agosto de 2016

FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de janeiro: edições graal, 1979. [if !supportLineBreakNewLine] [endif]

CATEQUISAR. Por que a igreja apoiava a escravidão indígena e africana? . Disponível em: <http://www.catequisar.com.br/texto/colunas/juberto/29.htm> Acesso em: 19 de agosto de 2016


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