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A Perspectiva Pós-Moderna acerca da eliminação das Armas Nucleares



Desde o aumento do medo de uma guerra nuclear que impulsionou a criação do órgão especializado da ONU, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a eliminação das armas nucleares tem se mostrado assunto pertinente na agenda das Organizações Internacionais e das grandes potências. A frente da ONU, Ban Ki-moon, lamentou a falta de progresso quanto a eliminação das armas nucleares, do mesmo modo, o Presidente Obama, em visita à Hiroshima, enfatizou o apelo à eliminação das armas nucleares para todos os Estados.


Para o teórico pós-moderno Richard Ashley (Ashley apud Jatobá, 2013), o fato da sociedade internacional ser pautada pela anarquia, ou seja, a ausência de um poder superior acima dos Estados, deixa claro que todas as relações entre Estados são pautadas nos interesses individuais de cada um, a fim de maximizar seu poder acima dos outros.


O tema relevante aqui, no entanto, seriam as discussões acerca da violência, é um fator intrínseco às ocorrências internacionais do Estado moderno. Logo, destaca-se que o Estado pauta sua conduta mediante sua concentração de violência, seja ela setorial ou não. Mesmo diante deste cenário, os pós-modernos visam desconstruir a identidade nacional demonstrada através de discursos promovidos pelas grandes potências através dos conceitos de segurança internacional e política externa dos Estados, dado o fato de seus discursos serem afirmações de seus poderes e sua maneira de demonstrar a dominação que pretendem exercer sobre os países com menor poder de barganha.


Acredita-se que o maior arsenal de armas nucleares atualmente encontra-se em poder da Rússia e dos Estados Unidos e, mesmo que estes discursem em prol da eliminação de armas nucleares, é preciso reavaliar seus discursos, como sugere Derrida (Derrida Apud Nogueira e Messari, 2005), devido ao fato de recentemente a Rússia ter acusado os EUA de violarem constantemente o TNP (Tratado de Não Proliferação), que permite o uso de energia nuclear para fins pacíficos, ao construírem bombas nucleares para abastecerem suas bases em países como Alemanha, Bélgica e Turquia.


Portanto, os discursos para a construção de verdades, promovidos pelos chefes de Estado das maiores potências mundiais para a sociedade internacional, nada mais seria do que uma voz que tenta calar aquelas menos favorecidas, com o seu discurso dominante. E, mesmo que estes se firmem favoráveis à eliminação de todas as armas nucleares, poucos demonstram isto na prática, pois seria, para alguns, perder o principal recurso de barganha, que prende alguns Estados em sua primazia de dominação.


REFERÊNCIAS


JATOBÁ, Daniel; LESSA, Antônio C; DE OLIVEIRA, Henrique A. Teoria das Relações Internacionais. São Paulo: Saraiva, 2013.


NOGUEIRA, João Pontes; MESSARI, Nizar. Teoria das Relações Internacionais: correntes e debates. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.


ONU Br. Ban pede o fim das armas de destruição em massa de uma vez por todas. Disponível em: https://nacoesunidas.org/ban-pede-fim-das-armas-de-destruicao-em-massa-de-uma-vez-por-todas// . Acesso em: 19/09/16


SPUTNIK. ¿Cuántas armas nucleares existen en el mundo?. Disponivel em: https://mundo.sputniknews.com/infografia/20160919/1063555313/arsenal-mundial-nuclear.htmlhttps://mundo.sputniknews.com/infografia/20160919/1063555313/arsenal-mundial-nuclear.html. .Acesso em: 20/09/16


SPITNIK. EUA violam o tratado de não proliferação de armas nucleares. Disponivel em: https://br.sputniknews.com/mundo/20150926/2245277.html . Acesso em: 20/09/16

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