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Círio de Nazaré e a Práxis da Identidade Cultural


O Círio de Nazaré, uma tradição seguida por mais de 200 anos, considerado patrimônio cultural brasileiro e da cultura popular paraense, também foi declarado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) como Patrimônio Imaterial da Humanidade. Anualmente cerca de dois milhões de pessoas participam das procissões, os participantes tradicionais e grupos de pessoas, denominados romeiros, fizeram com que o evento fosse de um nível regional para o nacional, e com isso este elemento da cultura fez com que fosse necessário entender o passado para formar a identidade do indivíduo de hoje. O maior símbolo do evento religioso está na própria imagem de Nossa Senhora de Nazaré, “É como se a atitude da própria imagem simbolizasse o espaço de transgressão que marcaria o Círio ao longo de sua história” (Iphan, 2006, pág. 19). Os diversos elementos que compõem a festividade do Círio, como carnavalização, civismo, e devoção caracterizam a diversidade de identidade dos participantes. Dotada de um extremo ritual de fé, os principais objetos que transmitem essa força espiritual é a berlinda e a corda. A identidade cultural, dentro do campo das relações internacionais, se compõe na comunidade social. A concepção de identidade do sujeito sociológico, apresentado por Stuart Hall (2005), mostra as características do sujeito de dentro pra fora. “O sujeito ainda tem um núcleo ou essência interior que é o ‘eu real’, mas este é formado e modificado num diálogo contínuo com os mundos culturais ‘exteriores’, e as identidades que esses mundos oferecem” (Hall, 2005, pag. 2). Mesmo com a homogeneização cultural crescente, que ocorre com a globalização, a sociedade paraense trabalha para manter a tradição da festa de Nossa Senhora de Nazaré. Na relação entre o Círio de Nazaré e a identidade cultural nota-se a existência de uma grande diversidade de participantes que através do convívio com novas culturas e se identificam e compartilham um só sentimento.

A procissão principal do Círio de Nazaré é um desfile etnográfico. Diante do descaso dos poderes constituídos, diante da profunda desigualdade social que marca o país, muitos buscam auxílio na fé. A religiosidade que caracteriza o Círio de Nazaré é marcada pela experiência da angústia, da dor, mas também da esperança, da fé no poder supra-humano da Virgem de Nazaré (Iphan, 2006, pág. 70).


REFERÊNCIAS

DOSSIÊ IPHAN 1. Círio de Nazaré. Rio de Janeiro: IPHAN, 2006.


HALL, Stuart. A identidade Cultural da pós-modernidade. 10º ed. Rio de Janeiro. DP&A. Rio de Janeiro. 2005. 102p.

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