Resenha: Sociedade dos Poetas Mortos
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Nacionalidade: EUA
Ano: 1989
Gênero: Drama
Assistir Sociedade dos Poetas Mortos é ser tomado por uma enxurrada de sentimentos revigorantes. A leveza da história, contrastada com as narrativas pessoais arrebatadoras é a característica mais marcante deste filme, que foi um dos sucessos de bilheteria do fim dos anos 1980 e inícios dos 1990. O diretor Peter Weir esbanja criatividade e visão em cenas que retratam com maestria, através de suas lentes, o drama vivido na Academia Welton, no longínquo ano de 1959.
O colégio, extremamente rígido, aceitava somente rapazes, e o clima era de extrema restrição, com uma metodologia de ensino igualmente restrita. Essa forma de ensino, mecanicista e hermética, não dava espaço para que se aflorasse o sentimento humano, uma das grandes dificuldades que o ensino enfrenta. Contudo, a situação começa a mudar com a chegada do carismático professor John Keating, que traz consigo um método de ensino diferente, inovador e mais participativo. Essa mudança acaba por trazer, além de novos ares ao colégio e alunos, uma mensagem de vida positiva, que diz respeito a viver intensamente, guiando-se pelo coração e aflorando a humanidade mais tenra que há em nós, seres humanos.
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O filme foi premiado com o Oscar de 1990 na categoria de Melhor Roteiro Original, recebido pelo roteirista Tom Schulman. Embora o Oscar seja o prêmio mais visado no mundo cinematográfico, a Sociedade dos Poetas Mortos levou também os prêmios BAFTA de melhor filme e melhor trilha sonora, além do César de Melhor Filme Estrangeiro. A lista de prêmios, extremamente reduzida nas linhas acima, é extensa e diversa, fruto de uma produção pensada nos detalhes e executada tendo em mente a ideia do filme. Um exemplo singular dessa sintonia é percebido na cena em que o professor Keating recita o poema de Walt Whitman, “Ó Capitão, Meu Capitão”, que culmina com a explicação do lema carpe diem.
Em pleno dia 15 de Outubro, dia do professor, Sociedade dos Poetas Mortos nos convida a pensar com mais carinho sobre esse profissional que acompanha e forma a todos. Em termos de interdependência complexa, os professores devem estar atentos às transformações do mundo e às respostas que os alunos dão a elas, e como elas lhes influenciam. Sobretudo, deve-se somar forças para criar e optar sempre por uma educação humana, inclusiva e tolerante, aberta ao diálogo e participativa, solidificada em bases multidisciplinares e éticas, além de fincar raízes no pensamento crítico e cidadão. Passados quase 30 anos do lançamento do filme, sua mensagem ainda é muito atual, e também no âmbito internacional, quando se observa uma onda de extremismos e falta de assistência educacional aos mais necessitados.
Por fim, ninguém melhor que Robin Williams, um grande professor em seus filmes, para estar na pele do professor John Keating. O ganhador do Oscar em 1997, de melhor ator coadjuvante, deixou saudades e rever seus filmes ganhou outros tons, dessa vez mais saudosistas e, de certa forma, melancólicos, mas que ajudam a entender mais profundamente a mensagem que as suas produções cinematográficas se dispõem a passar. Um filme essencial e atemporal. Assim como Robin Williams.