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Reivindicações Feministas na Polônia




No dia 3 de outubro de 2016, a Polônia foi palco de um grande protesto em que milhares de mulheres, vestidas de preto, tomaram as ruas de mais de 60 cidades do país, reivindicando contra uma mudança na legislação que restringiria ainda mais o direito ao aborto, além de determinar pena de morte a quem o praticasse. Hoje, o aborto é legalizado no país, em casos de gravidez de risco para a mãe, casos de estupro ou incesto (o crime precisa ter sido provado) e má formação do feto, de acordo com a atual legislação polonesa, datada de 1993, uma das mais restritivas da Europa.

A manifestação, chamada de segunda-feira negra, foi considerada a maior representação do feminismo no país, contra o governo conservador da premier Beata Szydlo. Com isto, percebe-se que o movimento vem se fortalecendo na Polônia, o que pode ser visto pela maior participação das mulheres na Marcha Feminista do dia 8 de março.

Diante disto, destaca-se que o movimento organizado pelas redes sociais contou com a participação de milhares de mulheres (na capital Varsóvia, a prefeitura relatou estimadamente 30 mil pessoas reunidas no Castle Square) e contou com pôsteres e panfletos caseiros e outras iniciativas locais, além da participação de mulheres de diversos perfis, como estudantes universitárias e do ensino médio, mulheres mais velhas e de meia idade, inclusive algumas com crianças pequenas.

De acordo com Sarfati (2004), a teoria pluralista das Relações Internacionais possui quatro premissas básicas: atores não estatais são importantes entidades das relações internacionais; o Estado não é visto como ator unitário; a noção de Estado como ator racional não é útil para as relações internacionais e; a agenda das relações internacionais é extensa.

Sendo assim, tendo a perspectiva feminista como parte de um novo ator, capaz de influenciar tanto interna quanto externamente as relações de um país, percebe-se que o papel da sociedade e movimentos populares tem sua importância diante de acontecimentos que afetam a vida da população, a partir de políticas independentes do Estado. Já no que se refere a não unicidade do Estado, percebe-se que este possui posições diferentes de acordo com cada tema, visto que é dependente de barganha e disputa de poder entre os diversos grupos sociais como a Igreja Católica e o movimento feminista no caso polonês.

De acordo com o paradigma pluralista, diversos são os temas relevantes na agenda de um Estado, como é o caso do tema do feminismo, que vem ganhando mais força e, sendo foco cada vez maior de discussões. A partir disto, pode-se, então, notar a atuação desse ator não estatal fora das fronteiras nacionais, tendo em vista a influência que o movimento na Polônia teve para inspirar o movimento na Argentina, no dia 19 de outubro, nos quais é possível inferir que, em ambos, o controle sobre os corpos femininos foi a principal pauta de discussão.


REFERÊNCIAS:


EL PAÍS. Mulheres, corpo e insurreição. Disponível em: <http://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/24/opinion/1477313842_805785.html> Acesso em: 25 de outubro de 2016

NEXO. Como as mulheres fizeram o governo da Polônia recuar na proibição total do aborto. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/10/05/Como-as-mulheres-fizeram-o-governo-da-Pol%C3%B4nia-recuar-na-proibi%C3%A7%C3%A3o-total-do-aborto Acesso em: 25 de outubro de 2016

EL PAÍS. Miles de mujeres protestan en Polonia contra la posible prohibición del aborto. Disponível em:

http://internacional.elpais.com/internacional/2016/10/03/actualidad/1475520254_916410.html Acesso em: 25 de outubro de 2016

SARFATI, Gilberto. Teoria de Relações Internacionais. Editora Saraiva. São Paulo. 2005

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