Juan Manuel Santos: El camino a la paz; ¿es posible?
Temas polemizados como ‘paz’, ‘refugiados’ e ‘democracia’ tem sido cada vez mais difíceis de serem alinhados aos interesses do Estado, do povo e da sociedade internacional em geral. Com a maior participação da mídia, tecnologia e internet informacional, percebemos certo nível de polarização e, portanto, uma paralisia no andamento e evolução de questões como estas, tão importantes para a sociedade internacional.
Destarte, não foi diferente na Colômbia, onde, por meio de uma maioria mínima de 0.47% da opinião pública, o acordo de paz foi suspenso. Mesmo assim, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, de 65 anos, apostou todo o seu capital político para tentar colocar fim a meio século de guerra interna no país. Este é, um sonho inacabado que recebeu, no último 7 de outubro, o apoio do prêmio Nobel da Paz e que seguirá buscando um maior entendimento não somente pelas partes acordantes (Governo de Colômbia e as FARC: Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), mas também da população colombiana, que sentiu na pele os crimes de guerra das FARC e que almejam justiça.
Sabendo disso, Juan Santos afirma que “una justicia perfecta no permite la paz” e que agora “los invito a todos a que unamos nuestras fuerzas, nuestras mentes y nuestros corazones para que así todos ganemos el más importante premio: la paz de Colombia”. Ou seja, ele tem apelado mais à emoção do que à justiça aos que vivenciaram as atrocidades cometidas pelas FARC e que acharam que as negociações iam ser o rendimento das FARC e não uma conversação entre iguais.
A partir de um melhor conhecimento do atual presidente colombiano, Juan Santos, entenderemos melhor o seu posicionamento acerca do assunto. Ele nasceu em agosto de 1951, em uma das mais poderosas famílias de Colômbia. Seu pai Enrique, na época, era o dono do mais importante jornal local, El Tiempo, e o seu tio Eduardo, era presidente da Colômbia. Desde cedo, ele mergulhou no mundo da política estatal ao ocupar vários cargos, sendo mais conhecido por ter sido o Ministro da Defesa por oito anos, durante o mandato do ex-presidente Álvaro Uribe. Naquela época, Santos se colocava na ofensiva militar contra as FARC, chegando a as reduzir de 20 mil tropas para 5.800. Assim, ele buscava a paz por meio de ataques estratégicos.
Hoje, ao presidir o mais alto posto de um Estado, Juan Santos opta pela paz alcançada por meio do diálogo, da negociação e do entendimento entre todas as partes envolvidas. Apesar de não ter conseguido isso com a recusa do recente acordo, Santos afirma: “seguirei buscando a paz até o último minuto do meu mandato porque este é o caminho para deixar um país melhor aos nossos filhos”. Esperemos os próximos passos de Santos para conhecermos a reconciliação na Colômbia, atingida por décadas de violência de guerrilhas, paramilitares e forças estatais que deixaram oito milhões de vítimas, incluindo 260 mil mortos. Não buscamos a paz perfeita, mas a paz justa.
Referências
BBC. Por que a Colômbia disse 'não' ao acordo de paz com as Farc. Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/internacional-37526293> Acesso em: 29 de outubro de 2016.
COLOMBIA POLITICS. President Juan Manuel Santos, a political biography. Disponível em: <http://www.colombia-politics.com/president-juan-manuel-santos-a-political-biography/> Acesso em: 29 de outubro de 2016.
THE ECONOMIST. Will the Nobel prize bring peace to Colombia? Disponível em: <http://www.economist.com/news/americas/21708665-prize-exposes-gap-perceptions-over-rejected-accord-farc-rebels-will?zid=309&ah=80dcf288b8561b012f603b9fd9577f0e> Acesso em: 29 de outubro de 2016.