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A sinceridade das intenções e efeitos de Rodrigo Duterte

  • Jerry Orlet- Acadêmico do 6º semestre de Relações
  • 1 de dez. de 2016
  • 3 min de leitura

Localizado no sudeste da Ásia, a República das Filipinas é um arquipélago do Pacífico ocidental de 102 milhões de habitantes e é hoje comandado pelo controverso presidente Rodrigo Duterte.

Criticado pela sociedade midiátia e política internacional, Duterte não mede esforços nem limites para impor mudanças na complicada realidade filipina. É possível entender que sua política se guia a partir da moral da responsabilidade, ao visar os resultados, sem dar brechas para temas como corrupção, tráfego de drogas nem subordinação aos grandes influenciadores dos assuntos internacionais como o Papa, a China, a Organização das Nações Unidas e os Estados Unidos.

Filipinas foi uma colônia da Espanha e somente conseguiu derrotar os espanhóis em 1898, com a ajuda dos EUA. Por conseguinte, o país foi vendido aos EUA por 20 milhões de dólares e isso culminou em conflitos internos.

Com a Segunda Guerra Mundial, as Filipinas tiveram que se aliar novamente com os EUA contra a invasão japonesa até os vencer no final da Guerra. Finalmente, em 1946, o país garantiu sua independência dos EUA. Mesmo no século XXI, sua história e cultura continuam fortemente atreladas à política e a economia norte-americana.

O país é governado, tanto a nível local como nacional, por clãs familiares apoiados por importantes empresários: um sistema que aumentou a distância entre ricos e pobres e que impede o crescimento socioeconômico de um país que possui o IDH de 0,668 (2014), e é o 115º do mundo.

Uma das principais causas para esse dado são os mais de 3 milhões de traficantes e usuários de drogas que deflagram o país em um cíclo vicioso de corrupção, crime, pobreza, violência e instabilidade social e política. Por isso, ao assumir posse da presidência há seis meses, ele prometeu matar, nas palavras dele, os “traficantes, assaltantes e canalhas” que já foram encrimidados pela justiça, mas que continuam foragidos.

Mais de 600 mil já se entregaram à justiça, porém, mais de 3.000 já conheceram a morte por não se renderem. É ter ordenado execuções extrajudiciais, que ele é acusado pelos chefes de Estados do mundo todo, pelo Papa Franciso, pela União Europeia, pela ONU e por várias outras organizações de direitos humanos e de grande parte da população mundial que desconhece a sua história.

Nascido em 1945 na cidade de Maasin, Duterte teve uma educação tradicionalmente católica. O pai foi governador de Davao e a mãe professora. Duterte formou-se em Artes na Universidade das Filipinas e Direito no Colégio de San Beda. Ele foi prefeito de Davao por 22 anos e ficou conhecido como "o justiceiro" - que tem os índices de criminalidade mais reduzidos do mundo - por fazer "justiça pelas próprias mãos" e defender a criação de esquadrões da morte. Nas palavras dele: “um líder deve ser um terror aos poucos que são maus para que ele possa proteger as vidas e o bem-estar dos muitos que são bons”.

Sem ter o tradicional manejo diplomático e polítco aceito internacionalmente, Duterte continua a ganhar atenção internacional ao se aventurar na política externa das Filipinas. Recentemente, ele tem atacado a “hipocrisia” e “bullying” dos países ocidentais e tem demostrado interesse em criar novas alianças com a Rússia, Japão e China.

Ele manifestou que talvez seja mais fácil negociar assuntos militares, econômicos e sociais com o recém-presidente eleito Donald Trump e, no âmbito específico, ele já notificou o mundo de que o seu governo não é somente baseado no combate aos crimes e às drogas, mas também baseado em novos projetos de infraestrutura. Por exemplo, será gasto US$ 1 bilhão para um aeroporto e uma ferrovia com leilões a serem lançados em 2017.

Rodrigo Roa Duterte continua sendo desprezado no exterior, embora possua aproximadamente 85% do apoio popular. Fica a reflexão de que, enquanto muitos atores mundiais clamam por valores e princípios morais, nada fazem ou fazem por motivos ideológicos. Por outro lado, alguns poucos conseguem efeitos positivos, por meios controversos. Dos primeiros, sabemos que nos levam a lugar nenhum, dos segundos, somente o tempo nos dirá se os resultados são duradouros e propícios para a humanidade.

REFERÊNCIAS:

ALBERT, Eleanor. "The U.S.-Philippines Defense Alliance". Jun 2016. Council on Foreign Relations. Outubro de 2016.

JORNAL DE NOTÍCIAS. Rodrigo Duterte, o "justiceiro" das Filipinas. Disponível em : <http://www.jn.pt/mundo/interior/rodrigo-duterte-o-justiceiro-das-filipinas-5177535.html> Acesso em: 27 de novembro de 2016.

MAGSAYSAY, Ramon. Roots of Philippine Policy. Foreign Affairs vol. 35, no.1, 1956, New York

NEW YORK TIMES. Desprezado no exterior, Rodrigo Duterte permanece popular nas Filipinas. Disponível em : <http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/the-new-york-times/2016/10/17/desprezado-no-exterior-rodrigo-duterte-permanece-popular-nas-filipinas.htm> Acesso em: 27 de novembro de 2016.

THE GUARDIAN. Rodrigo Duterte slams western 'hypocrisy' as he meets Putin. Disponível em : <https://www.theguardian.com/world/2016/nov/20/rodrigo-duterte-slames-western-hypocrisy-as-he-meets-putin> Acesso em: 27 de novembro de 2016.

 
 
 

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