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A Reconfiguração da Política Italiana e a União Europeia



Os 23 anos de integração da União Europeia foram postos à prova pelas sucessivas crises econômicas – que tiveram início ainda em 2008 e teve como consequência um alto índice de desemprego na zona do euro, segundo a Agência de Estatísticas da União Europeia (Eurostat) – aliadas a crise migratória, aumento da xenofobia e ao BREXIT.

Considerando esse amplo cenário externo, as relações da Itália com a Alemanha e França foram fragilizadas pelo reequilíbrio de forças após a saída do Reino Unido da UE. Tal como no Brasil, a política doméstica italiana é fragilizada pela constante corrupção; a população já enfrentava o desemprego e têm recebido centenas de imigrantes e refugiados, além de ter passado por terremotos que afetaram ainda mais os setores social e o econômico.

O referendo sobre a reforma constitucional que aconteceu no dia 4 de dezembro, foi aprovado pelo Parlamento e defendido pelo, então, Primeiro-Ministro Matteo Renzi, que pretendia retirar a função legislativa do Senado agilizando votações e decisões, e que, dentre outras coisas, diminuiria a participação popular na eleição de presidente. Horas antes do resultado do referendo, que já apontava para a derrota de Renzi, o Primeiro-Ministro renunciou ao cargo.

Segundo Rosenau (1992), as mudanças na política mundial, que são consequência das transformações domésticas dos países, impulsionam novos cenários, como declínios de hegemonias e manifestações populares, como, mecanismo de pressão aos governos.

Esse cenário italiano caracterizado pela busca de soluções para tantas problemáticas é o momento ideal para fortalecer a integração europeia. Segundo Rosenau (1992), as transformações são ideais para clarificar a ordem global, encaminhando os países para a cooperação e estabelecendo governança para suas problemáticas.

Se a União Europeia foi criada com o propósito de fortalecer os países da região que compartilham dos mesmos princípios e problemas, mais uma vez existem motivos para permanecer em cooperação. A Itália precisa, sim, se reorganizar internamente, fazendo as alterações que lhe são necessárias para o bom funcionamento de suas políticas públicas. Mas seu renascimento pode estar alinhado às respostas conjuntas que precisam ser dadas a comunidade internacional.

O governo italiano enfrenta pressões cada vez maiores da população que pede por eleições antecipadas, as disputas partidárias se acirraram após a renúncia de Renzi, a crise migratória ainda não foi solucionada, e a União Europeia está instável sobre a permanência de seus Estados-Membros.

Considerando todos estes fatores, a Itália tem disponível uma plataforma de problemáticas que podem ser solucionadas através de cooperação e pode, mais uma vez, redefinir sua importância e influência na Europa e no sistema internacional.

Referências


Corriere Della Sera. Disponível em: <http://www.corriere.it/politica/> Acesso em: 10 de Dez. 2016.

Eurostat. Disponível em: <http://ec.europa.eu/eurostat> Acesso em: 10 de Dez. 2016.

ROSENAU, James; CZEMPIEL, Ernst-Otto. Governance Without Government: Order and change in world politics. United Kingdom: Cambridge University Press, 1992.


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