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Uma Breve Análise idealista da lista do novo “eixo do mal” de Trump

Desde seus discursos como candidato a presidência, Donald Trump já havia causado grande polêmica devido às suas propostas. Agora presidente, vem agindo como havia prometido em sua campanha, o que preocupa diversos atores do Sistema Internacional.

Algumas destas preocupações estão em torno da política externa envolvendo países como Irã, Iraque, Síria, Sudão, Somália, Iêmen e Líbia (países que seus cidadãos ficaram proibidos de ingressar nos EUA), elencados como ameaça a segurança dos Estados Unidos e que pode ser comparada ao “Eixo do Mal” criado por George W. Bush em 2002.

Bush utilizou esta expressão para caracterizar os países que “representavam grave ameaça ao mundo e à segurança dos Estados Unidos”: Coréia do Norte, Irã, Iraque, Cuba, Líbia e Síria. O termo “Eixo do mal” também é uma referência histórica ao eixo Berlim-Roma da Segunda Guerra Mundial (nazifascismo).

As declarações rígidas feitas pelo atual presidente norte-americano afirmam, assim como as justificativas utilizadas por Bush na década da passada, que tais países são uma clara ameaça à segurança e é dever dos Estados Unidos impedir ações dos mesmos.

As relações entre os EUA e os países citados tiveram diversos momentos turbulentos, porém, durante o período do governo de Barack Obama houveram mudanças significativas, exemplo disso foi o acordo nuclear com o Irã e a reaproximação com Cuba, marcada pela visita de Obama ao país, após sem visitas de qualquer presidente estadunidense.

Outro cenário que é importante analisar as declarações atuais de Trump é com relação à Coreia do Norte. País que realiza diversas ameaças e testes nucleares desde o período em que Obama foi presidente e que não utilizou medidas militares como resposta.

Atualmente o secretário de defesa dos Estados Unidos, James Mattis, já declarou que qualquer teste nuclear da Coréia do Norte terá uma resposta “eficaz e esmagadora” fazendo referência a possíveis ações militares.

As relações diplomáticas, acordos multilaterais e um maior envolvimento no cenário internacional mantido pelo ex-presidente Obama, foram extremamente criticadas por Trump. O que influenciou em suas propostas nitidamente nacionalistas e interesses maiores em acordos bilaterais durante sua campanha.

Além das atuais medidas radicais para impedir estrangeiros de adentrar o país seja para turismo ou para moradia. Considerando tais fatores, as atitudes tomadas por Trump envolvendo estes países já haviam sido prevista por muitos em escala internacional.

Não significa que os atores internacionais estejam satisfeitos com a presente situação. No decorrer dos anos, é notável que a maioria das nações esteja buscando solucionar suas discordâncias através de diálogos e negociações. O atual cenário que é resultado da globalização, como, a aproximação dos Estados, principalmente no setor econômico. Outros exemplos desta integração estão nas ONGs (Organizações Não Governamentais) com atuação internacional que apoiam causas no qual o poder público de cada Estado está ausente, e agentes transnacionais, como, a Cruz Vermelha que oferece suporte a qualquer ferido, em conflitos ou desastres naturais de um país, independente de nacionalidade.

Tais elementos podem ser percebidos nas obras do autor idealista e ex-presidente estadunidense Woodrow Wilson (1856-1924). Wilson expôs em suas obras que acreditava que o projeto de internacionalismo liberal era adaptar aos modelos de paz, liberdade e prosperidade, através de permutas e comércio entre Estados que criariam uma interdependência econômica que desestimularia possíveis conflitos armados.

Apesar de os pensamentos de Wilson terem surgido no início do século XX, existem diversos pontos semelhantes entre eles e a realidade que encontramos na comunidade internacional que em grande parte tem preferência pela cooperação e acordos diplomáticos. Através do crescimento de blocos econômicos, acordos multilaterais, rompimento de barreiras comerciais e até culturais, que muitas vezes impediam a tolerância entre os povos, basicamente a busca por um ambiente internacional pacífico.

Tendo em vista que o Sistema Internacional segue com estes ideais como objetivos a serem alcançados gradativamente, a eleição de Trump pode representar um retrocesso no alcance deste ambiente pacífico já que até então as relações com estes países estavam sem conflitos militares e bélicos. E apenas com as declarações do atual presidente que alguns deles, a exemplo do Irã, iniciaram testes de mísseis e treinamentos militares, foi vista como uma clara ameaça aos países citados.

Portanto, as medidas tomadas por Trump desde sua chegada à presidência, além de apontar diversos países como ruim á segurança estadunidense, são vistas como um grande erro aos pontos de análise de Wilson. A suspensão de acordos multilaterais, as ameaças a outros Estados para conflitos armados, a defesa de barreiras comerciais, principalmente com a China, e o impedimento de entrada de imigrantes vão exatamente à direção contrária exposta por Woodrow Wilson de uma comunidade internacional mais pacífica, tornando o período de seu mandato cercado de incertezas para o campo das Relações Internacionais.

Referências:

BBC NEWS. Who's who in the 'axis of evil'. Disponível em:

http://news.bbc.co.uk/2/hi/1988810.stm

ESTADO DE MINAS. EUA impõem novas sanções ao Irã. Disponível em:

http://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2017/02/03/interna_internacional,844801/eua-impoem-novas-sancoes-ao-ira.shtml

GRIFFITHS, M. 50 Grandes Estrategistas das Relações Internacionais. São Paulo: Contexto, 2003.

O DIA. Novo 'Eixo do Mal'? Trump mira Coreia, Irã e até Cuba. Disponível em:

http://odia.ig.com.br/mundoeciencia/2017-02-03/novo-eixo-do-mal-trump-mira-coreia-ira-e-ate-cuba.html

VALOR ECONÔMICO. Irã faz exercícios militares com mísseis em resposta à sanção dos EUA. Disponível em: http://www.valor.com.br/internacional/4858922/ira-faz-exercicios-militares-com-misseis-em-resposta-sancao-dos-eua.

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