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“A China pode se tornar uma hegemonia?” A grande dúvida do século XXI


A palavra hegemonia, no sentido histórico político, é a supremacia de um povo sobre outro através da introdução cultural, por meios militares, entre outros, a exemplo disso, a China passou por conflitos e invasões, por japoneses e ingleses, no seu passado, sendo o foco para a obtenção de especiarias, técnicas de cultivo, entre outros, então este país sofreu várias influências externas dos países que o invadiram ou se aliaram, como a ex-URSS.


Quando se fala de hegemonia, os pensamentos são rapidamente levados aos Estados Unidos da América, como a maior potência econômica mundial, com suas tecnologias avançadas e suas grandes empresas que possuem filiais no mundo todo. Entretanto, a China vem ganhando espaço a alguns anos, e, atualmente, podemos dizer que ela está caminhando para uma hegemonia em vários quesitos. Os EUA já foram os melhores do mundo nas olimpíadas, porém a alguns anos a China vem tendo destaque com seus atletas, principalmente na ginástica, nas olimpíadas de 2012 os EUA tiveram 46 medalhas de ouro no quadro geral de medalhas, enquanto que a China obteve 38.


A China além de investir nos seus atletas, é a maior compradora de minérios do mundo, além de ser a maior fonte de mão de obra barata, pois as leis trabalhistas não são prioridade, atraindo muitos países para fazerem negócios na região. Vê-se que os EUA ainda são a hegemonia no quesito moeda, pois o dólar ainda é a base econômica, entretanto a China está conquistando espaço, de uma maneira extremamente rápida. A China em 1975 era a nona maior economia do mundo, e em 2001 alcançou a marca de segunda maior economia, ficando atrás apenas dos EUA.


O autor neoliberal, Joseph Nye afirma que a distribuição de poder é um tabuleiro de xadrez tridimensional, no tabuleiro superior está a força militar, que os EUA são potência, no tabuleiro do meio está a força econômica, do qual Nye diz ser multipolar por possuir várias potencias (EUA, China, Japão, União Europeia) e estas dividem o poder mantendo o equilíbrio do sistema, e no tabuleiro inferior estão as relações transnacionais, que são elementos que atravessam os limites dos controles dos Estados, como mudanças climáticas, epidemias e fluxos financeiros. Nye disserta no programa TED (2010), que a China não alcançará os EUA, pois mesmo sendo a segunda maior economia, a China possui muitas áreas em subdesenvolvimento, enquanto que os EUA não, sendo assim o poder econômico da China é grande no seu total, porém não possui uma distribuição de renda relativamente igualitária entre a sua população.


O autor neorrealista, Robert Gilpin ressalta que para que haja estabilidade no Sistema Internacional deve-se haver duas potências hegemônicas, e que tal estabilidade depende das ações das potências hegemônicas. “Quando surge uma potência desafiante ao status quo, entra o cálculo dos custos e benefícios: enquanto o custo de desafiar a hegemonia for superior aos benefícios que poderão ocorrer disso, a potência emergente não desafiará a potência hegemônica.” NOGUEIRA E MESSARI (2005), entretanto vê-se que é extremamente benéfico para a China confrontar a hegemonia estadunidense, na parte econômica e comercial, “a partir do momento em que os benefícios do desafio passam a superar seus custos, o desafio, por meio de uma guerra, se torna inevitável, a não ser que a potência acomode as demandas e permita o crescimento da potência emergente” (NOGUEIRA E MESSARI, 2005), visto que hoje em dia não é preciso deixar na costa de um país 40, 50, 100 mil homens para invadi-lo e/ou conquista-lo, utiliza-se agora um meio mais discreto, que é a forma econômica (AMIN, 2017), e é notável a permissão dos EUA para com o crescimento da China.


Á luz da teoria de Gilpin, é possível que o sistema passe por 2 das 3 mudanças que este cita em sua teoria, que seria a mudança sistêmica, que ocorre quando uma potência hegemônica é substituída por outra, e a mudança da interação, quando o que muda é a natureza da interação predominante dentro do sistema.


Então, a China além de ser uma potência regional, está se tornando uma hegemonia na parte industrial e comercial, pois grande parte das empresas possuem filiais nesse país por conta de sua mão de obra barata e leis trabalhistas falhas, o que ocasiona mais lucro para as empresas. De 2004 a 2010 a China tinha conseguido manter o seu PIB acima dos 9%, entretanto a partir de 2012 o seu PIB foi caindo, até que no ano de 2016, a China teve a maior queda de 6,3%, ocasionando uma redução na sua produção, gerando uma avalanche no Sistema Internacional de Comércio, afetando negativamente muitos países que dependiam de tais transações, incluindo o Brasil, que era um dos maiores exportadores de minérios.


A China, atualmente, possui negócios em todo o mundo, um exemplo é o interesse em criar uma ferrovia que cruza o território brasileiro, para alcançar o Canal do Panamá e, assim, competir com o poder econômico e comercial dos EUA. Sendo assim, é possível pensarmos na China como uma futura hegemonia, seja ao lado dos EUA, seja substituindo-o como nova hegemonia, visto a sua importância no sistema internacional.



Referencias


NOGUEIRA E MESSARI: Teoria das relações internacionais: correntes e debates. Elsevier, 2005


THE CHINA STORY IN FIVE CHARTS. Disponível em: <http://www.livemint.com/Politics/RVbc6GoHZLl8nt6LUQClwN/The-China-story-in-five-charts.html>. Acessado em: 13/02/2017.


JOSEPH NYE: MUDANÇA DO PODER GLOBAL. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=796LfXwzIUk>. Acessado em: 11/02/2017.

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