Animais Fantásticos e Onde Habitam
Data de lançamento 17 de novembro de 2016
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Direção: David Yates
Elenco: Eddie Redmayne, Katherine Waterston, Dan Fogler
Gêneros: Fantasia, Aventura
Nacionalidades: EUA, Reino unido
Estreado mundialmente em 18 de novembro de 2016, AFEOH (Animais Fantásticos e Onde Habitam) conta as aventuras do magizoologista (um pesquisador de animais mágicos) e ex-aluno de Hogwarts, Newt Scamander (Eddie Redmayne) e sua passagem pelos por Nova York, nos EUA, na década de 20. Durante a viagem, acidentalmente sua maleta mágica é aberta, fazendo com que os animais fantásticos que haviam sido capturados e estudados, fujam pela cidade que, no período, passava por problemas sociais e políticos relacionados a ameaça da exposição do mundo bruxo no país americano. Isto ocorria devido a existência de por um grupo fanático de aversão aos bruxos, os “no-majs”, os quais eram conhecidos como os Segundos Salemianos. Por isso, o Congresso Mágico dos Estados Unidos da América (MACUSA) tomou medidas cabíveis para conter essa ameaça de exposição.
O filme é baseado em um dos livros que Harry Potter usou quando era estudante na escola de Bruxaria de Hogwarts, no Reino Unido na década dos anos de 1990, de acordo com a linha do tempo bruxo. Contudo, em um tom mais indireto a nossa realidade, o filme aborda temas que estão presentes na sociedade contemporânea como as questões de intolerância, do emponderamento feminino e da proteção dos animais.
Ao analisar a repressão sofrida por um bruxo em não praticar seus poderes, criando, assim, um Obscurus- que é um tipo de animal mágico parasita que se aproveita de crianças mágicas que reprimem seus poderes. O personagem misterioso, Credence Barebone (Ezra Miller) representa uma reflexão de intolerância como a xenofobia, e homofobia, por exemplo, fato que se aproxima da nossa realidade.
O fanatismo é outra questão bastante presente ao longo do filme, onde matematizar a racionalidade humana, proporciona aos personagens não mágicos a não compreensão daquilo que eles desconhecem (no-majs), retratado no filme, como ato de intolerância entre humanos e bruxos, representado pela personagem Mary Lou Barebone (Samantha Morton). Paralelo a isto, a questão de inserção de um não bruxo Jacob Kowalski (Dan Flouger) como protagonista do filme é algo que merece ser destacado. Isto se deve ao fato de que a cultura como modo de problematização da postura de um indivíduo, e essa não aceitação de uma outra sociedade, desencadeia o aumento da falta de diálogo, o que leva conflitos futuros.
O emponderamento feminino presente no filme, aparece com a questão da presidente do MACUSA, Seraphina Picquery (Carmen Ejogo), que está em um cargo máximo de um órgão público bruxo do seu país e é negra, cujas irmãs, Porpentina Goldstein (Khaterine Waterston) e Queenie Goldstein (Alison Sudol), mostra como a importância feminina é bastante forte no filme. Comparando a nossa realidade, devemos discutir também em âmbito nacional a presença tímida das mulheres na política brasileira, assim como em âmbito internacional. A recém nomeada Vice-Secretária-Geral das Nações Unidas (ONU), Amina J Mohammed, por exemplo, infelizmente representa a minoria feminina que ocupam cargos de grande importância. O filme de David Yats, de forma indireta soube trabalhar com essas questões femininas em seu filme.
E, por fim, o alerta da ciência, a extinção dos animais e a predação sem precedentes, é retratado pelo personagem icônico Newt Scamander, que tenta alertar a comunidade bruxa que eles são inofensivos e merecem ser tratados com mais cautela, por esta razão, há uma reflexão que podem ser analisados sob a perspectiva das Relações Internacionais. Não só os animais estão ameaçados na nossa realidade, mas como os biomas do mundo, a fauna mundial, enfim, a fragilização do ecossistema como um todo, além do contrabando internacional de animais, são uma ameaça real para a sociedade internacional e isso implica diretamente na questão da vida dos seres vivos.