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APOCALYPSE NOW


Data de lançamento 26 de outubro de 1979

Direção: Francis Ford Coppola

Elenco: Martin Sheen, Frederic Forrest, Robert Duvall

Gênero: Guerra, Ação

Nacionalidade: EUA

O diretor de cinema, Frederic Ford Coppola, conseguiu produzir um filme, cuja linha tênue entre a racionalidade e a irracionalidade, é sua característica principal. Lançado em 1979, Apocalypse Now é uma obra que transcende seu tempo. Embora seja sobre o Vietnã – e que, por si só, já é um conflito cheio de questionamentos e incertezas – pode muito bem ser espraiado para conflitos como Síria, Iêmen ou Sudão. Afinal, a própria irracionalidade continua tão presente quanto a guerra propriamente dita. Um exemplo claro e acabado disto é o emprego de armas químicas na Síria no início de abril de 2017. Acredita-se que fora utilizado gás sarin contra civis na cidade de Khan Sheikhun, deixando, 58 mortos, incluindo 11 crianças, segundo a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos.

É difícil, no entanto, saber de quem partiu a agressão. Tal qual, no filme, no Vietnã, onde o agente laranja queimava a pele e deixava a carne exposta, a irracionalidade triunfa. Apocalypse Now, no intuito de desnudar o limite entre razão e loucura, conta com um elenco incrível, e cuja excepcionalidade fala por si só. Marlon Brando, Martin Sheen, Robert Duvall, Harrison Ford, compõem o elenco da obra de Coppola. A união de tantos talentos únicos produz um filme denso, que não termina após o fim dos créditos, mas que continua no dia-a-dia do espectador, que o intriga ao ver as notícias internacionais, e até mesmo na sua realidade.

Levemente baseado na obra de Joseph Conrad, Heart of Darkness, o filme conta a história do Capitão Willard (Martin Sheen), que é chamado pelo serviço militar americano para assassinar o Coronel Walter Kurtz (Marlon Brando). A acusação era de que o coronel havia enlouquecido nos confins do Camboja, tendo iniciado uma seita e, por isso, seria necessário fazê-lo pagar com própria vida.

O efeito devastador da guerra toma conta de Willard, ao passo que ele já cogita viver na selva, pois não crê na possibilidade de viver em sociedade novamente. As cenas mais fortes são introduzidas, em pequenos momentos que mostram a calmaria em cidades vietnamitas. Mulheres fazendo tecelagem, crianças correndo soltas, pessoas conversando... até que os bombardeios começam, sem mostrar nenhuma piedade.

Embora se mantenha firme na missão que lhe fora confiada, Willard já sabe que a sua sanidade estava perdida. Passava a atacar inocentes e a paz já não lhe acompanhava, pois qualquer barulho significava alguém tentando mata-lo, e já não mostrava nenhum apreço aos humanos. É como se o filme mostrasse seu definhamento ao longo das cenas, esvaindo-se cada vez mais, pouco a pouco, até que adentre a selva densa do Camboja atrás de Kurtz. O local parece jamais ter recebido a presença ou visita de humanos, mas, aos poucos, Willard compreende o que levou Kurtz a fixar-se por lá mesmo. Nada ali é como os horrores que vira no seu caminho, mas sim totalmente diferente, inclusive no aparente estado de espírito tranquilo das pessoas.

Apocalypse Now, é a demonstração de como a genialidade humana rompe barreiras e cria uma linguagem própria, intimista. A realidade visual que o filme passa é sensacional, graças a uma equipe de produção muito boa e que se empenha ao máximo na locação e fotografia, para maximizar o realismo do longa. Essas imagens, contudo, são ressignificadas com a incrível trilha sonora do filme. E esse ponto é merecedor de atenção especial, pois une a atuação, a direção e a filmagem, impecáveis, com clássicos imortais da música, como Cavalgada das Valquírias.

Por fim, o filme de Coppola tem muito sobre Relações Internacionais. Ao abordar os horrores da guerra, percebe-se que a questão é realmente no nível macro. No filme, um soldado francês, em sua breve fala, resume muito bem o que a maioria das guerras é para os soldados que, acima de tudo, são humanos, e estão muito longe de quem os manda para o solo, com a missão de matar – e talvez morrer. Diz o soldado que “vocês estão lutando pelo maior nada da história”. À bem da verdade, esse ‘nada’ ainda significa muito, porque os interesses dos Estados estão à frente, e os mesmos fazem o que for necessário para realizar seus interesses.


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