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Por um mundo pleno de paz na Semana Santa



A Semana Santa é um evento eminentemente cristão por fazer memória celebrativa da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. No entanto, mesmo para aqueles que não celebram estes acontecimentos, este é um momento oportuno para, do ponto de vista das Relações Internacionais, refletir sobre situações no mundo contemporâneo que podem ser entendidas à luz dos discursos religiosos.


Três aspectos, dentre outros, podem ser abordados sobre este viés: a religião como fator de guerra e paz; a situação de Jerusalém como local religioso e, ao mesmo tempo, de históricos conflitos; e o cristianismo na mediação pacífica de conflitos.


Em primeiro lugar, fala-se muito hoje em terrorismo religioso, em especial após o aparecimento, no cenário internacional, da Al Qaeda, perpetrador dos atentados de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos. Contudo, em um olhar mais histórico, percebe-se que a religião foi usada muitas vezes como motivação para o conflito, como as cruzadas e os recentes episódios de ataques a igrejas e templos religiosos.


No entanto, paradoxalmente, as religiões são expressões de uma mensagem transcendental de paz e organizam-se internamente como uma sociedade que reúne quem pretende vivenciar valores éticos de solidariedade, misericórdia e diálogo. Os líderes das grandes religiões do mundo, ademais, tem se encontrado e firmemente reafirmado o papel delas na construção da paz mundial. Se existe (e existiu no passado) eventos violentos motivados por religiões, estes são mais expressões de fundamentalismo religioso (calcado na intolerância contra quem pensa e crê diferente) do que ordenamentos de uma determinada religião.


Uma segunda reflexão advém, neste contexto, do símbolo que representa a cidade de Jerusalém na Semana Santa. Seu nome é emblemático: Shalom em hebraico não significa somente paz; esta é uma palavra que reúne tudo de bom que se pode desejar a alguém agora e sempre. Assim, “Jeru Shalaim” quer dizer cidade da paz, da felicidade, do bem...


O paradoxo de que lá seja o berço de três das maiores religiões do mundo (todas monoteístas) e, ao mesmo tempo, seja também o palco de um conflito que parece interminável entre judeus e palestinos, reforça o sentimento de que o problema não está nas religiões em si. Está nas pessoas que não seguem o princípio fundamental e a regra de ouro de qualquer religião: “não faças ao outro o que não gostaria que a ti se fizesse”. Muito há que se fazer em termos de diplomacia internacional para que Jerusalém seja, de fato, a cidade da paz.


Por fim, cabe uma reflexão sobre o cristianismo e a resolução pacífica de conflitos. A mensagem central do anúncio cristão é “amar os teus inimigos e fazer o bem a quem te odeia”. Ao longo da história, mesmo com as incontáveis dicotomias do testemunho nem sempre exercitado, o cristianismo, por meio de seus líderes e dos que são declarados santos, vem influenciando firmemente na construção de diálogo entre as nações.


Exemplos foram as ações do Papa João Paulo II durante seu pontificado, especialmente nos episódios que culminaram no reordenamento geopolítico do Leste Europeu. Destacam-se, igualmente, as declarações e atitudes concretas do atual Papa Francisco que, de muitas maneiras, vem exortando Estados, líderes, Organizações Internacionais e homens de boa vontade a não recorrer à guerra e a apostar sempre no diálogo para construção de uma paz duradoura.


A Semana Santa convida a todos a pensar no valor da vida humana e no seu sentido último. É tempo também de rezar por todas as vítimas das guerras, especialmente os indefesos e inocentes.


Que sejam construídas pontes, nunca muros.

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