Sandra Honoré: o comando da MINUSTAH
Após 13 anos, uma das maiores Missões de Paz das Nações Unidas (MINUSTAH), está sendo concluída. O conflito armado que condenou o presidente do Haiti, Bertand Aristide, ao exílio levou mais de uma década para que a estabilidade, segurança e novas eleições fossem instauradas na região. Um dos grandes nomes nesta longa jornada foi Sandra Honoré, que, desde 2013, tem se dedicado na luta contra a corrupção, pobreza e epidemias, assim como estabilização política, social e econômica de um dos mais países pobres do continente americano.
Sandra Honoré nasceu em Tunapuna, Trinidad e Tobago, em 1955, e se formou em duas graduações: primeiro em Relações Internacionais (Universidade dos West Indies) e segundo em Línguas Modernas (Universidade de Bordeaux), tendo também um mestrado em Interpretação de Conferências (Universidade Polytechnic de Londres). No âmbito de atuação profissional, Honoré serviu ao seu país em vários cargos e por muitos anos, sendo embaixadora na Costa Rica, Diretora da Comunidade Caribenha (CARICOM), Assistente Especial ao Chefe na OAS e mais atualmente, Representante Especial do Secretário-Geral da ONU no Haiti.
Durante a Missão de Paz da ONU no Haiti, houve muitas situações críticas como as rebeliões da oposição contra o governo, em 2004; e o terremoto/furacão Matthew de 2010, que resultou na morte de mais de 220 mil pessoas. Estes eventos deixaram o país praticamente em ruinas e a importância da atuação das forças de Paz da ONU se tornou um fator cada vez mais evidente, ao auxiliar a recuperação, reconstrução e esforços para alcançar a estabilidade neste pequeno país caribenho.
Apesar destes esforços, a atuação das Forças de Paz da ONU em MINUSTAH é colocada em cheque no momento em que são pensados como os que introduziram a cólera, em 2010, que até hoje, já deixou quase 10 mil mortos. Em outro ponto, muitos dos peacekeepers estão sendo acusados de abusos sexuais no Haiti, comprometendo desta forma, a integridade da missão toda.
Embora estes fatores possam ter abalado a atuação da Missão de Paz em MINUSTAH, segundo Sandra Honoré, após 13 anos, é seguro afirmar que o país está “de longe diferente” daquilo que era em 2004, à beira do colapso político-econômico. Ainda segundo ela, já há um certo nível de estabilidade, além de um compromisso do governo em combater a pobreza ao disponibilizar educação, serviços de saúde e ações pontuais de movimentação comercial e econômica.
Portanto e, com o fim da missão (MINUSTAH) da ONU em outubro deste ano, há indícios de que o Haiti realmente conseguiu alcançar certa estabilidade e, por isso, terá que se conter com uma missão muito menor da ONU, que estará focada no treinamento da polícia nacional, no assessoramento do governo, no combate à corrupção e no monitoramento dos direitos humanos na ilha. Para Sandra Honoré, há um balanço positivo da missão no Haiti, pois hoje, o caos e destruição têm dado lugar ao início de um ambiente favorável e seguro no crescimento dos haitianos.
REFERÊNCIAS:
UPCLOSED. Sandra Honoré. Disponível em: <https://upclosed.com/people/sandra-honore/> Acesso em: 10 de setembro de 2017.
UNITED NATIONS. Secretary-General Appoints Sandra Honoré of Trinidad and Tobago His Special Representative in Haiti. Disponível em: <http://www.un.org/press/en/2013/sga1408.doc.htm> Acesso em: 10 de setembro de 2017.
WASHINGTON TIMES. Haiti Peacekeeping Mission Accomplished. Disponível em: <http://www.washingtontimes.com/news/2017/jul/21/un-official-says-haiti-peacekeeping-a-mission-acco/> Acesso em: 10 de setembro de 2017.
UNMULTIMEDIA. Haiti Permanece no caminho de estabilização e consolidação democrática. Disponível em: <http://www.unmultimedia.org/radio/portuguese/2017/07/haiti-permanence-no-caminho-de-estabilizacao-e-consolidacao-democratica/> Acesso em: 10 de setembro de 2017.