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Relações Brasil x China, BRICS e o seu papel fundamental no novo rosto da Economia Mundial


As relações entre o Brasil e a República Popular da China tiveram início ainda no século XIX, quando a rainha Maria I de Portugal, então no Brasil, trouxe trabalhadores chineses para trabalhar em uma plantação de chá no estado do Rio de Janeiro. Desde então, as relações bilaterais entre os dois países têm mostrado um caráter desenvolvimentista em prol do benefício mútuo.


No ano de 2006, com a criação dos BRICS (Brasil, Rússia, índia, China, e África do Sul), a China passou a exercer maiores influências econômicas no cenário internacional, sobretudo em parceira com o Brasil. O bloco tem como principais atividades “a coordenação em reuniões e organismos internacionais e a construção de uma agenda de cooperação multissetorial entre seus membros” (Ministério das Relações Exteriores, 2017). Entre os dias 3 e 5 de setembro de 2017, foi realizada a IX cúpula do BRICS na cidade chinesa de Xiamen, onde foram discutidos temas de diversas vertentes, entre eles, a ampliação dos laços econômicos e comerciais entre os países membros, além das constantes tensões na península da Coreia e seus impactos.


É incontestável que a questão econômica continua sendo o centro das discussões envolvendo o bloco. Este fator pode ser verificado com a criação do Novo Banco de Desenvolvimento, o “banco dos BRICS”, com sede em Xangai. Além disso, o pronunciamento do presidente chinês Xi Jinping, na cerimônia de abertura da cúpula, exaltou que “na década passada, nós os países do BRICS avançamos e nos tornamos um ponto brilhante na economia global”. Neste contexto, segundo o teórico de Relações Internacionais Robert Gilpin (2001), com o constante avanço da globalização, os Estados tendem, cada vez mais a integrar-se, visando seus respectivos desenvolvimentos e, no caso do BRICS, gerando uma interdependência econômica.


Gilpin afirma que mercado e Estado atuam paralelamente, onde o primeiro tende a ultrapassar fronteiras nacionais, ressaltando que, assim como os Estados, o mercado também possui um caráter político. Contudo, os próprios Estados tentam manipular as influências que o mercado promove, a fim de aumentar seu poder de barganha e sua influência face a países rivais, ou até mesmo para promover a cooperação com um aliado. O mesmo cenário pode ser observado nas relações entre Brasil e China, sobretudo comerciais, que vêm ocorrendo nos últimos anos.


Neste contexto, também é possível analisar a relação entre os países componentes do BRICS, sob a ótica do conceito de Interdependência complexa, proposto por Robert Keohane e Joseph Nye (1977). O termo significa dependência mútua, ou seja, a reciprocidade entre países e/ou atores em um determinado tema. Para os autores, a interdependência complexa poderia ser capaz de estabelecer um cenário amistoso entre atores através da cooperação. Porém, estes seriam voltados aos interesses de cada Estado/ator, levando em consideração as necessidades mundiais, onde os assuntos econômicos são tão importantes quanto os que envolvem segurança.


Desta forma, a relação da China com o governo brasileiro atual vem se mostrando promissor, segundo afirmou o presidente Michel Temer, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo: “(...) Em um cenário internacional marcado por incertezas, os dois [países] têm atuado em defesa do livre comércio, têm sido vozes firmes contra medidas protecionistas”. Os dois países têm explorado meios para a aproximação, não somente do ponto de vista econômico, mas também social e cultural.


REFERÊNCIAS:

NEUMANN, Raúl Allard. Globalización, rol del Estado y relaciones internacionales en el realismo de Robert Gilpin. Foro de Altos Estudios Sociales Valparaíso, Chile, 2004. Disponível em: <http://ucv.altavoz.net/prontus_unidacad/site/artic/20090601/asocfile/20090601222222/cuaderno_4.pdf >


KEOHANE, Robert & NYE, Joseph. Power and Interdependence: World Politics in Transition. Boston: Little-Brown, 1977.


Ministério das Relações Exteriores. BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Disponível em: <http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/mecanismos-inter-regionais/3672-brics>. Acesso em setembro de 2017.


Planalto. Relação entre Brasil e China é de “benefícios mútuos”, afirma Temer. Disponível em: <http://www2.planalto.gov.br/acompanhe-planalto/noticias/2017/08/relacao-entre-brasil-e-china-e-de-beneficios-mutuos-afirma-temer>. Acesso em setembro de 2017.


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