Dia Internacional para Eliminação Total de Armas Nucleares
Em dezembro de 2013, a Assembleia Geral da ONU declarou 26 de setembro como o Dia Internacional para Eliminação Total de Armas Nucleares, em dezembro de 2013, com base na resolução A/RES/68/32. De acordo com a determinação da ONU, tal resolução exige o "início urgente das negociações na Conferência sobre o desarmamento em uma convenção abrangente sobre armas nucleares para proibir a posse, o desenvolvimento, a produção, a aquisição (...) o uso ou ameaça de uso e para prover sua destruição”.
Joseph Nye, em seu livro Soft Power: The Means to Success in World Politics (2004), considera que: “Com o advento da era nuclear, os Estados Unidos e a União Soviética possuíam não só o poder industrial, mas os arsenais nucleares e os mísseis intercontinentais. A era das superpotências tinha começado”. (NYE, Joseph. 2004, p. 18).
Segundo a ONU, desde o auge da Guerra Fria, nenhuma ogiva nuclear fora destruída fisicamente com base em algum tratado, seja bilateral ou multilateralmente. Por conseguinte a isso, ainda existem cerca de quinze mil armas nucleares remanescentes, e, de acordo com as Nações Unidas, os países detentores de tal arsenal possuem planos à longo prazo para modernizar esses armamentos.
Vale ressaltar também os intensos efeitos do uso ou proliferação dessas armas no meio econômico e social. Primeiro tem-se um alto custo de produção, seguido de um prejuízo material imenso decorrente de sua utilização, deixando grandes extensões geográficas em ruínas.
É possível analisar esse contexto sob a ótica das teorias Neoliberais da Interdependência Complexa, de Joseph Nye e Robert Keohane (CASTRO, p. 361. 2012). Esses autores acreditam que uma cooperação facilitaria a previsão de ação dos atores no Sistema Internacional e diminuiria o temor dos outros Estados. Essa teoria se mostra viável para compreender o porquê deste cenário atual e o motivo de eliminarmos as armas nucleares ser de valiosa importância.
Assim, verifica-se hoje uma grande dúvida no que diz respeito as atitudes da República Popular Democrática da Coreia, governada pelo Presidente Kin Jong-un e os Estados Unidos da América, presidido por Donald Trump. Devido as constantes trocas de ofensas entre os presidentes, no sábado (23) o chanceler norte coreano RI Yong-ho, afirmou ser “inevitável que seu país lance mísseis na parte continental dos EUA depois que o presidente americano chamou o líder norte-coreano de “homem-foguete”.
Portanto, o tratado de não proliferação de armas nucleares, aprovado em sete de Julho deste ano “reflete preocupações crescentes com a existência e o risco que essas armas oferecem, bem como a consciência das consequências humanitárias catastróficas que resultariam se as mesmas fossem usadas novamente”. Assim - como pôde ser observado em Hiroshima e Nagasaki - enormes perdas humanitárias foram frutos do uso desse artifício de guerra; motivo principal pelo qual a eliminação total das armas nucleares se faz tão importante, ainda mais no cenário atual de extrema tensão internacional.
Referências:
International Day for the Total Elimination of Nuclear Weapons, 26 September. Disponível em: http://www.un.org/en/events/nuclearweaponelimination/background.shtml <Acesso em: 21 Set. 2017>
United Nations, A/RES/68/32. Disponível em: http://www.un.org/en/ga/search/view_doc.asp?symbol=A/RES/68/32 <Acesso em: 21 Set. 2017>
NYE, Joseph. Soft Power: Means to Success in World Politics. PublicAffairs. New York. 2004.
CASTRO, Thales. Teoria das Relações Internacionais. FUNAG. Brasília, 2012.
Coreia do Norte diz ser inevitável que país lance mísseis contra os EUA. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2017/09/1921288-chanceler-da-coreia-do-norte-diz-ser-inevitavel-que-pais-lance-misseis-contra-a-parte-continental-dos-eua.shtml <Acesso em: 24 Set. 2017>
Conferência da ONU aprova tratado sobre a proibição de armas nucleares. Disponível em: https://nacoesunidas.org/conferencia-da-onu-aprova-tratado-sobre-a-proibicao-de-armas-nucleares/ <Acesso em: 21 Set. 2017>