Dia Internacional da não-violência
Em 2 de outubro de 1869 nasceu Mahatma Gandhi, um ícone da luta pela independência da Índia. Em homenagem ao dia de seu aniversário, a Organização das Nações Unidas (ONU), instituiu em Assembleia Geral, o “Dia Internacional da não-violência”, a fim de disseminar os ideais de Gandhi, por meio das organizações internacionais. Com isso, promovendo projetos educativos nas escolas e investindo em campanhas publicitarias visando a conscientização pública.
A importância dos pensamentos de Gandhi na Índia, considerado um dos maiores pacifistas da história, serviram de base para diversas outras revoluções pelo mundo. Sua perspectiva traz à tona ideias de uma revolução pacífica de vertentes filosóficas não-armamentistas. Além disso, busca tornar real conceitos considerados utópico pelos teóricos Realistas das Relações Internacionais como o de que a guerra pode ser evitada, que os conflitos podem ser resolvidos sem violência e que os atores não estatais podem ser decisivos no Cenário Internacional.
Após as conquistas alcançadas por Gandhi, a Índia se tornou um modelo de lutas sociais, mostrando ao mundo o quanto os indivíduos têm o poder de exercer influência no cenário político-social e, assim, estimular diversas outras ações no âmbito internacional. Isto desencadeia revoluções pelo mundo com os ideais da não-violência, como por exemplo na África do Sul, com Nelson Mandela, e nas lutas pelos direitos dos negros nos Estados Unidos, com Martin Luther King Jr.
Este foi o ponto chave para a disseminação das teorias liberais pacifistas e pluralistas, que pregam a não-violência, a maior tolerância e a valorização das diferenças culturais. Seguindo a vertente do Liberalismo Internacionalista (pacifista), o teórico Andrew Moravcsik afirma: “Os atores fundamentais das relações internacionais são os indivíduos e os grupos privados que se relacionam de forma racional e, (...) tendem a se organizar de forma coletiva, a fim de promover os seus interesses ante a sociedade” (SARFATI, 2005, p. 105). Ou seja, a organização coletiva dos indivíduos tem uma capacidade de mudança intensa. Um dos princípios fundamentais das teorias da não-violência é que o poder de ações dos Estados depende do consentimento da população. Assim, nós, como indivíduos organizados coletivamente, podemos determinar processos de ação de não-cooperação, protestos e ocupações para conferir nossos interesses coletivos.
É necessário lutar por uma sociedade mais justa, mais igualitária e, que promova a paz, pois nosso passado foi coberto por muitos conflitos com a morte de inocentes. Estes conflitos foram causados por falta de diálogo e de ações unilaterais, por isso a importância de recordar as lutas de Gandhi e daqueles que seguiram seus princípios, de modo a serem homenageados e colocados em prática no âmbito internacional. Isto pode ocorrer por meio do desenvolvimento de uma diplomacia mais voltada para as injustiças sociais, para o desarmamento e para a cooperação nas ações cotidianas de convivência social e principalmente na educação das crianças, promovendo a tolerância e o respeito das diferenças.
REFERÊNCIAS:
Sarfati, Gilberto. Teoria das Relações Internacionais / gilberto Sarfati. — São Paulo: Saraiva, 2005. Pags: 105-106.
AJONU. Dia Internacional da Não-Violência. Disponível em: < https://ajonu.org/2012/10/17/dia-internacional-da-nao-violencia/>. Acesso em setembro de 2017.
Núcleos de Estudos Contemporâneos. A trajetória política de Mahatma Gandhi e a independência da Índia. Disponível em: < http://www.historia.uff.br/nec/trajetoria-politica-de-mahatma-gandhi-e-independencia-da-india>. Acesso em setembro de 2017.