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500 Anos da Reforma Protestante



Entre os séculos XIV e XV, as práticas da Igreja Católica foram combatidas por Wycliff (1325-1384), Huss (1372-1415) e Savonarola (1452-1498), que foram considerados como pré-reformadores por lutarem contra as irregularidades e práticas consideradas imorais no clero, como condenar superstições, peregrinações, veneração de santos, celibato e as pretensões papais. O poder papal perdeu forças e com isso, surgiram confrontos entre reis, surgindo divisões entre os próprios clérigos e a necessidade de uma reforma. Houve uma grande cisma entre três papas rivais em lugares diferentes no período de 1378 à 1417.


Em 31 de outubro de 1517, quando Martinho Lutero (1483 – 1546), na porta da Igreja do Castelo de Wittemberg, pregou as 95 teses, ele não o fez com a intenção de desencadear um grande movimento na história. Ele agia como um padre preocupado, pois via as almas de seus paroquianos sendo desnorteadas por um escândalo, que era a venda do perdão de Deus, como se fosse mercadoria, por meio de cartas de indulgência.


A Reforma que eclodiu na Alemanha foi para deflagrar uma profunda reforma mudança na Igreja Católica, e atualmente, o mundo possui alguns efeitos colaterais dessa Reforma, como por exemplo, maior reconhecimento para mulheres e recentemente LGBT’s, e, também a inspiração para o movimento dos direitos civis nos Estados Unidos.


Nesse sentido, o teórico Pierre Bourdieu (1998) afirma que o mundo deve ser cumprido à luz de três conceitos fundamentais: o campo, o habitus e capital. Por Campo, entende-se um espaço simbólico, no qual as lutas dos agentes determinam, validam e legitimam representações. É o poder simbólico, onde se estabelece uma classificação dos signos, do que é adequado e pertence ou não a um código de valores. O Habitus relaciona-se a capacidade de uma determinada estrutura social ser incorporada pelos agentes por meio de disposições para sentir, pensar e agir. O termo foi criado por Bourdieu com a finalidade de pôr fim à antinomia indivíduo/sociedade. O Capital é um conceito que discute a quantidade de acúmulo de forças dos agentes em suas posições no campo. Ele distingue quatro tipos de capital: o social, o cultural, o econômico e o simbólico.


O estudo da religião no âmbito das Relações Internacionais é bastante relevante por considerar esta com o fenômeno social mais antigo do mundo, e consequentemente ao exercer suas funções sociais a mesma não se separa do poder político. (Bourdieu, 1998, p. 47).


Partindo da ideia de que a religião cumpre funções sociais, pode-se perceber que esta não existe apenas como justificação da existência humana. A religião existe com o intuito de justificar a existência de fato em uma determinada posição social, ou seja, com tudo aquilo que lhes é socialmente inerente. (Bourdieu, 1998, p.48).


Pode-se concluir que há um início da sociedade, dos esquemas perceptivos, do pensamento e da ação pertencentes ao habitus e das estruturas sociais, pois como a Teoria Construtivista de Relações Internacionais afirma que o mundo é socialmente construído, a religião está alinhada ao poder, aos interesses internacionais, haja vista que o mundo não é apenas materialismo, como explica Bourdieu, por meio dos conceitos de Campo, Habitus e Capital, sendo assim, a Reforma Protestante é relevante no contexto internacional na medida em que interage socialmente e define normas sociais e políticas.


REFERÊNCIAS

CHAUNU, Pierre. O tempo das reformas (1250-1550): A reforma protestante. Lugar na História, v. 49-50, Edições 70, 1993.

BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. 5. ed. São Paulo: Editora Perspectiva, 1998.

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