A Teoria de Tudo
Data de lançamento: 29 de janeiro de 2015
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Direção: James Marsh
Elenco: Eddie Redmayne, Felicity Jones, Tom Prior
Gênero: Biografia, Drama
Nacionalidade: Reino Unido
Baseado na obra de Jane Hawking, Travelling to Infinity: My life with Stephen, A Teoria de Tudo é a cinebiografia do célebre astrofísico inglês Stephen Hawking, cujas contribuições para a ciência são importantíssimas, além de ser portador de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).
Uma das nuances mais frequentes pela qual a película retrata Hawking é como o produto de uma equação que parece não fazer sentido: um homem genial, autor de estudos avançados e complexos, mas de saúde fragilizada e acometido de uma doença do neurônio motor, tentando entender o tempo, mas sendo, na mesma medida, um refém deste.
O início do filme mostra um Stephen sonhador, doutorando em física em Cambridge, que não se encaixa nos padrões dos jovens da sociedade inglesa da década de 1960, e que tem como cujo refúgio suas ideias e estudos. Sua vida, contudo, toma um caminho diferente após conhecer a jovem Jane Wilde, em uma festa de sua universidade.
A moça, ao contrário da maioria das pessoas, interessa-se pelas indagações éticas, filosóficas e científicas de Hawking. Assim, mesmo depois da festa, e a possibilidade de manutenção de contato entre os dois, Stephen se deixa levar pelo medo e não segue adiante.
No entanto, o destino os faz cruzar outra vez, mas Jane já está em um relacionamento. O filme, contudo, parece dar mais ênfase à vida pessoal de Stephen Hawking do que aos seus feitos, que levaram o astrofísico da época a um patamar de um verdadeiro guru da atualidade. O relacionamento dele com Jane é intenso, mas que parece esvanecer com o tempo, à medida em que a doença de Hawking avança. É importante relembrar que o filme é baseado na obra de Jane, que foi sua companheira de 1965 até 1995. Os trinta anos de convivência contínua são retratados de uma forma mais lúdica que científica.
Entretanto, essa opção é adotada pela própria complexidade do pensamento de Hawking. Ainda que pareça interessante ao ler sobre seus feitos, seria maçante ver cenas e cenas de explicação de equações e debate de teorias sobre buracos negros e big bang.
Cabe ressaltar que, diversas vezes, Hawking foi – e continua sendo – criticado por se mostrar mais como um astro pop do que como um físico propriamente dito. Essa linha mais popularizada de Hawking é o que se busca no filme, ainda que mostre momentos delicados como a anuência do mesmo em relação a um triângulo amoroso, que ocorre quando sua doença já está em um estágio mais avançado.
A atuação de Eddie Redmayne como Stephen Hawking é envolvente, e é muito nítido o quanto o ator se doou ao papel. As cenas do nascimento de seu filho, e as que tratam da doença demonstram um repertório de expressões faciais muito rico. Já sua companheira Jane, interpretada por Felicity Jones, ocupa bem o papel de coadjuvante. Esse destaque aumenta com a inserção do personagem de Charlie Cox, Jonathan Jones, que vive um relacionamento amoroso com Jane, ainda casada. O conjunto desses fatores é reunido pelo ótimo trabalho do diretor James Marsh, e que se confirmou com os prêmios recebidos, como o Oscar de Melhor Ator e o Globo de ouro de Trilha Sonora.
A vida e obra de Hawking, feita as devidas ressalvas, pode muito bem nos dar uma visão diferente para a Semana Internacional da Ciência e da Paz, iniciada em 11 de novembro. Tendo sido instituída há mais de 25 anos pela Assembleia Geral das Nações Unidas, é uma semana dedicada à reflexão e promoção das ideias que unem a ciência e tecnologia para a propagação da paz a nível global. As teorias e os estudos de Hawking têm inspirado muito desse ideário, e, com certeza, ajudarão ainda mais no entendimento do universo e suas leis, que, se forem conduzidas do modo correto, indicarão novos caminhos para o desenvolvimento da sociedade internacional – e da humanidade também.