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A viagem de Donald Trump à Ásia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciou no ultimo dia 05 de novembro uma extensa viagem pelos países asiáticos. A visita ao continente é a mais longa feita por um Chefe de Estado estadunidense em mais de 25 anos. A excursão teve como primeiro ponto de parada o Japão, que na região é o principal parceiro estratégico dos EUA, passando também por Coreia do Sul, China, Vietnã e Filipinas.

De acordo com a Casa Branca, dois temas de grande importância estão no foco das discussões durante o encontro do presidente Trump com os demais líderes. Os assuntos a serem tratados foram a respeito dos repetitivos testes nucleares feitos pela Coreia do Norte que causaram uma desestabilidade na região e a expansão de mercados para os Estados Unidos, devido a grande participação da China no comércio asiático.

Entretanto, mesmo que questões como a Coreia do Norte e o comércio da região sejam pontos relevantes, o proposito maior da viagem do presidente norte-americano foi reiterar aos parceiros asiáticos que a política de transferir o cerne dos interesses dos EUA para a Ásia pode até ter permanecido no passado, mas isso não aponta que os Estados Unidos irão ceder influencia para a China.

A ida até a Coreia do Sul foi direcionada a instalação militar norte-americana Camp Humphreys, operada em conjunto com os sul-coreanos, já que essa inspeção à base militar substituiu a visita à zona desmilitarizada na fronteira com a Coreia do Norte. Segundo Washington, essa área foi retirada da jornada do presidente, pois já havia sido frequentado diversas vezes por Mike Pense e Rex Tillerson.

A etapa mais árdua da viagem foi em Pequim, onde o presidente Trump pressionou a China, principal parceira dos norte-coreanos, a endurecer sua atitude contra o país, já que este está sujeito à ajuda dos chineses para manter sua economia operante, além de recomendar do presidente Xi Jinping uma alteração de rota econômica.

Ao mesmo tempo em que os Estados Unidos precisam da China na luta contra o regime de Kim Jong Un, os norte-americanos se sentem prejudicados com suas medidas econômicas. Nas paradas finais, Vietnã e Filipinas, o tema acertado também envolveu o campo econômico, num empenho para firmar acordos comerciais bilaterais.

Sob essa perspectiva, o teórico neorrealista de Relações Internacionais, Robert Gilpin (1987), se destaca pela habilidade de vincular economia, finanças e o processo de globalização ao eixo das Relações Internacionais. De acordo com Gilpin, o elemento bélico que antes aparecia como medidor de força entre as potencias, compartilha agora um lugar com a capacidade econômica que cada Estado possui.

Este é o pilar do pensamento neorrealista de Gilpin, baseado na terminologia da Teoria da Estabilidade Hegemônica (TEH). Sua premissa fundamental é que um espaço internacional economicamente liberal só é imaginável no caso de um país atuar como seu mantenedor, ou seja, que haja uma potência com superioridade político, militar e econômica sobre as demais capaz de sustentar a estabilidade do sistema internacional.

É importante ressaltar que a teoria da estabilidade hegemônica não estipula que o Estado mais poderoso deva adotar uma posição hegemônica no sistema, mas que o único modo do sistema internacional se manter economicamente liberal é a atuação desse “hegemon”.

Dessa maneira nota-se que a essência da viagem do presidente Trump ao continente asiático foi mais direcionada para campo o econômico, a fim de reafirmar sua influencia comercial na região e conter os esforços chineses, principalmente com o desenvolvimento da nova rota da seda. Esse posicionamento dos interesses norte-americanos voltado para a Ásia não é uma política originaria do atual governo, mas sim implantada pelo ex-presidente Barack Obama.

A China impulsionada pelo plano da nova rota da ceda, tende a aumentar sua influencia no mundo, expandir-se na Ásia e se transformar na nova potência dominante. Entretanto, ainda não possui um arcabouço suficiente para ser vista como hegemonia, já que os Estados Unidos ainda possuem capacidades extraordinárias, a exemplo, o seu arsenal militar. Portanto, a constante interação entre os Estados e o Comércio Internacional constitui mudanças significativas no cenário global e que muitas vezes podem determinar um novo ordenamento na forma como as nações guiam suas políticas econômicas.


REFERÊNCIAS

LACERDA, Gustavo Biscaia de. Algumas teorias das relações internacionais: realismo, idealismo e grocianismo. Revista Intersaberes | vol.1 n. 1, p. 56 - 77 | jan-jun 2006. Disponível em: < https://www.uninter.com/intersaberes/index.php/revista/article/viewFile/87/61> Acesso em: 09 de novembro de 2017


VADELL, Javier Alberto. O desafio do capitalismo global. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S003473292005000200012&script=sci_arttext> Acesso em: 09 de novembro de 2017


MARTI. Silas. Em viagem à Ásia, foco de Trump será crise com a Coreia do Norte e comércio. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2017/10/1931788-na-asia-prioridade-de-trump-sera-crise-com-coreia-do-norte-e-comercio.shtml> Acesso em: 09 de novembro de 2017


Coreia do Norte e comércio no centro da viagem de Trump à Ásia. Disponível em: <http://www.dw.com/pt-br/coreia-do-norte-e-com%C3%A9rcio-no-centro-da-viagem-de-trump-%C3%A0-%C3%A1sia/a-41231228> Acesso em: 09 de novembro de 2017


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