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Relação dos EUA e América Latina á luz do Realismo


A América Latina vive uma constante incerteza desde a eleição do presidente Donald Trump. As ações isolacionistas, do presidente americano, causam um grande efeito, principalmente na chamada periferia do mundo. Mas, para maior entendimento é preciso verificar a relação histórica entre América latina e Estados Unidos da América (EUA).

Durante o governo do presidente dos EUA, Ronald Reagan, apolítica externa voltada para América Latina era uma reafirmação dos interesses estadunidenses tanto nas questões políticas quanto econômicas. A política de empréstimos bancários, a longo prazo, junto a valorização do dólar, levou os países latinos ase afundarem em uma crise econômica durante a década de 80, já que a maioria desses países sobrevivia de empréstimos do exterior. Os Estados Unidos apenas saíram do estado isolacionista que estavam, pois era de seu interesse impedir o avanço dos socialistas sobre os países latinos que se estendiam pela América Latina, promovendo golpes para ajudar a extrema direita ou boicotando os movimentos sociais.

Trump, ao ser eleito comum discurso nacionalista representado pela frase que marcou sua campanha “make America great again” deixa claro suas intenções em fazer uma América para americanos, principalmente promulgando leis mais rígidas quanto os imigrantes ou na ideia de criação de um muro na fronteira com o México, justificando que “devemos proteger nossas fronteiras dos estragos de outros países que fabricam nossos produtos, roubam nossas empresas e destroem nossos postos de trabalho”.

Sob essa perspectiva o teórico realista Morgenthau aborda seis princípios do realismo político, de como a política internacional deve ser entendida. Um desses afirma que a política nacional é regida por interesses e que princípios morais de uma nação não podem ser tomados como aqueles que deveriam reger as relações entre os Estados, sendo necessário analisar o interesse dos Estados em termos de poder.

Em uma avaliação da política internacional dos Estados Unidos, no que se refere a acordos e tratados, percebe-se que as medidas tomadas, até então pelo presidente Trump, tem a clara intenção de se posicionar como um Estado soberano que procura se isolar para fortalecer essa soberania.

Um Estado é soberano e regido por seus diversos interesses, e o maior desejo de um estado é alcançar uma hegemonia. Os EUA ao romper tratados e sair de organizações internacionais apenas reafirma sua grande soberania, pois ao assinar um tratado sua soberania é reduzida ao ter que se submeter a regras e acordos, como por exemplo sua saída da UNESCO.

Entretanto, o viés mais realista da política internacional dos Estados Unidos é aquele que tem por fim, a intervenção militar e ocupação de alguns territórios-chave. Tal intento é geralmente precedido por justificativas que objetivam sensibilizar a opinião pública interna e externa em busca do apoio necessário à essas ações, que na maioria das vezes acabam de forma desastrosa.

Geralmente os motivos oficiais que tem justificado essas intervenções passam pelo ardor patriótico na defesa da liberdade e da democracia, que caracteriza tipicamente a índole americana, mas que agride a soberania de outros países sob a égide da defesa e proteção humanitária.

Na América latina, vários são os países aliados dos Estados Unidos, inclusive permitindo a instalação de bases militares. Atualmente a Venezuela que insiste em manter um regime que vem paralisando sua economia e, por conseguinte empobrecendo a nação e seu povo, se constitui em um alvo potencial como uma possível vítima desse poderio americano já que detém uma enorme e desejada reserva petrolífera, base da economia do país. O espírito imperialista que invade o território alheio em busca, na verdade, de vantagens, principalmente a apropriação de recursos estratégicos, exploração da força de trabalho e expansão do seu modelo econômico, dentre outros.

É fato que os Estados Unidos, pela sua hegemonia e posição geográfica sentem-se como líderes nas Américas, e para que assim seja, necessário se faz a manipulação e intromissão nos assuntos internos dos países latinos sempre que uma corrente política não alinhada à sua doutrina surge em um país, ou sempre que interesses econômicos ou estratégicos ameacem o status quo da sua posição histórica.

Para isso as mais diversas estratégias e alinhamentos tem que ser pensadas para que o equilíbrio geopolítico mundial seja mantido, e para isso as ações de diplomacia, ou quando for o caso, aquelas que lançam mão do poderio militar são empregadas, preservando a polaridade de forças no mundo e com isso mantendo a frágil paz mundial dentro dos limites toleráveis frente à natureza belicosa da humanidade, como teorizam os autores realistas.

Referências

ALMEIDA. Paulo Roberto. As Relações dos Estados Unidos com a América Latina. Uma interação histórica recheada de equívocos. RHA, Vol. 4, nº. 4, Sep/Out. 2006.

LACERDA. Gustavo B. d. Algumas teorias das relações internacionais: realismo, idealismo e grocianismo. Revista Intersaberes. Vol. 1, nº. 1, p. 56 – 77, Jan/jun. 2006.

LEWENTHAL, Abraham F. Os Estados Unidos e a América Latina: além da era Reagan. Lua Nova. São Paulo, nº18, Aug. 1989.

SAFARTI, Gilberto. Teoria das Relações Internacionais. São Paulo: Saraiva, 2005.

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