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O papel geopolítico das viagens papais


“E agora eu gostaria de dar a bênção, mas antes… antes peço-vos um favor: antes de o bispo abençoar o povo, peço-vos que rezeis ao Senhor para que Ele me abençoe: a oração do povo que pede a bênção para o seu bispo. Façamos em silêncio esta oração de vós por mim”.

As primeiras palavras do Papa Francisco após ser apresentado no balcão da Basílica de São Pedro, no dia 13 de março de 2013. Palavras simples e humildes que marcaram profundamente o início do pontificado do primeiro papa latino-americano.


O Papa Francisco possui um papel muito importante, afinal ele é um Chefe de Estado, que em meio às tensões, trouxe a tona assuntos de grande relevância, assumiu o papel de estreitar laços e mediar situações, já que suas opiniões são convictas e bem ouvidas pelo mundo.


A sua primeira visita foi no dia 8 de julho de 2013 à ilha de Lampedusa, na Itália, que é o cenário-símbolo da crise dos migrantes que se arriscam em travessias frequentemente mortais pelo Mar Mediterrâneo, tentando fugir da guerra e da miséria em seus países de origem. Francisco busca constantemente ressaltar o chamado missionário cristão a ir até as “periferias da existência” e promover a “cultura do encontro“, em contraste com a cultura do descarte e da morte em que somos pressionados a sobreviver.


Em 2014, o Papa esteve na Terra Santa, e em meio às atividades, surpreendeu a todos fazendo um convite ao presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, e ao presidente de Israel, Shimon Peres, chamando-os para uma intensa oração pela paz, oferecendo sua casa no Vaticano para sediar o encontro e ambos aceitaram o convite. Além disso, defendeu o reconhecimento dos Estados de Israel e Palestina.


No mesmo ano, visitou a Turquia, onde se reuniu em audiência privada com o presidente do país, Recep Tayyip Erdoğan, e em seguida destacou a importância da força do diálogo e da necessidade do compromisso com a construção da paz. Visitou também o presidente do Diyanet (Departamento dos Assuntos Religiosos), Mehmet Gormez, que é mais alta autoridade religiosa islâmica sunita do país. Seu discurso falou da necessidade de lutar contra o terrorismo, principalmente, contra o Estado Islâmico.


Em 2015, apontou, na visita que fez a Cuba, uma "atmosfera de terceira guerra mundial por etapas que vivemos" e que "o mundo precisa de reconciliação". O Pontífice também citou a retomada das relações do país com os EUA com "Estamos sendo testemunhas de um acontecimento que nos enche de esperanças: o processo de normalização das relações entre dois povos, depois de anos de distanciamento. É um processo. É um símbolo da vitória da cultura do encontro, do diálogo". Os governos de Estados Unidos e de Cuba afirmaram que o Papa Francisco foi crucial na reaproximação das relações diplomáticas entre os dois países.


Na Quarta-Feira passada (6), Donald Trump anunciou que a capital de Israel passou a ser Jerusalém e isso causou uma atenção em todo o mundo. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, o Rei Abdullah da Jordânia e o presidente Egípcio, Abdel Fattah al-Sisi rebateram a afirmação do presidente norte-americano, expondo que a decisão unilateral pode desencadear ainda mais turbulência na região, o Papa Francisco que faz valer a sua posição no cenário internacional, também respondeu a ação de Trump:

“Não posso silenciar a minha profunda preocupação pela situação que se criou nos últimos dias e, ao mesmo tempo, dirigir um forte apelo para que seja compromisso de todos, respeitar o status quo da cidade, em conformidade com as pertinentes Resoluções das Nações Unidas. Jerusalém é uma cidade única, sagrada para os judeus, os cristãos e os muçulmanos, que nela veneram os Locais Santos das respectivas religiões, e tem uma vocação especial à paz. Peço ao Senhor que esta identidade seja preservada e reforçada em benefício da Terra Santa, do Médio Oriente e do mundo inteiro e que prevaleçam sabedoria e prudência, para evitar acrescentar novos elementos de tensão num panorama mundial já turbulento e marcado por inúmeros e cruéis conflitos”, afirmou o Pontífice.

Para Andrew Linklater, as ideias de cidadania moderna são fundamentais à reforma da comunidade política, que ocorre porque essas ideias acabam gerando novas práticas sobre as interações humanas. A cidadania diz respeito à superação de déficits morais dentro das comunidades que as promovem.


Do mesmo modo que desenvolver a ideia de cidadania foi fundamental para gerar questionamentos sobre as relações de dominação, a marginalização social e moral, dentro das comunidades, e o estabelecimento de direitos de respeito humano, as injustiças sociais e as desigualdades. A cidadania se refere ao direito de participação política, deveres aos outros cidadãos e a responsabilidade com o bem estar da comunidade como um todo. Logo, percebemos que as ideias modernas de cidadania contribuem à possibilidade de mudança e transformação das sociedades, ideias presentes nos discursos papais nos países em que visita.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

RÁDIO VATICANO. Disponível em: < http://br.radiovaticana.va/news/papa-francisco/viagens> Acesso em: 06 de dezembro de 2017

A SANTA FÉ. Disponível em: <http://w2.vatican.va/content/vatican/pt.html> Acesso em: 06 de dezembro de 2017

MENESES SILVA, Marco Antonio de. Teoria crítica em relações internacionais. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-85292005000200001> Acesso em: 06 de dezembro de 2017

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