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O Corajoso Coração de Irena Sendler


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Data de lançamento: 2009

Direção: John Kent Harrison

Elenco: Anna Paquin, Marcia Gay Harden, Goran Višnjić, Nathaniel Parker

Gênero: Drama

Nacionalidade: EUA


Irena Sendler foi uma assistente social polonesa, que trabalhou de perto nos guetos instaurados pelos nazistas, na ocasião do III Reich, onde os judeus eram confinados forçadamente. Nestes locais, eram obrigados a conviver em condições degradantes, com restrição alimentar, falta de assistência médica e até mesmo execuções sumárias. A cultura judaica tinha de ser sutil, para que manifestações mais efusivas não fossem percebidas pelas autoridades nazistas. O yiddish, um dialeto judaico, muito falado pelo povo judeu, era proibido, e as leituras das Escrituras Sagradas eram feitas às escondidas

Um surto de tifo estourou no gueto e causou a morte de inúmeras pessoas, inclusive crianças. Enquanto a terrível doença continuava fazendo vítimas, Irena teve seu coração tocado, em especial para a situação das crianças. Muitas haviam se tornado órfãs, e eram obrigadas a passar por uma restrição alimentar severa, além de sofrerem com doenças e castigos físicos e mentais. Sofrendo cada vez mais ao ver a perpetuação dessa maldade, Irena resolve arriscar-se. Na posição de assistente social, e podendo, assim, sair do gueto de Varsóvia, toma a decisão de achar um novo lar para as crianças.

Entretanto, a jovem assistente social não encontra apoio tão facilmente. Em primeiro lugar, a maioria de suas colegas de trabalho vira as costas para o sofrimento dos judeus no gueto, e algumas autoridades judaicas suspeitam das reais intenções de Irena. Contudo, a jovem não recua, e consegue a ajuda de muitas pessoas, sobretudo famílias, em sua maioria cristãs e suecas, que aceitam acolher as crianças judias. As famílias das crianças também passam a enxergar com bons olhos a ação de Irena, à medida em que se torna irreversível a ida deles para um campo de trabalhos forçados.

Um ponto muito positivo do filme é a ambientação. A atriz Anna Paquin, que faz o papel de Irena Sendler, mergulhou de cabeça na história do filme, tendo inclusive aprendido polonês. O fato de a língua polonesa ser a língua do filme confere muito mais credibilidade para a obra, e os produtores também tiveram a sensibilidade de optar por mais atores poloneses, muitos inclusive de ascendência judaica, e que, de certa forma, tiveram suas histórias de vida marcadas pelos horrores nazistas. Os locais de gravação também são históricos, e foram muito bem aproveitados para compor o drama da obra.

As famílias suecas são muito receptivas em relação às crianças adotadas, e as ajudam a adaptar-se na vida da sociedade polonesa, ensinando-lhes a língua do país e também fornecendo-lhes educação. O grande temor dos judeus era que, ao irem morar com outras famílias, as crianças tivessem de converter-se ao cristianismo, o que não se provou verdade. O que aconteceu, e o filme mostra claramente, é que as crianças tiveram de aprender a ‘passar-se’ por cristãos, com vistas a enganar as autoridades nazistas.

No entanto, o filme não se baseia, como a grande maioria dos filmes sobre judeus na Segunda Guerra Mundial, única e exclusivamente na maldade cometida pelos nazistas. É impossível, na verdade, deixar passar essa dimensão, mas o foco, aqui, é a benevolência para com o próximo, a caridade, o amor, e a solidariedade. As cenas de violência acabam não sendo tão explícitas quanto em outras obras, mas também o filme mostra a influência alemã na Polônia, até mesmo com a cumplicidade de muitos poloneses com o regime nazista alemão.

A obra consegue retratar bem a vida e os atos heroicos de Irena Sendler, que foi indicada ao Nobel da Paz, e faleceu em 2008, aos 98 anos. O objetivo do filme é mostrar que, em meio a uma guerra absurdamente sanguinária e em uma sociedade marcada pela intolerância e ódio, houve um fio de esperança, que ajudou a salvar a vida de muitas crianças. Ainda que as mesmas não tenham tido a oportunidade de viver com suas famílias, e tiveram os pais e parentes mortos em campos de concentração, foram todas muito gratas ao trabalho de Irena Sendler.

E também, o filme nos ajuda a compreender a importância do Dia Internacional da Solidariedade Humana, que foi instituído oficialmente em 2005, na ocasião da celebração da primeira década das Nações Unidas para a Erradicação da Pobreza, e se celebra no dia 20 de dezembro.

Tendo em mente o exemplo bonito e grandioso de Irena Sendler, podemos, juntamente com o Dia, fazer reflexões sobre a diversidade humana, a necessidade de políticas que tornem possível a unidade dos povos, encorajando o debate para a promoção da solidariedade, com o encorajamento de novas iniciativas que contribuam para a erradicação da pobreza, do ódio e seus desdobramentos. E, como se pode ver, são temas e ações que devem ser adotadas e lembradas sobretudo no momento atual, em que discursos de ódio se proliferam e seus apoiadores também.

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