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O Terrorismo Internacional sob a ótica do Paradigma Pluralista das Relações Internacionais.


O terrorismo é um fenômeno que sempre foi presente no cenário mundial e com possui diversas faces. Os primeiros acontecimentos que abarcaram esse rótulo diziam respeito às guerras internas em países nos quais haviam conflitos de interesses, ocasionando grande atrito entre grupos radicais e sendo visto como parte de um contexto de revoluções. Ainda hoje é possível notar guerras civis ocorrendo e em sua maioria no que tange aos assuntos políticos e religiosos. Tais grupos extremos são taxados de ‘terroristas’ por utilizarem a “violência ou ameaça de violência” (Lutz e Lutz, 2010. p 341 apud PRISCILA DROZDEK DE ALCÂNTARA, 2015, p 6) com o fim de atingir seus objetivos.

Há uma grande lacuna acerca da definição do terrorismo, tanto pela dificuldade em esteriotipá-lo juridicamente, bem como por sua ampla utilização para os mais diversos fins e motivos que o causam. Desse modo, tem-se o terrorismo internacional. Essa modalidade de terror passou a ser disseminada a partir das décadas de 1970 e 1980, porém, ganhou maior evidência com os acontecimentos de 11 de Setembro de 2001, realizados por um grupo extremista pertencente ao oriente médio. Desde então, o terrorismo internacional ganhou mais força e mais repercussao na mídia, tornando-o mais conhecido.

Os atos terroristas podem ser elucidados se vistos pela ótica do paradigma pluralista das Relações Internacionais. Segundo Sarfati (2005, p. 37), essa imagem apresenta quatro premissas básicas, a saber: (1) atores não-estatais são importantes entidades das relações internacionais; (2) o Estado não é um ator unitário; (3) a noção de Estado como ator racional não é útil para a compreensão das relações internacionais e (4) a agenda das relações internacionais é extensa.

As entidades não-estatais são de demasiada importância para a compreensão do cenário internacional, visto a sua capacidade de ingerência nos mais diversos assuntos, por exemplo: OING’s de carater ambiental intervêem em territórios nacionais com o fim de chamar a atenção para a causa referente a degradação do meio ambiente.

Bem como citado acima, os grupos terroristas de caráter internacional possuem igual capacidade de ingerência, já que influênciam e alteram a perspectiva do meio externo ao cruzarem fronteiras com o fim de disseminando seus ideais por via de seus atos violentos. Sarfati (2005, p. 37) diz ainda que os Estados não são atores unitários, pois “em sua política externa, ele é o resultado da interação entre burocracias, grupos de interesse, induvíduos, etc. que buscam influenciar a formulação da política externa”.

Torna-se evidente, mais uma vez, a capacidade que as organizações internacionais, como grupos extremistas, possuem de alterar a política de entidades nacionais por meio de suas ações. Sarfati (2005, p. 37) complementa:

Nesse sentido, essa imagem não se limita apenas aos processos internos do Estado, mas também à atuação dos atores não-estatais em uma dimensão transnacional, ou seja, que cruza as fronteiras nacionais.

Sob a ótica contemporânea das relações internacionais, Nogueira (2004, p 225) diz que

O Estado e outros atores que surgem nas relações internacionais contemporâneas passam a ter acesso ao meio internacional, diversificando e aumentando o número de atores que agem na arena internacional. [...] Tanto um Estado, quanto uma coorporação transnacional, um grupo terrorista ou mesmo um indivíduo isoladamente, podem desencadear ações com repercurssões locais ou em escala global, independente de suas origens e limitações.

Assim como o atentado de março de 2004, no metrô de Madri, na Espanha, no qual as explosões de bombas deixaram 191 mortos e cerca de 2.000 feridos, e o ataque de 3 de junho de 2017 na London Bridge, em Londres, ocasionando a perda de 10 vidas humanas e mais de 40 feridos; ambos são a consequência da ampla dinamicidade internacional

Percebe-se, assim, que com o advento da globalização e suas variadas dimensões; transformações no cenário político, econômico, militar e social; tudo acarreta, por conseguinte, no desenvolvimento do terrorismo para além fronteiras. A própria dinamicidade do ambiente internacional, citada acima, porporciona e facilita a mobilidade de membros de grupos extremistas de um continente a outro.



Referências:


ALCÂNTARA, Priscila. Terrorismo: uma abordagem conceitual. 2015. Disponível em:<http://www.humanas.ufpr.br/portal/nepri/files/2012/04/Terrorismo_Uma-abordagem-conceitual.pdf&gt> Acesso em: 4 Jan. 2018.


NOGUEIRA, Patrícia. O terrorismo transnacioanal e suas implicações no cenário internacional. Universitas - Relações Int., Brasília, v. 2, n.2, p. 221-244, jul./dez. 2004.

SARFATI, Gilberto. Teoria das Relações Internacionais. Saraiva, São Paulo. 2005.


O GLOBO. Ataques Terroristas na Europa. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/mundo/ataques-terroristas-na-europa-14993256> Acesso em 4 Jan. 2018.


G1. Ataque terrorista deixa sete mortos e 48 feridos em Londres. Disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/noticia/incidente-fecha-a-london-bridge.ghtml> Acesso em 4 Jan. 2018.

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