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Estrelas Além do Tempo


Data de lançamento 2 de fevereiro de 2017

Direção: Theodore Melfi

Elenco: Taraji P. Henson, Octavia Spencer, Janelle Monáe mais

Gêneros: Drama, Biografia

Nacionalidade: EUA

Estrelas Além do Tempo é uma obra que consegue unir duas linhas históricas que, à primeira vista, parecem distantes, mas que são alinhadas de maneira inteligente e sutil. Uma delas é a representatividade feminina na ciência, sobretudo no que diz respeito às mulheres negras, e a outra é a complexidade política e histórica da Guerra Fria, período em que o mundo esteve dividido entre a influência americana e a soviética, passando, várias vezes, por situações que poderiam levar a uma guerra nuclear.

​ O diretor Theodore Melfi, consegue trazer estas duas perspectivas, sem alterar o material histórico da obra, que se sobressaia ao longo do filme.

O ponto de partida é o momento histórico da corrida às estrelas, uma espécie de competição entre EUA e URSS para o domínio espacial e, por conseguinte, ampliação de sua hegemonia. Os americanos possuíam o capital, tanto humano quanto monetário, para a execução de seu plano de levar o homem ao espaço, porém os cálculos e demais pormenores técnicos intrigavam a comunidade acadêmica ligada ao tema.

​ Por isso, a reentrada da cápsula espacial na Terra era o ponto mais preocupante do plano. Qualquer erro, por menor que fosse, causaria a explosão do veículo espacial, e, além de apontar a falha dos americanos, com a óbvia morte do astronauta, também daria a vantagem para os soviéticos.

Os cálculos para essa parte eram avançados e minuciosos. Inclusive, muitos cientistas da NASA já haviam desistido, já admitindo o fracasso. Porém, é Katharine Johnson, (Taraji P. Henson) que se debruça com afinco sobre os cálculos e, brilhantemente, chega a uma solução.

​ Neste ponto, entra a linha social que alavanca a importância do filme. Johnson, que é mostrada como um prodígio desde a infância, é uma mulher afrodescendente, e que chegou à conclusão que muitos homens julgavam impossível. Seu trabalho é até mesmo desmerecido inicialmente. Além dela, Dorothy Vaughan, (Octavia Spencer), e Mary Jackson (Janelle Monáe) são também de grande importância para o entendimento da obra. Vaughan é uma das poucas supervisoras negras da NASA, e Jackson, a primeira engenheira negra.

​ A promoção dessas mulheres na Agência Espacial é um exemplo claro do reconhecimento da luta feminina e negra, e também da promoção democrática da ciência. Em muitos momentos do filme, as protagonistas, assim como outras mulheres negras, se deparam com situações de racismo, ainda mais por tratar-se de uma época em que a segregação racial era permitida e ainda existiam banheiros para mulheres brancas e mulheres negras, assim como bebedouros e até mesmo a área destinada para refeições.

​ No caso de Mary Jackson, que é engenheira, seu curso preparatório foi feito em uma escola que, anteriormente, era somente para brancos. Acontece que, na época de seu curso, a segregação racial já havia sido proibida pela Suprema Corte, mas o estado da Virgínia burlava a decisão. Por isso, sua caminhada foi ainda mais tortuosa. E, embora hoje essa história seja conhecida, permaneceu, por décadas, escondida. Tanto que o nome original do filme é “Hidden Figures”.

​ Estrelas Além do Tempo foi muito premiado, tendo concorrido inclusive ao Oscar de Melhor Filme. Sua mensagem principal, além da luta constante e incansável para combater e exterminar o racismo, é a da promoção da ciência para mulheres e meninas. E essa questão é posta para a reflexão e debate no dia 11 de fevereiro, instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas como o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. Este dia é importante para entender a igualdade de gênero enquanto fator fundamental na ciência e como este fator concorre para o sucesso da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

​ De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), em uma pesquisa feita em 14 países, a probabilidade de mulheres obterem o grau de licenciatura, magistrado e doutorado em campos relacionados à ciência é de 18%, 8% e 2%, respectivamente. Já os homens apresentam porcentagens de 37%, 18% e 6%. Além disso, as Nações Unidas fazem um apelo para o fato de que, em inúmeros países, as mulheres sequer podem ir à escola, e a produção científica feminina é proibida, sob a pena de castigos físicos, psicológicos e morais.

​ Por isso, momentos como o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência e filmes como Estrelas Além do Tempo evidenciam a necessidade de pensarmos, como sociedade, na participação de tantas jovens e mulheres na ciência, na busca constante por conhecimento e desenvolvimento humano. São passos pequenos de uma caminhada muito longa, mas que, certamente, produzirão muitas outras cientistas de sucesso, como já existem e existiram, para que não sejam somente outras “Hidden Figures”.

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