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Análise do Dia Internacional das meninas e mulheres na ciência pela Perspectiva Feminista Crítica


A ciência e a igualdade de gênero são indispensáveis para alcançar os objetivos da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, desenvolvida pela Organização das Nações Unidas para a Ciência, Educação e Cultura (UNESCO), por meio da ciência para o empoderamento feminino. Quanto a isto é possível ver que há um esforço da comunidade global para inspirar e engajar meninas e mulheres para a área da Ciência. Em 2017, Irina Bokova, diretora- Geral da UNESCO, comentou que “A humanidade não pode ignorar a metade de seu gênio criativo”.


No dia 11 de fevereiro (domingo) foi celebrado pela ONU, o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. Esta data foi criada com o objetivo de promover mais acesso para a participação das mulheres na ciência, que ainda representam apenas 28% dos pesquisadores no mundo sendo a diferenciação mais discrepante conforme se avança na hierarquia de conhecimento.


Uma pesquisa feita em 14 países demonstrou que, estudantes do gênero feminino dificilmente escolhem as áreas relacionadas à ciência, diferente dos estudantes do gênero masculino. Para a UNESCO, as mulheres possuem menos oportunidades de acesso a investimentos, a redes de estudo e até mesmo a cargos "senior" nas empresas, configurando uma profunda desvantagem para estas. Logo, se compreende que as mulheres ainda são majoritariamente excluídas no setor científico ( ONU BR, 2017).


Sandra Harding (1991), autora da “teoria feminista do ponto de vista”, critica a ciência quando se volta para a questão feminina devido à discriminação ainda presente contra as mulheres que trabalham com ciência. Para a autora a vida das mulheres têm sido erroneamente desvalorizada e negligenciada na pesquisa científica, tirando destas o direito de serem produtoras de conhecimento.


A Crítica Feminista evidenciou um novo debate ao desmistificar a suposta base biológica dos comportamentos masculinos e femininos ao afirmar que o gênero resulta das construções sociais e culturais destes (HARDING, 1996).


Para Harding (2007), existe uma coincidência entre os que detêm o poder social, econômico e político e aqueles que determinam as “verdades” e as mudanças possíveis no campo científico. Com a existência de um sistema de dominação dentro do conhecimento científico cabe às mulheres da ciência uma batalha diária contra a opressão.


A UNESCO solicita que seus parceiros institucionais e governamentais incentivem a abertura de espaço para meninas e mulheres na área da ciência, com o intuito de avançar nos esforços da Agenda 2030. Desta forma, se retire o silêncio imposto à presença feminina no âmbito da ciência.


Uma prática positiva que tem se expandido nos últimos anos é o incentivo de meninas e universitárias por meio de premiações e homenagens em entidades científicas, órgãos de comunicação e agencias governamentais, que dão visibilidade e aumentam a autoconfiança das mulheres estudantes e profissionais. É muito importante a manutenção do debate das questões de gênero para envolver homens e mulheres na busca por uma sociedade mais igualitária e justa.


REFERÊNCIAS

RÁDIO ONU. ONU celebra primeiro Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. Fevereiro, 2016. Disponível em: <http://www.unmultimedia.org/radio/portuguese/2016/02/onu-celebra-primeiro-dia-internacional-das-mulheres-e-meninas-na-ciencia/#.Wl5Xe_Sgq2U > Acesso em: 27 Dez 2017

ONU BR. UNESCO: o mundo precisa da ciência e a ciência precisa das mulheres. Fevereiro, 2017. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/unesco-o-mundo-precisa-da-ciencia-e-a-ciencia-precisa-das-mulheres/> Acesso em: 27 Dez 2017

HARDING, Sandra. Whose Science Whose Knowledge? Thinking from Women’s Lives. Ithaca: Cornell University Press, 1991

HARDING, Sandra. Ciência y feminismo. Madrid: Ediciones Morata, 1996.

HARDING, Sandra. Gênero, democracia e filosofia da Ciência. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 163-168, jan./jul. 2007. Disponivel em: < https://www.reciis.icict.fiocruz.br/index.php/reciis/article/view/891> Acesso em: 27 Dez 2017

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