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Extraordinário


Data de lançamento: 7 de dezembro de 2017

Direção: Stephen Chbosky

Elenco: Julia Roberts, Jacob Tremblay, Owen Wilson

Gênero: Drama, Família

Nacionalidade: EUA


Extraordinário é o exemplo de filme que cativa em sua simplicidade e, em suas entrelinhas, esconde uma bela lição de moral, daquelas que, após os créditos finais, nos fazem pensar em quantas vezes passamos por algo parecido em nossas vidas, seja como vítima do bullying, ou até mesmo como promovedores de tal comportamento. Esse questionamento aparece inevitavelmente quando nos lembramos de uma mudança de escola ou curso e a dificuldade em adaptar-se.

À primeira vista, o filme chama a atenção por unir em cena dois atores que pareciam transitar em mundos diferentes. A premiada atriz Julia Roberts, que interpreta a dedicada mãe Isabel e Owen Wilson, que faz o papel de Nate, o pai e provedor da casa. Ambos são os pais de August, ou Auggie, interpretado pelo talentoso ator mirim Jacob Tremblay, um garoto que nasceu com uma síndrome genética que o deixou com deformidades faciais, e lhe fez passar por inúmeras cirurgias plásticas.

Sempre educado no sistema de homeschooling, o jovem Auggie se prepara para um mundo totalmente diferente ao ser matriculado numa escola para ‘garotos normais’, como o próprio diz. O diretor da nova escola então escolhe alguns garotos, que estudarão com Auggie, para que lhe mostrem sua escola, no intuito de ajudar o garoto a superar seus medos e se sentir aceito nesse novo ambiente. Contudo, o plano não sai como esperado, e as amizades, muito forçadas, passam a ser um tormento para Auggie, que começa a ser hostilizado por sua aparência – e também por ter uma paixão por ciências.

Embora seus colegas de classe o chamem de ‘aberração’, é na imaginação que Auggie consegue ser livre. Em sua casa, a família vive um drama à parte, pois a mãe, Isabel, abdicou de seus estudos e ambições profissionais para cuidar melhor do garoto. Sua irmã, Via, é uma adolescente que se sente incomodada com a atenção que seu irmão recebe, e, dessa forma, se sente desprivilegiada, embora ame bastante o pequeno Auggie. O garoto, então, não se separa do capacete de astronauta, pois, quando o tem em sua cabeça, se sente feliz, realizado e, por alguns instantes, tão normal quanto as outras crianças.

O diretor Stephen Chbosky tenta retratar de maneira fiel o best-seller de mesmo nome, de R.J. Palacio, sem cair nas amarras de um drama que envolve crianças. O filme trata, de maneira implícita, como o bullying afeta a vida de todos, e, de maneira bem explícita, como a discriminação muda e molda a vida de muitas famílias, podendo causar danos irreparáveis, como quando o melhor amigo de Auggie, Julian, diz que se tornou amigo do garoto novato somente porque o diretor da escola lhe pediu, já que lhe causava medo a feição de seu novo colega.

Embora Julian e August consigam sintonizar a amizade e juntos superam obstáculos normais da infância, o filme é muito interessante para pensarmos o quanto é importante um momento para a reflexão dos impactos nocivos da discriminação, o qual é a proposta do Dia Mundial de Zero Discriminação, instituído pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV-AIDS (UNAIDS) no dia 1º de março. Ainda que seja recente, pois data de 2014, esta data já tem rendido frutos, e não se aplica, como se pode pensar, somente às pessoas infectadas pela AIDS ou que convivem com a doença em seu cotidiano, indiretamente.

A proposta da UNAIDS é dar voz aqueles que são silenciados, discriminados e excluídos da sociedade, num grupo amplo, que conta com pessoas com deficiência, portadores do vírus HIV, garotas impedidas de estudar e também cidadãos que sofrem com perseguição política ao redor do mundo. Esse empoderamento de grupos estigmatizados serve para, acima de tudo, promover o desenvolvimento de um debate de direitos humanos sob a perspectiva de uma vida produtiva, plena e digna.

Os atuais panoramas sociais mundiais trazem relatos de grupos cada vez mais organizados que pregam a segregação, exclusão e, não raro, a supremacia racial. Ideias que pareciam sepultadas, reservadas exclusivamente aos livros de história, passam a ser corriqueiras, enquanto que a xenofobia, antes fortemente combatida, é hoje reforçada e chega a ser parte fundamental de planos de governo. Sabemos que é muito pouco apenas o dia 1º de março, mas é com o conhecimento, instrução e conscientização que haverá uma mudança plena, com mais aceitação, participação e, mais importante, sem discriminação.

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