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As Sufragistas


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Data de lançamento: 24 de dezembro de 2015

Direção: Sarah Gavron

Elenco: Carey Mulligan, Helena Bonham Carter, Meryl Streep

Gêneros: Drama, Histórico

Nacionalidade: Reino Unido


As Sufragistas é um filme de época, mas que, infelizmente, retrata situações ainda presentes no nosso cotidiano. Embora trate com mais enfoque na questão do direito feminino ao voto, o filme também aborda temas como a participação feminina no mercado de trabalho, mostrando as péssimas condições encontradas nesse contexto, tanto como insalubridade, perigos à saúde, baixa remuneração e ausência de direitos trabalhistas. Este panorama era tido como comum no Reino Unido do início do século XX, mas já enfrentava algumas resistências.

A sociedade britânica de então não dialogava e entendia as fortes mudanças em sua estrutura com a mesma rapidez com que a economia se transformava, excluindo a participação feminina e relegando-a apenas ao lar e ao trabalho em fábricas. O desejo de ter mais participação na vida pública era um crescente nas mulheres da época, que encontravam apoio em uma parcela da sociedade mais esclarecida e concatenada com as mudanças que se esboçavam nesses momentos iniciais do século XX, o que mudaria para sempre a História e garantiria mais direitos e visibilidade à causa feminista.

Contudo, a classe política se ocupava com debates sobre a incapacidade das mulheres de ocupar cargos públicos e decidir e opinar sobre política. Para muitos, parecia um devaneio promover a participação feminina na política, pois as mesmas “só serviam para dar à luz e serem donas de casa”. Essas discussões na política britânica já ocorriam há certo tempo, motivadas por alguns atos de protesto, propiciados por movimentos feministas, mas ainda com um caráter essencialmente pacífico.

Como o filme mostra, a situação toma outro rumo a partir do momento em que o movimento passa a agir mais firmemente, quebrando vidraças e explodindo caixas de correio. À medida em que a sociedade é tomada de assalto por tais atos, muitas outras pessoas tomam conhecimento da causa e, invariavelmente, a luta se torna política. E isso só se torna possível a partir da propagação de ideias, da união das frentes de resistência e coordenação da luta social. É interessante perceber que o filme faz questão de deixar claro que a participação feminina na política passa a ser recebida como uma mudança positiva na sociedade como um todo, porém a um custo muito alto.

O preço a se pagar pela rebeldia é a perseguição, tanto política quanto civil. Setores mais herméticos da sociedade denunciam encontros e desmoralizam publicamente a luta feminina, numa tentativa de manter o status quo. Essa resposta surte efeito, principalmente porque política, em muitos casos até hoje, é um território majoritariamente masculino. Com o advento de veículos de comunicação em massa, as notícias chegam mais rápido aos interessados e, na mesma medida, as ideias se propagam. E apostar na emancipação feminina em meados do século XX era correr um risco constante.

Entretanto, o desfecho do filme é o que todos esperávamos e cujos resultados podemos ver hoje. Após muito tempo de árduas batalhas, o movimento feminista consegue o direito de votar. Mas não encampa somente esta luta: entram em cena a luta por melhor acesso à educação, condições de trabalho e também por mais igualdade e respeito. Não obstante, a participação mais efetiva na cidadania tem no direito ao voto somente uma parcela de sua totalidade.

Ainda que a obra seja uma representação do direito ao voto universal, demonstra muito bem o duro caminho percorrido pela igualdade de gênero nas sociedades. Para se ter uma ideia, no Brasil, o voto feminino foi regulado em 1934. Na Nova Zelândia, elas conseguiram esse direito em 1893. Por outro lado, foi somente em 2015 que as mulheres puderam votar na Arábia Saudita. Nestas eleições locais, cerca de 900 mulheres concorreram junto a mais de 6 mil homens. E exemplos similares recentes são inúmeros, como na África do Sul e Kuwait.

A reivindicação pelo voto feminino é uma das lutas que compõem o resultado de fatos e reivindicações das mulheres na busca por igualdade de gênero. Ainda que o dia 8 de março esteja ligado à repressão policial ao movimento grevista das mulheres de uma indústria de Nova Iorque por melhores salários e condição de trabalho, é também uma data importantíssima para pensarmos com mais atenção ao que podemos fazer, mesmo que no nível micro, para promover a igualdade e a cidadania plena. Em um mundo em que há mulheres que ainda não podem ter acesso à educação e nem dirigir ou sair à rua sozinhas, são reivindicações – e a consciência coletiva – que levam a mudança, resistindo e lutando.



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